Vereadores questionam secretário sobre obras da Copa

por Assessoria Comunicação publicado 12/03/2013 16h50, última modificação 13/09/2021 10h37

As obras necessárias para que Curitiba receba jogos do Mundial de Futebol de 2014 motivaram debate na Câmara Municipal, na sessão desta terça-feira (12). Para falar sobre o assunto os vereadores convidaram o secretário municipal do Urbanismo e da Copa do Mundo, Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro.

A saudação ao secretário foi feita por Tiago Gevert (PSC), vice-presidente da Comissão da Copa da Câmara. O parlamentar assegurou que o colegiado vai cobrar transparência em todas as ações relacionadas ao evento, em especial no tocante às obras necessárias para receber os visitantes, e que ficarão como legado para a cidade.

O titular da pasta da Copa, que é engenheiro civil, explicou sua ligação com o futebol, o que o credenciou para ter sido indicado ao cargo pelo prefeito Gustavo Fruet. “Sou um dos vice-presidentes da Federação Paranaense de Futebol, e trabalhei muitos anos na inspeção de segurança de estádios”, relatou.

A seguir, o secretário esclareceu que, para a realização da Copa, existem obrigações a serem cumpridas por parte do município, do governo do estado e do Clube Atlético Paranaense. Sobre as responsabilidades da prefeitura, ele destacou a realização das obras de mobilidade e a Fan Fest (festa dos fãs), que terá a transmissão dos jogos por telão e irá acontecer no Parque Barigui.

“Todas as cidades sede farão uma Fan Fest, que será um local de concentração para aquelas pessoas que não conseguirem comprar ingressos. Haverá a participação de artistas locais, nacionais e internacionais, que se apresentarão nos intervalos dos jogos. O espaço deve receber até 35 mil pessoas”, detalhou.

Reginaldo Cordeiro também falou sobre as obras em andamento na cidade e que devem, obrigatoriamente, ser concluídas até 30 de maio do ano que vem. “Caso contrário, o município terá que pagar integralmente pelos custos, e não só a contrapartida, visto que há recursos federais do PAC investidos nessas obras”, justificou.

Debate

Diversos vereadores apresentaram questionamentos ao representante da prefeitura. Jonny Stica (PT) perguntou sobre as obras no corredor aeroporto-rodoferroviária, na Avenida Comendador Franco, e se existe a possibilidade de aterramento dos cabos de energia elétrica que ficam sobre a via. De acordo com o secretário, a medida foi objeto de estudo, porém foi verificado que “o custo era altíssimo, de aproximadamente R$ 85 milhões, e ninguém quis bancá-lo. No entanto, a administração anterior optou por fazer a ponte estaiada, que vai ter o mesmo custo”, revelou.

O líder do PPS, Helio Wirbiski (PPS), questionou sobre o que está sendo feito para resolver os problemas de atraso em obras. O secretário da Copa informou que foi formada uma comissão para avaliar cada caso em particular e tranquilizou os vereadores quanto ao cumprimento dos prazos. “Temos feito um acompanhamento desses trabalhos, junto com a secretaria de Obras e o Ippuc e o resultado tem sido positivo”, declarou.

Ele acrescentou que a intervenção na Linha Verde Sul, que está paralisada, será retomada somente após execução de nova licitação. Quanto à revitalização da avenida Cândido de Abreu, informou que ainda está em análise, pois o projeto inicial não foi feito de maneira aprofundada.

O andamento das obras na Arena da Baixada e as desapropriações no entorno do estádio foram questionadas pela líder da oposição, Noemia Rocha (PMDB). Reginaldo Cordeiro apontou que o atraso na conclusão do estádio se deve à demora para definir a engenharia financeira que iria viabilizar a obra, bem como a polêmica em torno do potencial construtivo.

“Estamos entre 55 e 60% da construção concluída. Mas esses levantamentos costumam levar em conta somente aquilo que faltava para concluir no estádio. Acredito que a Arena esteja pronta até o final do ano. No máximo entre janeiro e fevereiro do ano que vem”, confirmou Cordeiro.

Sobre as desapropriações, o gestor garantiu que já foram realizadas, sendo que R$ 14 milhões foram depositados em juízo pela prefeitura. “Existem apenas um ou dois moradores que ainda não saíram do local e o Atlético tem até 2014 para reembolsar a cidade sobre o valor dessas desapropriações”, resumiu.

Também participaram do debate os vereadores Tico Kuzma (PSB), Cristiano Santos (PV), Professora Josete (PT) e Valdemir Soares (PRB).