Vereadores lamentam chacina; Francischini pede “ação exemplar da polícia”
Com a pandemia, as sessões da CMC são híbridas, presencial e por videoconferência. Na foto, Flávia Francischini. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
“Foi um crime brutal. A gente precisa de uma ação exemplar da polícia, para mostrar que não se pode ter disputa por locais de venda de drogas [em Curitiba]. Isso não pode continuar existindo. Foram mais de 20 tiros, que a população confundiu com fogos de artifício”, alertou a vereadora Flávia Francischini (PSL), na abertura da sessão plenária desta quarta-feira (9), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A chacina aconteceu na noite de segunda (7), na rua Pinheiro Guimarães, no bairro Portão. Filmagem mostra quando o Fiat Palio, com sete pessoas, foi abordado por outro veículo, começando os disparos.
Flávia Francischini lamentou que o episódio tenha tirado a vida de dois meninos, de 8 e 6 anos de idade. “São crianças que não chegaram a crescer e que hoje poderiam estar indo para a escola. Isto é muito triste”, lamentou. Pedindo desculpas por uma fala mais dura, ela rogou aos órgãos de segurança por uma resposta à sociedade, e fez alusão, dialogando com Eder Borges (PSD), à frase “bandido bom é bandido morto”. Renato Freitas (PT) e Osias Moraes (Republicanos), ao comentarem a chacina, também pediram o esclarecimento do ocorrido, mas discordaram da opinião da parlamentar sobre a forma adequada de punição aos envolvidos.
“Não concordo com a máxima de que ‘bandido bom é bandido morto’, porque creio no arrependimento e na conversão do cidadão, que ele precisa ter a chance de mudar de vida”, respondeu Osias Moraes, relatando parte do seu trabalho missionário em delegacias e penitenciárias. “Claro que vão pagar por seus crimes, não há que isentá-los [da responsabilidade]. Podem ser perdoados nos corações pela própria palavra da fé, mas terão que cumprir com a lei perante a nossa sociedade”, concluiu o parlamentar, que é também pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. “A chacina no bairro Portão é um acontecimento lamentável”.
“Lamento e tenho um pesar profundo pela violência que assola as comunidades periféricas em Curitiba”, disse Renato Freitas, “mas não posso incorrer na contradição [da frase] ‘bandido bom é bandido morto’. Bandido é qualquer um que comete um crime. Quem corta uma árvore protegida, deve morrer? Aquele que tomado pela fome furta um miojo para a família merece morrer? Acredito que não, que a valorização da vida só se dará pela valorização da vida, pelo amor, e a prática da Justiça deve obedecer a legislação”, comentou o parlamentar, frisando que a Constituição não admite pena de morte.
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