Vereadores sugerem ampliação das equipes de vacinação contra a covid-19
Durante os horários do pequeno expediente e da segunda parte da ordem do dia, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) focou parte dos debates da sessão plenária desta segunda-feira (22) na execução do plano municipal de vacinação contra a covid-19. O tema foi puxado pelo primeiro vice-presidente do Legislativo, Alexandre Leprevost (SD), que fez uma crítica “construtiva” em relação à interrupção da vacinação nos finais de semana. Já Denian Couto (Pode) resgatou dados sobre a lentidão do Paraná na imunização da população.
Ao questionar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre porque a vacinação é feita nos sábados e domingos, o vereador sugeriu que o Executivo busque alternativas para outros profissionais da saúde, que não estariam na linha de frente, pudessem integrar as equipes de imunização em dias não úteis. Leprevost não só defendeu que a vacinação ocorresse 7 dias por semana, mas também que fosse 24 horas por dia. “Estamos numa guerra e essa guerra não pode parar, não podemos afrouxar.”
Líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB) respondeu que a SMS “tem a noção” de que a vacina não é aplicada nos finais de semana e argumentou que os mesmos profissionais que trabalham na imunização nos dias úteis também trabalham nos sábados e domingos em outras funções. “E se vacinarmos nos finais de semana, com a quantidade de vacinas que a cidade tem, a campanha será paralisada”, emendou o parlamentar, ao explica que a cidade, “sem fazer esforço”, leva três dias para aplicar cerca de 12 mil doses.
“Na minha visão, nós não podemos ficar com medo de que, com o ritmo acelerado da vacinação, as vacinas vão acabar. Se elas acabarem será mais uma forma de pressionar os governos estadual e federal para que elas cheguem. Isso não é um argumento. Se elas acabarem a gente tem que ir atrás de mais. Enquanto tiver vacina não pode parar [a vacinação]”, afirmou Alexandre Leprevost. “Só vamos fazer as vacinas nos finas de semana se realmente tiver imunizante. A Secretaria de Saúde está atenta, temos a logística”, rebateu Petruzziello.
Segundo Denian Couto, a pressão sobre os governos já existe, mas no sentido inverso. Ele informou que o Paraná está em 18º lugar no Brasil no ritmo de aplicação de vacinas, que isso “não tem a ver” com a quantidade de imunizantes disponível e que o governador do estado, Ratinho Junior, havia sido criticado por prefeitos por cobrar que as vacinas fossem aplicadas de forma mais rápida. O vereador ainda pediu novamente que o prefeito Rafael Greca ou a secretária de Saúde, Márcia Huçulak, venham à CMC, “com tempo”, para conversar com os vereadores sobre as medidas de enfrentamento da pandemia.
Já Ezequias Barros (PMB) questionou a SMS sobre quando os profissionais de saúde que têm comorbidades e estão afastados, mas que já foram vacinados, vão voltar a trabalhar. “A Saúde está sufocada. Os que estão trabalhando estão sufocados e é necessário que aqueles que têm comorbidades e estão vacinados possam retornar [ao trabalho] para ajudar nos atendimentos”, pediu o parlamentar.
Indicação bate com a sugestão
Ao apoiar a fala de Leprevost, Herivelto Oliveira (Cidadania) comunicou ao plenário que protocolou uma indicação de ato administrativo ou de gestão para que a Prefeitura de Curitiba crie um cadastro de voluntários da área de saúde para vacinação da população de Curitiba contra a covid-19 (203.00107.2021). Ao explicar que a ideia é que outros profissionais possam ser treinados para aplicar a vacina, o vereador pediu apoio dos demais parlamentares na assinatura e na aprovação da proposição – que está pautada na segunda parte da ordem do dia desta terça-feira (23).
Tratamento precoce
Dois vereadores voltaram a se inscrever no horário do pequeno expediente para defender o tratamento precoce da covid-19. Ao se referir às ações de combate à doença desenvolvidas pela Prefeitura de Curitiba, Eder Borges (PSD) disse que a cidade “fracassou no combate à pandemia até chegar ao ponto aonde chegamos”. “Abre e fecha de comércios. Agora lockdown prorrogado. Tentamos de tudo, menos o tratamento precoce, o tratamento preventivo, que tão bem vem funcionando nas cidades que ele vem sendo aplicado.”
“Por que todo esse negacionismo com esses medicamentos, com esse coquetel antiviral recomendado por inúmeros médicos? Por que a resistência quanto a isso?”, Borges ainda perguntou. “Não tenho dúvida de que, se nós em Curitiba tivéssemos admitido o uso dos medicamentos que estão aí, já comprovados, não teríamos esta condição que nós estamos vivendo. Não fizemos tudo que poderíamos, que é baixar a carga viral, diminuir a quantidade de contágio. [Com o tratamento precoce] nós teríamos, talvez, muito menos gente doente e muito menos gente morrendo”, complementou Ezequias Barros.
Política de conscientização
“Qual o bem que precisamos dar prioridade? As UTIs estão lotadas em Curitiba, há filas de espera, faltam leitos na rede pública e na rede privada. A vacinação, embora estejamos avançando, ela vai demorar. E nós estamos hoje com um índice de contágio e mortes crescendo a cada dia”, frisou Dalton Borba (PDT) ao apelar para que os vereadores apresentem uma moção para pedir que o Poder Executivo implante uma política pública efetiva de conscientização, “através de campanha forte na TV e no rádio e com a divulgação de imagens impactantes em outdoors”. “Não podemos mais pensar em novas UTIs, então precisamos evitar com que essas pessoas tenham que se dirigir aos hospitais.”
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba