Vereadores divergem sobre suspensão das aulas presenciais
Aulas presenciais nas redes públicas e privada foram suspensas por decretos adotados na última sexta-feira. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Em sessão remota nesta terça-feira (2), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) retomou os debates sobre os novos decretos em função da pandemia, em vigor desde a última sexta-feira (26). Assim como na véspera (1º), os vereadores divergiram sobre as medidas mais restritivas. Um dos temas mais discutidos, além de aglomerações no transporte público, impactos para o comércio e leitos de UTI, a suspensão das aulas presenciais nas redes públicas e privada.
Amália Tortato (Novo), que abriu os pronunciamentos desta manhã, questionou o “lockdown à brasileira” e a suspensão das aulas presenciais mesmo com a aprovação dos projetos de lei, estadual e municipal, que inserem a educação como atividade essencial. A vereadora destacou a carreata realizada em Curitiba, no último domingo (28): “Foi enorme. É vontade da população, então vamos deixar as escolas abertas. Com todo o cuidado, toda a segurança. As escolas não são as vilãs desta pandemia”. Para ela, “que então se reduza o número de alunos nas escolas. Mas o último recurso tem que ser fechar”.
“Não podemos tratar de crise, que é um período de excepcionalidade, sob o paradigma de estado de normalidade”, respondeu Dalton Borba (PDT). “O discurso de que a escola deve ser a última a fechar a primeira a abrir”, apesar de chancelado por órgãos internacionais, para “fins de inclusão social”, ponderou o parlamentar, não pode ser defendido sem a vacinação dos profissionais da educação e o rígido atendimento de outros protocolos de segurança. “Estamos falando de volta às aulas [presenciais] com leitos de UTI lotados? Como é que ficam os professores?”, acrescentou.
Na avaliação de Carol Dartora (PT), favorável aos decretos, “é preciso a gente continuar a luta pelas vacinas, que os educadores e educadoras sejam vacinados antes do retorno das aulas presenciais”. A manifestação contra a suspensão das aulas presenciais, opinou, foi uma “carreata da morte, que passou em frente ao Cemitério São Francisco com pessoas sendo sepultadas, e eles passando e gritando, pedindo a volta às aulas e desrespeitando o decreto”. “Isso demonstra uma desumanidade”, completou, sobre as famílias em luto pela Covid-19.
Também a favor dos decretos mais restritivos e da suspensão das aulas presenciais, “apesar de discordar de alguns pontos da gestão”, Professora Josete (PT) afirmou que “há risco sim de transmissão da doença” em escolas. Ela defendeu que deve ser garantida a vacina a toda a população.
“É algo extremamente agressivo chamarmos uma manifestação legítima de pais, de professores, de trabalhadores da educação, de estudantes, que fizeram a carreata para pedir seu direito fundamental à educação, e essa carreata ser chamada de carreata da morte. São pessoas que estão no pleno exercício de sua liberdade de expressão”, rebateu Denian Couto (Pode).
Um dos autores do projeto aprovado pela CMC em fevereiro, para incluir a educação no rol das atividades essenciais, junto a Amália Tortato e a Indiara Barbosa (Novo), o vereador argumentou que existe uma transmissibilidade menor entre as crianças. A proposta de lei aguarda sanção ou veto do Executivo municipal.
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