Nas manhãs de terça (17) e de quarta-feira (18), últimas sessões ordinárias deste ano na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), pronunciamentos dos vereadores marcaram a reta final da 18ª legislatura (2021-2024). Entre balanços de mandato e agradecimentos, houve parlamentares que se despediram da Casa, enquanto outras mensagens foram um “até logo”. 

O primeiro discurso de despedida foi o de Bruno Pessuti (Pode), na sessão dessa terça. “Há quatro anos, fiz minha despedida em uma transmissão online, enquanto estava internado no Hospital Marcelino Champagnat, lutando contra a covid. Tive a bênção de recuperar plenamente minha saúde, algo que, infelizmente, muitos não conseguiram. Faço novamente um discurso de despedida deste Parlamento, começando por agradecer a Deus pela vida”, disse ele, que retornou à Casa, em 2022, para o terceiro mandato, “que representam quase um terço da minha vida”, na suplência de Denian Couto (Couto). 

“Despeço-me com um recorde pessoal de votos, agradecendo a cada um dos 4.779 eleitores. São pessoas que me conhecem e escolheram um perfil técnico, moderado e de centro, focado em soluções e não em ideologias, um perfil cada vez mais raro”, continuou Pessuti. O vereador ainda falou de suas bandeiras, como o meio ambiente, a tarifa temporal, o incentivo aos veículos elétricos e a criação dos polos gastronômico, assim como a participação em diferentes atividades na Câmara de Curitiba, da relatoria da CPI do Transporte, em 2013, à presidência da Comissão de Constituição e Justiça, nos últimos dois anos. 

Na manhã desta quarta, quem abriu os discursos de despedida foi o vereador Dalton Borba (Solidariedade). “Eu saio daqui com muito orgulho do trabalho que prestei. Fui um vereador crítico e combativo, mas procurei não ser injusto, procurei sempre lutar pela justiça, por aquilo que acredito”, ponderou. A fala de Borba foi centrada nos agradecimentos aos servidores da Câmara de Curitiba, “que mantêm essa estrutura em pé”. O vereador citou os nomes de gestores de áreas que, em sua opinião, “estiveram à frente desta Câmara na sua gestão, na sua competência”. 

“Eu me refiro aqui, em primeiro lugar ao Deprole [Departamento de Processo Legislativo], na pessoa da Izabela [Marchiorato], que conduziu impecavelmente os trabalhos desta plenária, [...] sempre com um sorriso no rosto”, frisou. Borba também frisou os trabalhos dos diretores da Procuradoria Jurídica (Projuris), Ricardo Tadao, “uma pessoa de uma integridade a qualquer prova”; da Escola do Legislativo Maria Olympia Carneiro Mochel, Débora Reis, “que teve a competência de trazer visibilidade, parcerias que engrandeceram a Câmara”; do Departamento de Administração e Finanças (DAF), Ana Cláudia Melo dos Santos, “que trouxe um trabalho também eminentemente técnico, retilíneo”; e da Comunicação Social, Patricia Tressoldi, por “comunicar a verdade, enfrentou injustiças, mas enfrentou com absoluta rigidez nos seus propósitos”. 

“Eu inicio agradecendo imensamente a todos os servidores da Casa, a todos os colaboradores pelo trabalho, pela dedicação. E agradeço também a todos os vereadores e vereadoras que me honraram com suas companhias ao longo dessa legislatura aqui no plenário, pela oportunidade de aprender com cada um de vocês e também pela parceria em diversas situações em que nós pudemos trabalhar juntos”, prosseguiu Nori Seto (PP), antes da entrega de uma homenagem. 

“Eu participo aqui da Câmara Municipal há 27 anos [...], minha mãe foi por seis mandatos vereadora de Curitiba e eu estou no primeiro mandato de vereador. Para mim foi um privilégio muito grande. Primeiro, acho que a gente tem que fazer o que a gente gosta. Eu gostei de ser vereador, me diverti muito aqui dentro. Quando a gente trabalha sério, a gente também tem que trabalhar com diversão, para que seja prazeroso”, avaliou Rodrigo Reis (PL). Acompanhado dos pastores Levy Correa de Oliveira e Isaías Meirelles, da Igreja Presbiteriana, ele elogiou o trabalho de diversos vereadores “que vão continuar este legado” na CMC. 

“Quando a gente está no mandato, a gente nunca faz nada sozinho”, disse Reis, rendendo agradecimentos à equipe de seu gabinete. “Quando a gente participa de uma eleição e não se elege, a tristeza não é só por nós sairmos, mas também de toda aquela equipe que está com a gente, a quem eu presto esta homenagem, mas eu digo que é até breve, porque o nosso trabalho político vai continuar”, garantiu. O vereador ainda agradeceu aos ambulantes e aos feirantes de Curitiba, “que é gente trabalhadora, que vai às ruas todos os dias, faça chuva ou faça sol”, pelos quase 6 mil votos obtidos nas eleições de 2024. 

Herivelto Oliveira (Cidadania), que na semana passada já havia apresentado um balanço dos mandatos como vereador, com direito a assumir interinamente a Prefeitura de Curitiba, fez um novo pronunciamento de despedida. Além da família, toda a equipe de seu gabinete, os servidores da Casa e demais parlamentares, ele agradeceu à população de Curitiba pelas sugestões, elogios e também pelas críticas. 

“É a nossa última sessão, mas se acontecer alguma coisa nos próximos dias talvez a gente ainda possa ser chamado. Então, até 31 de dezembro, nós somos vereadores de Curitiba”, lembrou Oliveira. “Depois, terminando o meu mandato, possivelmente eu vá começar uma nova missão, um novo caminho, no Poder Executivo, [...] e eu quero continuar trabalhando pela cidade e usar a minha experiência como vereador como jornalista e, principalmente, como morador de Curitiba, para tornar a cidade um pouquinho melhor a cada dia”, adiantou. 

Em seguida, foi a vez de Osias Moraes (PRTB) fazer o discurso de despedida do mandato legislativo. “Em 2016 foi a minha primeira eleição. Cheguei aqui como um desconhecido e de fato o era, estava há apenas um ano em Curitiba”, lembrou. “Enfrentamos dificuldades, mas com bom humor e também com profissionalismo conseguimos atender esta Casa, aos vereadores”, continuou ele sobre a segunda-secretaria, função exercida entre 2023 e 2024. 

Agradecendo pelo trabalho de sua equipe e dos servidores da Casa, Moraes disse que “em cada sala, cada departamento, cada lugar, eu fui descobrindo e aprendendo com pessoas que já estão aqui há muito tempo”. Ele ainda agradeceu aos demais vereadores, à Prefeitura de Curitiba e pelo apoio de sua família ao longo de seus mandatos. “Vocês podem contar também com este vereador, que estará sempre à disposição e de braços abertos para ajudar [...] a nossa cidade e esse povo, o qual eu aprendi a amar.” 

Último orador do grande expediente, Alexandre Leprevost (União) destacou o legado do “mandato ativo”, que teve como principais bandeiras representar as pessoas com diabetes, os taxistas e a causa animal. O vereador lembrou da vice-presidência na Mesa Diretora conduzida por Tico Kuzma (PSD), entre 2021 e 2022, e do trabalho na Comissão de Saúde e Bem-Estar Social, que ele chegou a presidir. 

Nos agradecimentos, Leprevost se dirigiu a seus eleitores, aos demais vereadores e ainda falou dos servidores de seu gabinete e da Casa, inclusive dos funcionários terceirados da segurança, limpeza e outras áreas “que se doam de uma forma tão maravilhosa aos seus trabalhos, que também fazem parte desta grande família”. “Nós estamos aqui encerrando um ciclo, mas eu não estou, referente à vida pública, dizendo um adeus, mas estou dizendo um ‘até logo’, porque enxergo que preciso continuar cumprindo a missão de colaborar com a sociedade”, concluiu. 

Já os vereadores Serginho do Posto (PSD), Angelo Vanhoni (PT) e Professora Josete (PT) aproveitaram a discussão da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 para registrarem suas mensagens de encerramento da 18ª da Câmara de Curitiba. Serginho do Posto agradeceu pelo suporte da equipe de seu gabinete e destacou a convivência com os vereadores que não retornam à CMC no próximo ano. “Desejo boa sorte a todos os vereadores e suas famílias, a todos os servidores, [desejo] um Natal que seja de bênçãos, repleto de coisas boas”, finalizou. 

“Foi uma honra ter esse mandato aqui, foi uma alegria. Eu me senti acolhido por todos os vereadores e por todos aqueles que pensam diferente de mim, pensam diferente”, ponderou Vanhoni, desejando boa sorte aos parlamentares indicados a assumir secretarias municipais em 2025 e àqueles que não retornam para novos mandatos. 

“Eu só levo daqui as coisas boas, levo o respeito, o carinho de muitos de meus colegas, [...] eu gostaria de agradecer o carinho e o afeto de cada servidor e servidora e de cada vereador e vereadora”, declarou Josete, que não disputou um novo mandato. “Vou falar só uma palavra aqui, que é gratidão. Gratidão a todas as pessoas que eu convivi aqui durante esse período.” 

Tito Zeglin encerra ciclo como recordista de mandatos

Anunciado como o secretário do Governo Municipal na gestão do prefeito eleito, Eduardo Pimentel, o presidente Marcelo Fachinello (Pode) conduziu a sua última sessão ordinária, na atual legislatura. Após cada pronunciamento, ele cumprimentou os vereadores que se despediram da Câmara de Curitiba, mas destacou o legado de Tito Zeglin (MDB), pelo recorde de legislaturas. Primeiro-vice-presidente da Casa, o decano não concorreu à reeleição, mas elegeu como sucessor, a partir de 2025, o filho Tiago Zeglin (MDB). 

“Quero cumprimentar o vereador Tito Zeglin, de forma muito especial. Com o encerramento de seu nono mandato aqui na Câmara Municipal de Curitiba, ele supera a marca deixada pelo saudoso ex-parlamentar Jairo Marcelino [falecido em 2020] e é o vereador que mais vezes participou de legislaturas e, consequentemente, de sessões aqui na nossa Casa. São mais de 3 mil dias dedicados à população de Curitiba, estabelecendo um recorde que dificilmente será quebrado. Parabéns ao vereador Tito Zeglin pela sua história, pela sua trajetória”, saudou Fachinello. 

Na manhã da última segunda (16), a Câmara Municipal de Curitiba homenageou os 20 vereadores que não retornam para a 19ª legislatura da Casa, sendo que 4 não foram candidatos e 16 não se reelegeram. Assista ao vídeo elaborado pela Diretoria de Comunicação: