Vereadores sugerem que Curitiba adote cidades atingidas por enchentes

por José Lázaro Jr. e Fernanda Foggiato | Revisão: Alex Gruba — publicado 20/05/2024 14h30, última modificação 20/05/2024 14h42
Sugestões para a Prefeitura de Curitiba prevenir danos de enchentes iguais às de Santa Catarina e Rio Grande do Sul também foram registradas.
Vereadores sugerem que Curitiba adote cidades atingidas por enchentes

Sugestões de Nori Seto e de Rodrigo Reis sobre ajuda ao RS foram aprovadas hoje. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)

A campanha “Adote Uma Cidade” chegou ao plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta segunda-feira (20), com dois vereadores sugerindo que a capital do Paraná siga o exemplo dos municípios brasileiros que se dispuseram a ajudar na reconstrução de cidades atingidas por enchentes no Rio Grande do Sul. Nori Seto (PP) e Rodrigo Reis (PL) apresentaram indicações ao Poder Executivo, sugerindo que a Prefeitura de Curitiba ingresse nesta campanha humanitária, fornecendo materiais e capital humano.

A indicação de Nori Seto reforça que, ao adotar uma cidade atingida por enchentes, Curitiba poderá “ter uma visão mais ampla da dimensão dos efeitos das mudanças climáticas em nossa sociedade” (205.00201.2024). “Passada a fase urgente, de salvar vidas, teremos os desafios de realocar as pessoas, recuperar os empregos e reconstruir as cidades. É importante que Curitiba possa contribuir não só com donativos, mas também nessa segunda fase”, defendeu Seto.

Indiara Barbosa (Novo), Bruno Pessuti (Pode) e Ezequias Barros (PRD) elogiaram as sugestões ao Executivo, concordando que é importante Curitiba se envolver com a reconstrução das cidades do Rio Grande do Sul. “Seria uma oportunidade para Curitiba levar suas boas práticas a outros municípios do Brasil. O Ippuc poderia ajudar a elaborar o projeto reestruturante de um município gaúcho, talvez indicado pelo governo do Rio Grande do sul”, comentou Pessuti. Alexandre Leprevost (União) apontou que “Balneário Camboriú [SC] já adotou Cruzeiro do Sul e a nossa cidade pode seguir esses passos”.

Curitiba já enviou sete remessas ao Rio Grande do Sul, totalizando 420 toneladas de donativos”, informou Tico Kuzma (PSD), líder do governo na CMC. Nesta relação estão 327 mil litros de água, 82 toneladas de alimentos e 3,2 toneladas de ração animal, além de colchões, roupas, sapatos, remédios, materiais de higiene e limpeza. Ele confirmou que Curitiba já recebeu o pedido de ajuda de uma cidade gaúcha “e agora estuda a questão legal, sobre o que pode fazer além dos donativos”. “O prefeito Rafael Greca esteve em conferência com municípios gaúchos nesta manhã, oferecendo a tecnologia do Saúde Já para todos que precisem”, disse Kuzma.

Na sua sugestão, Reis informou que 446 das 497 cidades gaúchas foram afetadas pelas tempestades (89,7% do total), de forma que Curitiba poderia adotar não somente um, mas dois municípios. Adotar uma cidade, explica o vereador, é “enviar toda a ajuda necessária, de pessoal, maquinários e doações para as cidades destruídas pelas chuvas” (205.00211.2024). “A adoção permite que Curitiba destine os produtos necessários no momento, atendendo melhor as pessoas desabrigadas”, reforçou o parlamentar. “Parabenizo o povo de Curitiba, que tem feito o maior número de doações até o momento”, concluiu Reis.

Contra enchentes, vereadores pedem obras de drenagem em Curitiba

A revisão do cronograma das obras de pavimentação na rua Olga Balster, no bairro Cajuru, foi requisitada pela vereadora Indiara Barbosa (Novo). Ela argumenta que é preciso realizar “novos estudos para soluções de drenagem no córrego que cruza as ruas Olga Balster e 21 de junho” (205.00204.2024). “A ideia não é paralisar a obra, mas considerando os alagamentos registrados por moradores, o sistema de drenagem de águas pluviais apresenta insuficiência na drenagem”, alertou a parlamentar, que exibiu em plenário um vídeo entrevistando moradores e mostrando alagamentos na área.

“Nessa rua, a obra de asfaltamento ficou acima do nível da calçada, então a caída ficou para dentro dos sobrados, mostrando um erro inaceitável de engenharia. Ali, se tiver uma chuva mais intensa, vira uma piscina”, concordou Dalton Borba (Solidariedade). “É importante que as obras na cidade não afetem a vida das pessoas. Já falei das obras na rua Araguaia, onde está sendo depositado material, com pó e problemas viários aos moradores”, acrescentou Marcos Vieira (PDT). Indiara Barbosa concordou com os parlamentares, cobrando diálogo da prefeitura com a população atingida pelas obras do Inter 2.

Câmara de Curitiba dá continuidade à campanha de ajuda ao RS

A Câmara de Curitiba mantém os pontos de coleta de doações para as cidades gaúchas afetadas pelas inundações. A principal demanda é por água mineral, alimentos não perecíveis (em especial enlatados), produtos de limpeza e de higiene. Os donativos podem ser entregues nas portarias dos anexos 1 (em frente à praça Eufrásio Correia) e 2 (avenida Visconde de Guarapuava, esquina com a rua Lourenço Pinto).

A Procuradoria da Mulher (ProMulher) da Câmara de Curitiba se somou à campanha, na semana passada, e reforça a importância das doações a meninas, mulheres e pessoas que menstruam, afetadas pela tragédia no Rio Grande do Sul. O pedido é para arrecadar produtos de higiene íntima, como “absorventes e calcinhas embaladas, novas”, explicou a procuradora interina, vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta (PT).