Na sessão desta segunda-feira (4), seis vereadores da Câmara de Curitiba discutiram os impactos da propagação, nas redes sociais, das chamadas fake news (notícias falsas). O tema foi levantado por Osias Moraes (PRB) que se disse preocupado com o assunto e citou a criação da Frente Parlamentar Mista de Enfrentamento às Fake News, formada por 219 deputados federais e 12 senadores, com o objetivo de propor medidas de combate às publicações preferencialmente antes das eleições de outubro.

“O grupo irá acompanhar projetos de lei que preveem punição a quem difundir [as fake news] e empresas que usarem dados de internautas”, informou Moraes. Ele se baseou em matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, no qual se afirma que as fake news se propagam de forma mais rápida e ampla do que as publicações verdadeiras. “A chance [do usuário] repassar a notícia falsa é 70% maior do que a verdadeira”, pontuou Osias Moraes, que afirmou já ter sido “vítima” desse tipo de publicação e que precisou procurar seus direitos “na justiça”.

Em aparte, Julieta Reis (DEM) salientou que, embora as redes sociais permitam uma comunicação imediata entre os internautas, isso também pode trazer transtornos aos usuários. “Temos que tomar cuidado porque notícias falsas podem causar grandes problemas no Brasil”, observou. Segundo a vereadora, “fake é mentira e mentira é pecado”, acrescentou. Para Dr. Wolmir Aguiar (PSC) é preciso conscientizar os alunos nas escolas sobre o assunto e alertou sobre a questão da “responsabilidade” dos cidadãos a respeito do tema.

Já o vereador Bruno Pessuti (PSD) afirmou que “estamos num período de desinformação” e que hoje existe uma dificuldade em se encontrar fontes confiáveis. Ele citou, ainda, que cerca de 50% das informações que circularam nas redes sociais dos Estados Unidos (durante a campanha eleitoral para presidente, na qual venceu Donald Trump) eram falsas. Na sua opinião, esse tipo de situação está “ameaçando a democracia”. Maria Manfron (PP) e Professor Silberto (MDB) também participaram do debate.