Vereadores ouvem Estre Ambiental sobre novo aterro

por Assessoria Comunicação publicado 09/06/2010 18h15, última modificação 30/06/2021 07h38
A empresa Estre Ambiental S/A, de São Paulo, proprietária de um aterro sanitário em Fazenda Rio Grande, apresentou aos vereadores o trabalho que poderá desenvolver no gerenciamento do lixo de Curitiba. A reunião foi marcada pelas comissões especiais do Lixo e de Assuntos Metropolitanos da Câmara, após os parlamentares receberem a notícia de que a empresa estaria apta para receber temporariamente o lixo da capital, que hoje vai para a Caximba. Foi aberta pelo Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos a possibilidade de empresas se colocarem à disposição para receberem o lixo temporariamente. A decisão foi tomada porque o Aterro da Caximba deve ser desativado em novembro e ainda não foi resolvido o impasse da licitação para escolher quem vai gerir a nova indústria de processamento de lixo da capital e cidades da região metropolitana.
“A reunião foi positiva, a empresa nos parece sólida e com toda a capacidade de atender as necessidades. Tem renome nacional e grandes projetos desenvolvidos em São Paulo e outros Estados”, disse o vereador Roberto Hinça (PDT), presidente da Comissão do Lixo. O presidente da Comissão Especial para Assuntos Metropolitanos, vereador Omar Sabbag Filho (PSDB), também teve uma boa impressão a respeito dos trabalhos da empresa. “O encontro atingiu seus objetivos. Pudemos conhecer suas técnicas e métodos e eles apresentaram a possibilidade de atenderem as necessidades”, disse Sabbag Filho. Os parlamentares vão estudar a possibilidade de visitar o aterro e tirar novas dúvidas.
Participaram da reunião também os vereadores Denilson Pires (DEM), Mara Lima (PSDB), João do Suco (PSDB), Noemia Rocha (PMDB), Pedro Paulo (PT), Tico Kuzma (PSB), Aladim Luciano (PV), Jonny Stica (PT), Julieta Reis (DEM), Julião Sobota (PSC) e Felipe Braga Côrtes (PSDB).
A empresa
O diretor da empresa, Pedro Stech informou aos vereadores que a Estre Ambiental funciona há 12 anos. Iniciou com um aterro sanitário em Paulínia (SP) e hoje é especializada em gerenciamento de resíduos de diversas fontes, como o lixo industrial e residencial. Ele informou que atualmente gerencia entre 20 e 25 mil toneladas/dia de lixo em São Paulo. “Metade do lixo da cidade é gerenciado em um dos nossos empreendimentos”, afirmou. Também existem investimentos em Sergipe e no Rio de Janeiro. Segundo ele, a empresa possui, em todas as atividades, a certificação ISO 14000, que reúne normas internacionais que estabelecem regras para que as empresas possam implantar Sistema de Gestão Ambiental.
O aterro
Stech explicou aos parlamentares que a primeira exigência da empresa ao planejar investimentos na região de Curitiba foi quanto ao terreno. De acordo com ele, a procura era por um local na região metropolitana que atendesse exigências ambientais e que fosse grande o bastante para manter a população afastada do núcleo do aterro, onde seriam depositados os resíduos. “Adquirimos uma área de 2,6 milhões de metros quadrados em Fazenda Rio Grande, sendo que vamos utilizar somente 600 mil metros para o lixo. Do restante, a metade já possui mata nativa e, na outra metade, pretendemos complementar esta mata”, afirmou. Ele disse que o objetivo é transformar este espaço de 2 milhões de metros quadrados em Área de Preservação Permanente (APP). Afirmou que o sistema está licenciado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para receber 2,5 mil toneladas de resíduos urbanos. Contou também que o aterro trabalhará no aproveitamento dos gases do aterro para produção de biogás, entre outras formas de reaproveitamento dos resíduos. “Como em nossos outros projetos, teremos a Patrulha Ambiental, recolhendo e limpando 24 horas por dia as áreas de asfalto onde caírem resíduos dos caminhões”, garantiu.
Questionado pelo vereador Roberto Hinça sobre a superioridade do aterro em relação ao da Caximba, Stech respondeu que a Estre tem uma série de soluções tecnológicas voltadas para a questão ambiental que a Caximba não tem, por ser um sistema defasado.
Denúncia
O vereador Juliano Borghetti (PP), relator da Comissão do Lixo, disse que recebeu denúncias de que a empresa estaria tentando convencer a população local em troca de benefícios. Stech afirmou que foi feito um trabalho de apresentação da empresa aos moradores, para que não ficasse uma ideia errada do empreendimento. “Começamos a divulgar o trabalho junto à sociedade de Fazenda Rio Grande porque muitos acreditavam que montaríamos um grande lixão. Temos fotos, lista de presença e registros de todas estas visitas. É tudo público e disponível para quem quiser ver”, relatou. Segundo ele, foram convidados para conhecer as instalações da empresa em São Paulo grupos diferenciados, como escolas e igrejas.
Chorume
O vereador Jonny Stica (PT) questionou sobre qual será o tratamento para o chorume - composto líquido poluente originado da decomposição de resíduos orgânicos - que escorre do aterro. “Na visita do IAP aqui na Câmara perguntamos se o chorume estava caindo no rio Iguaçu sem tratamento e tivemos uma resposta afirmativa”, disse Stica. Stech garantiu que, além de fazer o tratamento do chorume, a empresa fará o reuso da água.