Vereadores sugerem ações para reduzir tarifa dos ônibus
Diante do aumento de R$ 2,70 para R$ 2,85 do preço unitário da passagem de ônibus em Curitiba, a sessão plenária desta terça-feira (11) na Câmara Municipal começou com vereadores apontando formas de reduzir a cobrança. Bruno Pessuti (PSC), relator da CPI do Transporte Público, argumentou que o trabalho dos parlamentares mostrou pelo menos três pontos onde “enxugar” o custo.
“Retirando o fundo assistencial, o imposto de renda das empresas e a taxa de risco dos ônibus híbridos seria possível reduzir a tarifa técnica em até R$ 0,14”, disse Pessuti, alertando que a redução incidiria sobre a tarifa técnica, hoje em R$ 3,18. “Existe uma diferença entre o preço pago pelas pessoas e o custo real, que é mantida com subsídio do poder público. Neste ano, pagou-se R$ 150 milhões de subsídio”, ponderou.
Avançando no raciocínio, Pessuti considerou que se o subsídio fosse mantido, as reduções na tarifa técnica propostas pela CPI do Transporte poderiam baixar para R$ 2,54 o preço cobrado do usuário. “É preciso rever a situação, até porque os curitibanos pagam em dobro o subsídio. A contribuição do governo do Paraná vem de impostos estaduais e a parte da prefeitura de impostos municipais. Ambos pagos pelos curitibanos”, protestou.
Paulo Rink (PPS) utilizou a tribuna para sugerir que Curitiba adote logo o sistema de bilhetagem eletrônica e melhore a utilização da venda de publicidade nos ônibus como fonte de recurso. “São mais de 2.800 ônibus em circulação na cidade, com valor publicitário alto. Se isso fosse utilizado como uma fonte de arrecadação, da maneira certa, poderia manter ou até baixar o valor da tarifa”, argumentou. Rink lembrou que, em fevereiro de 2015, novo aumento pode surgir após o dissídio da categoria.
Passe Livre
Antes de caminharem até a Prefeitura de Curitiba, membros do Movimento Passe Livre estiveram na Câmara Municipal, onde penduraram faixa contra o reajuste do preço da tarifa e entregaram uma carta aos parlamentares. O documento foi lido em plenário pelo vereador Jorge Bernardi (PDT), presidente da CPI do Transporte, que destacou a presença em plenário da ativista Luana Cristina Martins.
A “Carta Aberta em Repúdio ao Tarifaço Nacional” diz que o Movimento Passe Livre defende “o congelamento do valor”, única medida “capaz de garantir justiça ao pleito dos trabalhadores”. Prevendo manifestações de rua, a carta também adianta que os movimentos sociais “não aceitarão mais repressão violenta do Estado”.
Sobre a faixa, onde se lia que os vereadores teriam “votado contra a população”, Bruno Pessuti disse da tribuna que a afirmação não era verdade. “Pelo contrário, pois foi na CPI do Transporte que nós, parlamentares, levantamos diversos indícios de irregularidades na tarifa. Um valor exacerbado, que pode significar mais de R$ 30 milhões por ano”, destacou.
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