Vereadores repercutem bate-boca entre prefeito e servidores
Durante a sessão desta terça-feira (11), diversos vereadores ocuparam a tribuna para comentar sobre o bate-boca entre o prefeito Rafael Greca e servidores municipais, durante audiência pública da Lei de Diretrizes Orçamentárias realizada na CIC na noite desta segunda-feira (10). Os funcionários, contrários ao Plano de Recuperação enviado pelo prefeito à Câmara Municipal, o chamaram de “mentiroso” e foram contestados por Greca, que afirmou que os professores serão contemplados pelo orçamento.
Os parlamentares opinaram de maneiras diferentes sobre o episódio. Tico Kuzma (Pros) se disse preocupado com a situação que fica “cada vez mais tensa”. Ele apelou que para que o diálogo entre a prefeitura e os sindicatos seja restabelecido. “Na conversa que tivemos ontem os sindicalistas pediram a retirada dos 12 projetos de lei, mas acho difícil que isso aconteça, portanto é necessário construir uma pauta de discussões. Estamos abertos ao diálogo”, concluiu. Zezinho Sabará (PDT) lamentou o incidente, pois considera que ele atrapalha os dois lados. “O prefeito cumprimentou todo mundo e eles se negaram a retribuir o gesto. Peço que isso não aconteça mais, porque atrapalha as negociações”.
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O “acirramento” das relações do prefeito com o funcionalismo é justificado, opinou Professora Josete (PT). Segundo ela, embora as propostas mexam profundamente com a vida dos servidores, elas não foram debatidas com eles. “O prefeito foi destemperado e precisa rever sua postura. Se ele tivesse dialogado, imagino que as coisas poderiam ter caminhado de um jeito diferente. Assim como foi no aumento da passagem, Greca achou que poderia fazer o que quisesse de novo, sem contestações”. A vereadora ainda pediu que os sindicalistas não sejam “demonizados, pois antes de mais nada são servidores públicos”.
Na opinião de Noemia Rocha (PMDB), “não há ajuste fiscal legítimo ao retirar conquistas históricas dos servidores”. A parlamentar relembrou que os planos de carreira que podem vir a ser congelados foram aprovados pela Câmara na última legislatura e que 60% dos vereadores foram reeleitos. “Que seja feita essa reengenharia nas contas, mas sem prejudicar os que menos ganham. Este é um momento em que nós, representantes do povo, precisamos demonstrar independência, que não somos subjugados pela prefeitura”, emendou.
Líder do governo, Pier Petruzziello (PTB) disse que estava na audiência pública e que já na chegada à regional, um “professor sindicalista abordou o prefeito e começou a provocá-lo”. Segundo o vereador, Greca foi hostilizado e respondeu cantando o hino de Curitiba. Ele reafirmou que o diálogo está aberto e que já foram realizadas várias reuniões com os sindicatos. “Quando escuto que os maiores devedores é que estão recebendo pagamentos da prefeitura, não posso me calar, pois é mentira. Quem recebeu até agora foi a Risotolândia, para não parar o serviço, para nossas crianças não ficarem sem merenda, e as empresas que vendem os medicamentos para a cidade”, explicou.
O líder acrescentou que outras medidas de cortes de gastos estão sendo feitas. Ele citou a renegociação de aluguéis de imóveis onde funcionam autarquias, como a Cohab, por exemplo. “Houve redução de cargos comissionados. Dos 615 cargos gestão anterior, hoje nem 380 estão preenchidos”. Pier prometeu falar mais sobre o assunto durante a semana para “passar a verdade à população de Curitiba. Não joguem os servidores públicos contra os vereadores. Os servidores serão respeitados, os vereadores serão respeitados, longe de qualquer discurso demagogo”, resumiu.
Já o presidente da Casa, Serginho do Posto (PSDB) assegurou que a Câmara está e continuará aberta para prestar todos os esclarecimentos necessários aos servidores. Ele prometeu um relacionamento respeitoso e institucional com todas as categorias. “Abrimos diálogo com todas as categorias e sindicatos. Conversei com os presidentes das comissões e eles abrirão espaço para o debate sobre os projetos do Plano de Recuperação, pois são questões da mais alta relevância. Repassaremos todas as informações solicitadas, seja sobre os orçamentos ou planilhas de cálculo, e combinamos com o líder do governo que o que não estiver disponível será solicitado à prefeitura”, finalizou.
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