Vereadores questionam quem paga os novos ônibus
Os vereadores independentes e da bancada de oposição vão questionar no Ministério Público do Paraná (MP-PR) quem está bancando a aquisição dos novos ônibus que integram o transporte coletivo de Curitiba. Segundo eles, as informações oficiais são “desencontradas e contraditórias”. O documento será entregue nesta quarta-feira (11), às 14h.
O anúncio foi feito durante a sessão plenária pelo líder da oposição, Goura (PDT). Segundo ele, os requerimentos de pedidos de informações ao Executivo trouxeram dados diferentes - em um dos documentos o Executivo informa que os veículos seriam comprados pelas concessionárias, sem a participação do Poder Público (062.00556.2017); e no outro, feito pela Comissão de Serviço Público, a Urbs disse que a diferença entre o valor da tarifa técnica e da social seriam designados ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), para a compra da nova frota (062.00573.2017).
Em novo texto, Goura diz que a Urbs voltou a informar que seria responsabilidade das empresas a aquisição da frota. “É preciso descobrir quem está bancando a compra dos ônibus. Mesmo que sejam adquiridos pelo FUC, isso é gravíssimo. Significa que o dinheiro público está sendo utilizado duas vezes, para a compra de bens privados”, alertou. Ele ainda falou que “as negociações entre Urbs e Setransp (Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo) precisam ser esclarecidas” (062.00118.2018).
Signatária da denúncia ao MP, Professora Josete frisou que é importante esclarecer a diferença entre o valor da tarifa técnica e da social destinada ao Fundo de Urbanização. “Essa Casa não pode esquecer que a CPI [do Transporte Coletivo] apontou diversos problemas e irregularidades. Tanto ao contrato [de prestação de serviço] como o gerenciamento da Urbs”, acrescentou.
A leitura por parte dos demais parlamentares, do relatório da CPI do Transporte Coletivo em 2013, cujo relator foi o vereador Bruno Pessuti (PSD), foi recomendada por Noemia Rocha (PMDB). “Nada foi feito. Aí agora o MP arquiva o relatório. Isso a mando de quem?”, questionou. Ela ainda se manifestou contrária à inclusão das gratuidades concedidas a diversas categorias na composição da tarifa paga pelos passageiros. “Não é possível que o usuário tenha que bancar a cortesia com o chapéu dos outros”, acrescentou. Ela disse que não discorda da gratuidade, mas que essas passagens fossem pagas pelas entidades beneficiadas, citando os Correios e a Polícia Militar.
Além de Goura e Josete, assinaram o documento os vereadores Caca Pereira (PSDC), Felipe Braga Côrtes (PSD), Marcos Vieira (PDT), Noemia Rocha (PMDB) e Professor Euler (PSD).
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