Vereadores divergem sobre habeas corpus de Lula no STF
Com posicionamentos opostos, Thiago Ferro (PSDB) e Professora Josete (PT) comentaram a retomada, nesta quarta-feira (4), do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus preventivo apresentado pela defesa do ex-presidente Lula. O vereador falou primeiro, no pequeno expediente, e defendeu a prisão após a condenação em segunda instância. Para ele, a decisão também poderá beneficiar “pessoas perigosas à sociedade, condenadas”, como pedófilos. Já no final da sessão, no horário das lideranças, a parlamentar foi à tribuna da Câmara de Curitiba defender Lula. Ela argumentou que “o que está em jogo é questão da democracia e o respeito à Constituição Federal”, em referência à presunção da inocência.
“Que hoje ao final da tarde o Brasil possa celebrar um país mais sério, um país mais justo", afirmou Ferro. “Que não abram essa brecha para que a cultura da criminalidade possa continuar em nosso país, porque nosso país precisa de punição”, acrescentou. Ele citou manifestações em Curitiba e outras cidades pela prisão de Lula, nessa terça-feira (3), e a citação do procurador Deltan Dallagnol de que “o momento é de oração”. O vereador falou ainda sobre o abaixo-assinado de juízes e membros do Ministério Público ao STF, com 5.048 assinaturas, com argumentos a favor da prisão após a condenação em segunda instância.
Josete, por outro lado, disse que a presunção da inocência não é defendida só pelo “PT, pela esquerda brasileira, mas pelos juristas que sempre procuraram posicionamento no sentido da nossa Constituição, a necessidade de retomar a interpretação”. “Acredito que temos que refletir sobre isso e superar a leitura reducionista que prega o ódio. Quando nós temos a manipulação de leis para atingir alguém, para atingir na verdade para além de uma pessoa, [atingir] um projeto pelo país, nós temos que ter uma posição extremamente cuidadosa. Nós temos buscado fazer debate pautado por elementos, pautado por fatos”, completou a vereadora.
Nessa terça, Felipe Braga Côrtes (PSD) havia falado sobre o julgamento, para defender a prisão do ex-presidente e criticar a impunidade no país. “O Brasil é um dos poucos países que da decisão de segunda instância cabe recurso”, declarou. "O brasileiro não aguenta mais sistema que não pune quem comete crimes.”
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