Viaduto do Orleans: governo federal será parceiro na implantação de binário
Vereadores entregaram ao ministro dos Transportes um histórico sobre os problemas do viaduto do Orleans. (Foto: Marcio Ferreira/MT)
O governo federal deverá contribuir com parte do financiamento do novo binário do viaduto do Orleans. A notícia foi dada pelo ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, aos vereadores Angelo Vanhoni (PT) e Mauro Ignácio (União) nesta segunda-feira (20). Os parlamentares estiveram em Brasília (DF) em uma agenda técnica que tratou das demandas relacionadas à mobilidade urbana da capital paranaense.
A melhoria do trânsito da região, por onde passam cerca de 3 mil veículos nos horários de pico, segundo a Prefeitura de Curitiba, é uma demanda antiga de moradores e motoristas, e já foi pautada diversas vezes na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Mauro Ignácio, em particular, desde 2014, faz repetidas críticas à falta de coordenação entre os entes públicos para a solução do problema causado pela sobrecarga da via, com congestionamentos frequentes.
O projeto para a duplicação do viaduto do Orleans foi anunciado pela prefeitura da capital em 2017, e inicialmente estimado em R$ 30 milhões. Um convênio chegou a ser formalizado entre Executivo e Governo do Paraná, em 2020, para o repasse de R$ 1,5 milhão para a elaboração do projeto, que contemplaria uma rotatória elevada na região.
Em maio deste ano, Ignácio comunicou ao plenário sobre o encerramento da licitação da rotatória elevada, devido à nova concessão das rodovias do Paraná. Um dos lotes leiloados compreende o trecho da BR 277 que corta o bairro. Além disto, por decisão da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), seria necessária a construção de mais duas vias de acesso para que a implantação da rotatória elevada fosse viável.
“Depois de muito buscar informação, no DER, na Seil e no Ippuc, o impasse continua. A Prefeitura diz que, se não é possível fazer a rotatória elevada, a [alternativa] proposta seria um binário, no qual o governo do estado faria um viaduto paralelo ao existente, e a infraestrutura lateral para o acesso caberia ao Município”, informou o parlamentar do União, na ocasião.
A pedido do ministro, Prefeitura deverá acionar Ministério do Transporte
Todo o histórico sobre as tentativas de implantar melhorias no trânsito da região do Orleans foram levadas pelos vereadores ao conhecimento do ministro dos Transportes. Segundo o vereador, Renan Filho disse ser possível direcionar rubricas já previstas no orçamento do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) para financiar parte do custo do novo binário, mas, para isso, a Prefeitura de Curitiba deverá acionar o Ministério dos Transportes, formalmente, solicitando investimentos.
“O governo federal será parceiro na construção do novo binário do Viaduto do Orleans”, informou Ignácio aos colegas vereadores, durante a sessão plenária desta terça-feira (21). “O ministro quer saber qual é a estrutura que será necessária para fazer a ligação, para levantar o custo e informar quanto o governo federal poderá investir na obra”, emendou. Conforme o vereador, a ideia é que a execução do binário tenha investimento tripartite: da Prefeitura, do estado e da União. “Considerando que a rotatória foi inviabilizada pela necessidade de mais pistas.”
“O encontro foi excelente! Com a ajuda da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), Mauro Ignácio e eu conseguimos mediar o encontro com o ministro dos Transportes, Renan Calheiros, para viabilizar a duplicação do viaduto do Orleans. Com o apoio do governo federal, através do Novo PAC, conseguiremos colaborar com diversas obras para garantir maior acesso à cidade e uma logística cada vez mais inteligente para nossa Curitiba”, comemorou Vanhoni. O encontro foi intermediado pela deputada federal e também contou com a presença do presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson Santos.
Problemas no viaduto do Orleans são tema recorrente na Câmara de Curitiba
As reclamações de Mauro Ignácio e de outros vereadores sobre o trânsito da região do viaduto do Orleans não são de hoje, mas em 2023, em especial, têm sido cada vez mais frequentes. Dois destes debates aconteceram em maio, quando foi repercutida a suspensão da licitação da rotatória elevada e quando foi aprovado convite para que o DNIT enviasse um representante ao Legislativo para prestar esclarecimentos sobre obras nas rodovias federais que cortam Curitiba.
E só neste ano, até o momento, cinco pedidos de informações foram protocolados por vereadores e enviados ao Executivo, questionando a demora na solução do problema de tráfego. Os requerimentos foram apresentados entre abril e setembro. O primeiro deles foi de Mauro Ignácio, que requereu o número de pedidos registrados pela Central 156 referentes às obras de duplicação e de reestruturação no Viaduto do Orleans, no período entre os anos 2013 e 2023 (062.00197.2023). Na sequência, foi a vez de Amália Tortato (Novo) pedir informações sobre a existência de projetos para a melhoria do trânsito na rua João Falarz e no viaduto do Orleans (062.00357.2023).
Em junho, Professor Euler (MDB) solicitou dados sobre o cronograma de obras do Programa Curitiba Mais Ágil (062.00498.2023), citando vários viadutos e trincheiras da cidade, entre elas o do Orleans. Um mês depois, em julho, Marcelo Fachinello (Pode) também pediu informações à Prefeitura de Curitiba sobre o processo de licitação para a execução de obras de revitalização no viaduto do Orleans (062.00530.2023).
Já em setembro, foi protocolado um pedido de informações ao Executivo sobre a conclusão da elaboração do anteprojeto do binário previsto para a região do viaduto do Orleans e as tratativas com o Governo do Estado do Paraná para oficialização de novo convênio para execução das obras (062.00690.2023). A iniciativa partiu novamente de de Mauro Ignácio.
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