Vereadores permitem abertura de crédito para compra de terrenos
Foi aprovado, por 23 votos a 6, o projeto de lei orçamentária (013.00008.2017) que remaneja R$ 16 milhões dentro da Prefeitura de Curitiba para custear a compra de 22 terrenos da Urbs, empresa pública que gerencia o transporte coletivo da cidade. A autorização para a compra dos terrenos havia sido aprovada no dia 11. Conforme a mensagem do prefeito Rafael Greca, o dinheiro será remanejado e proveniente da “contribuição patronal dos servidores inativos, pensionistas e outros” – numa referência à despesa que o Executivo deixou de ter com a aprovação do Plano de Recuperação.
"Na verdade, a ementa deveria ser outra. "Atender despesas da Urbs em relação a dívidas da Urbs", seria mais honesto. Nós temos aqui dois pesos e duas medidas. Pra garantir o pagamento de dívidas da Urbs a prefeitura tem recursos, então vai desembolsar 16 milhões pra comprar inclusive estacionamento do MuMA [Museu Municipal de Arte] lá no Portão. Então queria saber: qual é o interesse do município em comprar um estacionamento?", manifestou-se Josete, que votou contra.
É no bairro do Tarumã que está localizada a maior parte dos terrenos postos à venda para a Prefeitura de Curitiba pela Urbs. São 20 lotes, próximos uns dos outros, que, quando somados, perfazem uma área de 10 mil m². Ela foi avaliada em R$ R$ 9,449 milhões – 59% do valor da operação imobiliária objeto dos projetos de lei. Os lotes, para efeito de localização, estão próximos à rua Dr. Heitor Valente, paralela à avenida Victor Ferreira do Amaral. A segunda maior área, de 4.979,05 m², fica no bairro Cidade Industrial e foi avaliada em R$ 2,54 milhões. Por último, um lote único, de 1.981,7 m², no bairro do Portão, será vendido ao Executivo por R$ 3,96 milhões.
Para Josete, é necessária, em vez de “tapar buracos”, uma auditoria nos contratos e na gestão da Urbs, "para que tenha equilíbrio financeiro”. Ela acredita que os outros problemas vão continuar existindo. "Quem sabe daqui a algum tempo vamos estar discutindo outro crédito adicional para salvar a Urbs. Voto contrário para que Urbs busque outros mecanismos e seja autossustentável. Além do munícipe já pagar a tarifa mais alta do Brasil, agora estamos dizendo que ele também vai pagar as dívidas da Urbs."
Para Goura, também contrário ao projeto, o objetivo do crédito não está claro. "A prefeitura está fazendo aquisição de diversos imóveis que pertencem à Urbs, que na verdade é para cobrir o rombo da empresa, mas que isto esteja claro." Ele acredita que há a necessidade de o Executivo rever todos os imóveis de propriedade do município que estejam desocupados, e citou alguns que sofreram incêndio, como a Casa Erbo Stenzel, no Parque São Lourenço. "Existem diversos imóveis que estão deteriorando, aguardando um incêndio", alertou. Nenhum vereador da base de apoio ao prefeito discutiu o projeto.
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