Vereadores pedem providências sobre salários atrasados na Cohab
A situação dos servidores da Cohab de Curitiba, que entraram em greve nesta segunda-feira (11) para cobrarem salários atrasados, foi comentada durante a sessão plenária da Câmara Municipal. O primeiro orador, Ezequias Barros (PRP), que já ocupou cargo na diretoria na estatal, pediu atenção de Rafael Greca à situação dos trabalhadores da empresa “que sempre contribuiu com a cidade”. Ele considerou que a situação não é culpa do atual prefeito, “mas de gestões anteriores que tornaram a Cohab um penduricalho de cargos”, disse. Barros sugeriu que a prefeitura lance um “programa de gestão” para a estatal, dando como exemplo a Urbs.
Professora Josete (PT) afirmou que, desde o início da atual gestão municipal, “apenas em dois meses a Cohab pagou no prazo legal o salários dos seus funcionários”. A vereadora definiu a situação como “grave” e citou que existem 50 cargos em comissão na entidade, o que representa cerca de 20% do quadro funcional, percentual considerado “altíssimo” por ela. “Qual a real necessidade desse número de cargos em comissão para que o trabalho da Cohab seja feito?”, questionou.
Na mesma linha, a líder da oposição na Casa, Noemia Rocha (MDB), disse ter uma preocupação “muito grande” em relação aos postos comissionados na Cohab. Ela disse que recebeu denúncia “anônima”, feita por servidores de carreira da empresa, de que diversos comissionados não iam trabalhar e que alguns foram “flagrados nas [administrações] regionais distribuindo cartõezinhos de vereadores”, mas não citou nenhum parlamentar.
Noemia mencionou ainda requerimento de pedidos de informações oficiais encaminhado ao Executivo, protocolado por Goura (PDT) e assinado por diversos vereadores, questionando o motivo dos atrasos nos salários, o saldo de dívidas da entidade e a relação de cargos em comissão (062.00307.2018). “Queremos saber quem está indicando esses cargos e quais as medidas que a entidade está tomando sobre isso”, pontuou a vereadora.
Para Felipe Braga Côrtes (PSD), independente da “posição política”, quem já trabalhou na empresa, assim como ele, a defende “com unhas e dentes”. O parlamentar lamentou a situação da estatal, citada por ele como uma das “melhores” do Brasil. “[A Cohab] precisa de uma gestão nova e um novo planejamento”, considerou. Ele disse que espera as respostas do Executivo sobre o assunto. O líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB), não se manifestou sobre o assunto.
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