Vereadores questionam secretário a respeito do projeto do Metrô
A Câmara Municipal recebeu, na sessão desta quarta-feira (15), a visita do secretário de Planejamento e Gestão da prefeitura, Fábio Dória Scatolin, que veio à Casa falar sobre a implantação do Metrô de Curitiba e esclarecer os vereadores sobre o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), lançado pela prefeitura para convocar interessados em aprofundar os estudos e apresentar alternativas para um projeto mais consistente.
Scatolin detalhou aos vereadores como a proposta herdada da gestão anterior foi construída e indicou as falhas que foram verificadas por uma comissão de revisão, instituída no inicio do ano pelo prefeito Gustavo Fruet. Os principais problemas, relatou, estão no orçamento da obra, na projeção da demanda de passageiros, que teria sido superestimada, e os métodos construtivos sugeridos, considerados inadequados.
Apesar das críticas, Scatolin negou que a atual administração tenha interesse em abandonar o projeto. “Nós estamos mantendo 80% do planejamento anterior, a começar pelo traçado, que não sofrerá alterações. Não estamos abandonando nada, mas sim, aperfeiçoando. Sem uma pesquisa de origem e destino, não é possível discutir outros traçados. Contudo, com os dados disponíveis atualmente, sabemos que o eixo norte-sul é o que apresenta a maior demanda de passageiros”, afirmou.
Fábio Scatolin acrescentou que a prefeitura está comprometida com o projeto, mas garantiu que o prefeito terá cautela na tomada de decisões. “Não podemos entrar em uma aventura. Nós teremos metrô apenas se o projeto for viável, considerando as perspectivas técnicas e econômicas. Quem quiser ver o que não deve ser feito, vá a Salvador (BA). Lá estão 6 km de obra parada e os trens estão apodrecendo”, lamentou.
O presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, Jonny Stica (PT), também comentou sobre o projeto da gestão anterior, que teria sido construído com poucos estudos técnicos e baixa participação popular. “A maior parte do metrô seria edificada com a técnica Cut and Cover (cavar e cobrir), o que traria um grande impacto ambiental, além de problemas para a mobilidade urbana e para as atividades comerciais. É uma das opções mais baratas, mas traria graves transtornos à cidade”.
Para Stica, o principal desafio do município é descobrir qual é a melhor solução para a mobilidade, seja por meio do sistema de metrô ou outros modais de transporte. “Essa discussão não pode ser política. Ela deve ser feita com responsabilidade técnica”, concluiu.
Debate
Diversos vereadores participaram da discussão, fizeram perguntas e apresentaram criticas à maneira como a atual gestão tem conduzido o assunto. Chicarelli (PSDC) questionou sobre os integrantes da comissão que revisou o projeto e indagou sobre o currículo dos técnicos da prefeitura que atuam na área. Scatolin respondeu que valoriza os profissionais que realizam os estudos, mas registrou que a administração anterior não deixou uma estrutura técnica formada. “O trabalho tem sido feito com base em consultorias, mas nossa maior assessoria é do grupo técnico do metrô de São Paulo. Temos que fazer tudo com muito cuidado, pois o mercado não aceita chutes”.
O líder do PSB, vereador Tico Kuzma reprovou o novo prazo de estudos aberto com o PMI. “Não consigo entender o porquê dessa dilatação de prazo se a prefeitura tem um projeto pronto para ser licitado. Já houve cinco meses para estudar o assunto e agora são mais três. Isso tudo me parece uma desculpa da gestão para não fazer o metrô. Corremos o risco de não ter nenhum projeto a ser apresentado”.
Também descontente, Professor Galdino (PSDB) disse que “é difícil compreender os motivos que levaram Gustavo Fruet a jogar pelo ralo 10 anos de trabalho e R$ 11,5 milhões gastos em estudos. Além disso, podemos perder R$ 1 bi, que ficarão nos cofres federais”, alertou.
A mesma preocupação com a perda dos recursos federais e estaduais foi manifestada pelos vereadores Helio Wirbiski (PPS), Aldemir Manfron (PP), Chico do Uberaba (PMN) e Noemia Rocha (PMDB), que é a líder da oposição.
Já para o líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), a postura do chefe do Executivo tem sido “responsável”. Ele pontuou que várias obras na cidade ainda estão paradas por terem sido mal planejadas e em razão do ex-prefeito não ter deixado os recursos necessários. O líder sugeriu que o debate sobre a mobilidade seja aprofundado na Comissão de Urbanismo.
Também em atenção aos questionamentos, Fábio Scatolin esclareceu que o PMI vai dizer quanto deve custar o metrô. “Esta é uma medida obrigatória, conforme define a a lei de Parcerias Público Privadas. Acredito que, com tranquilidade, teremos os dados necessários dentro do prazo certo. Não queremos perder os recursos e achamos até que cada um dos envolvidos deveria aportar valores maiores”, assinalou.
Outros temas, como o impacto no trânsito que as obras causariam, a realização de audiências públicas, a possibilidade da utilização de outros modais de transporte, faixas exclusivas de ônibus, a necessidade de um marco jurídico bem elaborado e o relatório do Tribunal do Contas do Estado, que indica problemas no atual projeto, foram apresentados pelos parlamentares.
Estas questões foram abordados pelos vereadores Tiago Gevert, Rogério Campos e Bruno Pessuti, do PSC, Professora Josete (PT), Valdemir Soares (PRB), Sabino Picolo (DEM), Jorge Bernardi (PDT) e Paulo Salamuni (PV), presidente da Câmara. O presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, Cassio José Ribas Macedo, também participou do debate.
Scatolin detalhou aos vereadores como a proposta herdada da gestão anterior foi construída e indicou as falhas que foram verificadas por uma comissão de revisão, instituída no inicio do ano pelo prefeito Gustavo Fruet. Os principais problemas, relatou, estão no orçamento da obra, na projeção da demanda de passageiros, que teria sido superestimada, e os métodos construtivos sugeridos, considerados inadequados.
Apesar das críticas, Scatolin negou que a atual administração tenha interesse em abandonar o projeto. “Nós estamos mantendo 80% do planejamento anterior, a começar pelo traçado, que não sofrerá alterações. Não estamos abandonando nada, mas sim, aperfeiçoando. Sem uma pesquisa de origem e destino, não é possível discutir outros traçados. Contudo, com os dados disponíveis atualmente, sabemos que o eixo norte-sul é o que apresenta a maior demanda de passageiros”, afirmou.
Fábio Scatolin acrescentou que a prefeitura está comprometida com o projeto, mas garantiu que o prefeito terá cautela na tomada de decisões. “Não podemos entrar em uma aventura. Nós teremos metrô apenas se o projeto for viável, considerando as perspectivas técnicas e econômicas. Quem quiser ver o que não deve ser feito, vá a Salvador (BA). Lá estão 6 km de obra parada e os trens estão apodrecendo”, lamentou.
O presidente da Comissão de Urbanismo e Obras Públicas, Jonny Stica (PT), também comentou sobre o projeto da gestão anterior, que teria sido construído com poucos estudos técnicos e baixa participação popular. “A maior parte do metrô seria edificada com a técnica Cut and Cover (cavar e cobrir), o que traria um grande impacto ambiental, além de problemas para a mobilidade urbana e para as atividades comerciais. É uma das opções mais baratas, mas traria graves transtornos à cidade”.
Para Stica, o principal desafio do município é descobrir qual é a melhor solução para a mobilidade, seja por meio do sistema de metrô ou outros modais de transporte. “Essa discussão não pode ser política. Ela deve ser feita com responsabilidade técnica”, concluiu.
Debate
Diversos vereadores participaram da discussão, fizeram perguntas e apresentaram criticas à maneira como a atual gestão tem conduzido o assunto. Chicarelli (PSDC) questionou sobre os integrantes da comissão que revisou o projeto e indagou sobre o currículo dos técnicos da prefeitura que atuam na área. Scatolin respondeu que valoriza os profissionais que realizam os estudos, mas registrou que a administração anterior não deixou uma estrutura técnica formada. “O trabalho tem sido feito com base em consultorias, mas nossa maior assessoria é do grupo técnico do metrô de São Paulo. Temos que fazer tudo com muito cuidado, pois o mercado não aceita chutes”.
O líder do PSB, vereador Tico Kuzma reprovou o novo prazo de estudos aberto com o PMI. “Não consigo entender o porquê dessa dilatação de prazo se a prefeitura tem um projeto pronto para ser licitado. Já houve cinco meses para estudar o assunto e agora são mais três. Isso tudo me parece uma desculpa da gestão para não fazer o metrô. Corremos o risco de não ter nenhum projeto a ser apresentado”.
Também descontente, Professor Galdino (PSDB) disse que “é difícil compreender os motivos que levaram Gustavo Fruet a jogar pelo ralo 10 anos de trabalho e R$ 11,5 milhões gastos em estudos. Além disso, podemos perder R$ 1 bi, que ficarão nos cofres federais”, alertou.
A mesma preocupação com a perda dos recursos federais e estaduais foi manifestada pelos vereadores Helio Wirbiski (PPS), Aldemir Manfron (PP), Chico do Uberaba (PMN) e Noemia Rocha (PMDB), que é a líder da oposição.
Já para o líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), a postura do chefe do Executivo tem sido “responsável”. Ele pontuou que várias obras na cidade ainda estão paradas por terem sido mal planejadas e em razão do ex-prefeito não ter deixado os recursos necessários. O líder sugeriu que o debate sobre a mobilidade seja aprofundado na Comissão de Urbanismo.
Também em atenção aos questionamentos, Fábio Scatolin esclareceu que o PMI vai dizer quanto deve custar o metrô. “Esta é uma medida obrigatória, conforme define a a lei de Parcerias Público Privadas. Acredito que, com tranquilidade, teremos os dados necessários dentro do prazo certo. Não queremos perder os recursos e achamos até que cada um dos envolvidos deveria aportar valores maiores”, assinalou.
Outros temas, como o impacto no trânsito que as obras causariam, a realização de audiências públicas, a possibilidade da utilização de outros modais de transporte, faixas exclusivas de ônibus, a necessidade de um marco jurídico bem elaborado e o relatório do Tribunal do Contas do Estado, que indica problemas no atual projeto, foram apresentados pelos parlamentares.
Estas questões foram abordados pelos vereadores Tiago Gevert, Rogério Campos e Bruno Pessuti, do PSC, Professora Josete (PT), Valdemir Soares (PRB), Sabino Picolo (DEM), Jorge Bernardi (PDT) e Paulo Salamuni (PV), presidente da Câmara. O presidente do Instituto de Engenharia do Paraná, Cassio José Ribas Macedo, também participou do debate.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba