Vereadores divergem sobre Lava Jato e liberdade de José Dirceu

por Assessoria Comunicação publicado 03/05/2017 12h40, última modificação 18/10/2021 06h59

A decisão desta terça-feira (2) da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por 3 votos a 2, em libertar o ex-ministro José Dirceu da prisão foi discutida hoje (3) no plenário da Câmara Municipal de Curitiba. A decisão submete Dirceu a “medidas alternativas à prisão”, para evitar novo cometimento de crimes, que serão definidas pelo juiz federal Sérgio Moro, o mesmo que decretou a prisão do ex-ministro em agosto do ano passado.

“Eu fiquei indignado [com as críticas à Lava Jato]”, disse Felipe Braga Côrtes (PSD), para quem os procuradores do Ministério Público Federal não são irresponsáveis. “[Os membros da Lava Jato] fazem um excelente trabalho. Se não fosse a Lava Jato, se não fosse uma nova geração de juízes, sem desmerecer os mais experientes, não teríamos escancarado o câncer da corrupção. Faltaria a demonstração que é um problema endêmico, em todos os setores, público e indignado”, completou. Os comentários de Mendes, para ele, são “briga de poder”.

Sobre a soltura de José Dirceu, o vereador Helio Wirbiski (PPS) reclamou da demora em conceder penas alternativas “aos milhares de brasileiros” na mesma condição que o ex-petista. “Parece que os ricos têm um tratamento [especial] pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto os pobres permanecem detidos”, apontou. Côrtes somou o exemplo de Eike Baptista ao comentário do colega. Wirbiski acrescentou que, em sua opinião, a soltura não significa impunidade. “Ainda haverá o julgamento”, completou.

Para a vereadora Professora Josete (PT), “é importante ouvir o Supremo, pois quando o STF toma um posicionamento ele precisa se pautar pela Constituição Federal”. “Não quer dizer que somos contra o combate à corrupção, pelo contrário, mas que em diversos momentos a Lava Jato tem agido de forma abusiva, descumprindo a Constituição”, disse a parlamentar, citando as conduções coercitivas como exemplo. Os comentários foram ditos em sessão plenária, na parte destinada à manifestação dos parlamentares sobre temas gerais.