Violência contra mulheres é tema de seminário na Câmara

por Assessoria Comunicação publicado 27/11/2013 18h40, última modificação 21/09/2021 07h54

Por iniciativa da vereadora Carla Pimentel (PSC) foi promovido, na tarde desta quarta-feira (27), o Seminário Pelo Fim da Violência Contra a Mulher, atividade que integrou a campanha “16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. O evento, no Plenário da Câmara de Curitiba, contou com a presença de representantes do Legislativo e do Executivo municipais, assim como de outras instâncias do poder público, além de entidades civis e militantes.

“A cada dois minutos, cinco mulheres são vítimas de agressão em Curitiba. Somos a quarta capital no número de casos de violência de gênero no país”, disse Carla Pimentel. “A mensagem que um seminário como o que estamos promovendo deseja passar, é a de que as mulheres podem contar com o amparo de órgãos públicos e entidades civis. Trata-se da Rede de Atenção a Mulher em Situação de Violência que agora também conta com o Conselho Municipal da Mulher”. Tais iniciativas, segundo a vereadora, pretendem trabalhar em prol do enfrentamento à violência, pela autonomia econômica da mulher e por suas demandas específicas nas áreas de saúde e cultura. “A programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres mostra que há vontade política e social para a resolução do problema”, declarou a parlamentar.

Márcia Rejane Vieira Marcondes, delegada titular da Delegacia da Mulher desde agosto deste ano, declarou que o quadro é difícil e exigirá esforços conjuntos por parte da administração pública e da sociedade civil. Para a delegada, “o simples fato de existir uma lei própria para tratar dos crimes de violência contra a mulher (Lei Maria da Penha) já demonstra que um dispositivo legal que busque a garantia da igualdade entre gêneros ainda é necessário”. Ela frisou o papel da Delegacia da Mulher como uma das principais portas de entrada para a Rede de Proteção à Mulher. “Atuando em conjunto podemos propagar conhecimentos sobre o tema e estimular a coragem para o enfrentamento. As mulheres precisam desse apoio”, afirmou. Também segundo a delegada, “dados estatísticos certamente auxiliam a compreender o problema, mas para quem lida todos os dias com essas situações de violência, uma vítima já é muito”, destacou.

Arielto Alves, superintendente da Secretaria Municipal da Mulher, destacou o fato de que Curitiba foi a última capital do país a instituir um órgão voltado exclusivamente para o tema da violência contra a mulher. “Apesar disso estamos desenvolvendo estudos que vão servir de base para políticas públicas que efetivamente enfrentem o problema”. Ainda para ele, “a luta sempre deve permanecer ativa pois dados recentes revelaram que apenas 2% da população brasileira desconhecem a Lei Maria da Penha. Nesse sentido a Secretaria, em associação com outros órgãos e entidades como a própria Câmara, quer fortalecer a rede de atendimento às vítimas e promover campanhas de conscientização e prevenção. Além, é claro, de apoiar a punição ao agressor, caso isso seja necessário”, explicou.

O Pastor Patrick Reason, da Associação Beneficente Encontro com Deus, disse que a “nossa entidade atende uma vasta gama de situações de violência contra a mulher, inclusive circunstâncias de incesto. No momento temos 680 pessoas sob atendimento”. Para ele, ainda é necessário dar atenção para a morosidade dos procedimentos realizados no Juizado Especial da Mulher. “Há casos se arrastando há mais de três anos”, ressaltou o pastor.