Vereadores trocam acusações sobre administração e campanha eleitoral

por Assessoria Comunicação publicado 14/09/2016 17h55, última modificação 08/10/2021 08h58
Durante o pequeno expediente da sessão plenária desta quarta-feira (14), na Câmara Municipal, vereadores continuaram discussão sobre a corrida eleitoral pela prefeitura de Curitiba. Segundo um integrante da oposição, a capital paranaense está vivendo a “velha política”. Ele afirma ter recebido a denúncia de que funcionários da prefeitura estariam pressionando fornecedores do município a comprar um convite para um jantar partidário, ao preço de R$ 500, no bairro Santa Felicidade.  “Quem está no poder usa a máquina em benefício próprio. Antes pressionavam empresas, agora os donos das empresas, as pessoas físicas, os únicos que podem doar”, declarou.

O vereador disse lamentar a atitude do atual prefeito “que já foi denunciado e apareceu numa lista da Odebrecht como recebedor de valores não contabilizados, como dizia Delúbio Soares, que não passou pela contabilidade normal”. Ele relembrou ainda requerimento que fez à prefeitura solicitando dados sobre os gastos da prefeitura com campanhas publicitárias. “O Brasil mudou, não aceita mais este tipo de comportamento. Curitiba, capital da Lava Jato, aqui onde grandes figuras da república estão presas, quero saber o porquê desta prática e por que ainda existe. Essa não é a política que nós pregamos para o século XXI, uma política em que as pessoas apoiam os candidatos de uma forma espontânea e não por pressão”, disse.

Outro vereador da oposição também usou o horário do pequeno expediente e se defendeu da afirmação do líder do prefeito da Casa, feita na sessão de terça (13), de que estaria sendo “leviano” ao falar sobre as dívidas da prefeitura e que Curitiba não recebia certidão negativa do Tribunal de Contas do Paraná, o que impediria o município de contrair empréstimos (leia mais). “Vim mostrar que estou falando a verdade. A denúncia que fiz não é leviana. Leviano é aquele que mente, que está repassando informações falsas do seu prefeito e amigo. Está em minhas mãos uma cópia [do documento do TCE] afirmando se Curitiba pode contrair empréstimo ou não. Claro que não, desde 2013 o TCE não concede certidão negativa para Curitiba”, disse.

Segundo ele, a população tem sido enganada a respeito das dívidas do município e, a partir do ano que vem, “o curitibano irá pagar uma conta caríssima. [O prefeito] fez uma péssima administração, escolheu péssimos assessores e péssimos secretários”, apontou. Para ele, em outubro, “não será surpresa se houver o parcelamento do salário dos servidores do município, sabemos que a situação financeira do município é preocupante”.

Em resposta, o líder do prefeito se disse “impressionado” com a “primariedade das palavras” do primeiro vereador a usar a palavra, “que vem com boton de campanha aqui na tribuna, num momento institucional, fazer proselitismo eleitoral numa sessão da Câmara”. Para o líder, “os servidores são testemunhas oculares de que não há nenhuma pressão para que realizem campanha”. Também afirmou que o vereador mente levianamente “quando diz que o prefeito está envolvido na Lava Jato”.

Sobre a questão da suposta certidão negativa que não é liberada pelo TCE, o líder afirmou que “ninguém é induzido em erro nesse sentido”. Segundo ele, a referida certidão não é liberada por conta de um “sistema de informática, complexo, e que não se acertam as informações e a leitura do processo com o Tribunal de Contas. Não tem sentido essas colocações. Fico muito tranquilo que se forem esses os problemas, não temos problemas na cidade. Deixa a população julgar soberana nas ruas”, alegou.

Restrições eleitorais
Durante o período eleitoral, nas notícias divulgadas pela Câmara de Curitiba, ficará restrita ao SPL (Sistema de Proposições Legislativas) a informação sobre a autoria das peças legislativas – projetos de lei, requerimentos ao Executivo, pedidos de informação, moções e sugestões, por exemplo. Dos 38 parlamentares atuais, 32 são candidatos à reeleição – logo restrições também ocorrerão na cobertura do plenário e das comissões temáticas, para que a comunicação pública do órgão não promova o desequilíbrio do pleito. A instituição faz isso em atendimento às regras eleitorais deste ano, pois serão escolhidos a chefia do Executivo e os vereadores da próxima legislatura (2017-2020).