Vereadores não poupam críticas à Urbs

por Assessoria Comunicação publicado 10/08/2010 19h15, última modificação 30/06/2021 10h02
Diversos vereadores declararam, nesta terça-feira (10), durante a sessão plenária na Câmara Municipal, descontentamento com a Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), pelo fato de não terem sido convidados a participar da cerimônia de homologação da primeira licitação do transporte coletivo de Curitiba, realizada na manhã de segunda-feira. “A casa não vai ficar silenciosa. Não podemos nos omitir. A sociedade espera que a defendamos e assim faremos. Não vamos nos calar.”
Na opinião da maioria, todos aqueles que contribuíram com os avanços do sistema e efetivação da lei deveriam fazer parte desse momento histórico. “Foi concluída a primeira licitação de um sistema que funciona há quase 60 anos, que é referência nacional, e a Câmara não mediu esforços, desde o começo, para contribuir e buscar o melhor para população”, avaliaram.
Os vereadores também desaprovaram o local escolhido pela Urbs para a realização da solenidade, um hotel no centro da cidade. Para eles, o melhor seria na própria sede da Urbs, com a presença de todos os envolvidos e interessados. “Nós respeitamos a Urbs. Porém, não há reciprocidade.”
Trabalhadores
O vereador Denílson Pires (DEM), que dirige o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), afirmou que um dos grandes problemas do setor é o fato do presidente da Urbs, Marcos Isfer, também presidir o Conselho Municipal de Transporte. Segundo o parlamentar, o conselho, responsável por promover a participação da comunidade na formação de decisões relevantes acerca de políticas regulatórias de transporte coletivo urbano municipal, elaborar proposições acerca de políticas regulatórias de transporte coletivo urbano municipal para análise pelo Poder Executivo e participar, como órgão consultivo, da formação de decisões relevantes acerca de políticas regulatórias de transporte coletivo urbano municipal, não deveria ser representado pelo presidente da Urbs. “É incoerente colocar a raposa para tomar conta do galinheiro.”
A maior preocupação registrada por Denilson Pires foi com relação aos direitos dos motoristas e cobradores. De acordo com o vereador, representantes do DEM, Urbs e prefeitura irão se reunir na próxima quinta-feira (12) com motoristas e membros da Comissão de Transporte para discutir a situação da categoria. O encontro está marcado para as 9h, na prefeitura.
Oposição
Os vereadores da oposição lamentaram, por sua vez, que alguns segmentos da população interessados “tenham sido impedidos de participar da cerimônia de homologação.” Apesar da promessa de manter o preço da tarifa em R$ 2,20, eles se mostraram preocupados com um possível aumento e também com a qualidade, já que a demanda está cada vez maior.
O fato de cada consórcio concorrer a apenas um lote foi criticado pela vereadora Professora Josete (PT). Ela lembrou que a licitação foi vencida pelos consórcios Pontual, Transbus e Pioneiro, que totalizam 11 empresas, muitas já atuantes no sistema de transporte da cidade. “Parece um jogo de cartas marcadas”, avaliou.