Vereadores divergem sobre política antidrogas em Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 05/10/2016 11h05, última modificação 08/10/2021 10h05

Enquanto a vereadora Noemia Rocha (PMDB) pediu em plenário, nesta quarta-feira (5), que o próximo prefeito de Curitiba mantenha em operação o projeto Intervidas e o abrigo para gestantes usuárias de crack, Chicarelli (PSDC) avaliou que “o tratamento de drogas foi destruído nestes quatro anos [da gestão de Gustavo Fruet]”.

O projeto Intervidas é um ônibus adaptado, que leva uma equipe multidisciplinar às praças de Curitiba para trabalhar com usuários de álcool e outras drogas em situação de rua. Eles são convidados a participar de atividades recreativas, com foco na ressocialização. Já o abrigo para gestantes usuárias de crack era uma demanda de Noemia Rocha desde 2013, implementada neste ano com o apoio da Fundação de Assistência Social (FAS).

“Tenho medo que o próximo prefeito, naquela vaidade, não dê continuidade [por serem iniciativas do antecessor]”, comentou Noemia. “Idealizamos a casa e eu, junto com a Márcia [primeira-dama e presidente da FAS], conseguimos convencer o prefeito Gustavo Fruet a fazer. Esta casa é a primeira do Brasil, a gente devia expandir o projeto”, disse a parlamentar. “Estou pedindo a vocês”, falou aos vereadores, “a concretização dessa ideia, a ideia de continuarmos buscando políticas públicas para as pessoas em situação de rua, em especial aos usuários de drogas”.

Dizendo que metade de suas emendas parlamentares neste ano irão para políticas antidrogas, Chicarelli não poupou críticas aos programas na área da atual gestão. “Eu vi na pele todos os convênios que poderiam ser feitos para tratamento [que] foram abortados, numa tentativa de um gestor trazido de fora [Marcelo Kimati], que quis que os CAPs [Centros de Atenção Psicossocial] fizessem todos os tratamentos e internamentos”, reclamou.

Citando dois colunistas do jornal Gazeta do Povo, Celso Nascimento e Rogério Galindo, Chicarelli fez uma análise negativa da gestão municipal. “Os jornais insistem em falar que o Gustavo Fruet foi um bom prefeito e que o povo caiu em promessas mirabolantes. O povo sabe o que é uma gestão boa e o tratamento de drogas foi destruído nesses quatro anos”, afirmou. Nisso, ele e Noemia também discordaram. Para a vereadora do PMDB, a presidente da FAS “fez história”. Ela disse que torcia por Requião Filho, mas lamentou por Fruet “não ter voltado”.