Vereadores discutem medidas para evitar gravidez indesejada

por Assessoria Comunicação publicado 21/03/2017 13h55, última modificação 15/10/2021 07h49

O fornecimento gratuito de contraceptivo subcutâneo, pela rede municipal de saúde de Curitiba, foi discutido na Câmara Municipal durante a sessão plenária desta terça-feira (21). O debate foi levantado pela vereadora Maria Leticia Fagundes (PV), autora de requerimento de sugestão ao Executivo para que o contraceptivo seja disponibilizado pelas unidades de saúde (201.00079.2017). “Infelizmente, no Brasil, 51% das gravidezes não são planejadas”, disse.

Segundo a vereadora, o método é indicado pela Organização Mundial de Saúde como seguro para uso em adolescentes e dependentes de drogas. Para Maria Leticia, o fornecimento desse tipo de contraceptivo poderá ajudar na redução do índice de crianças natimortas em Curitiba, que chega a 9%, devido principalmente à prematuridade do bebês e por se tratarem de filhos de mães adolescentes ou usuárias de drogas.  “Além de ser um método extremamente eficaz, a mulher fica mais livre, não precisando mais lembrar a hora de tomar sua pílula. Uma vez inserido, ele protege contra a gravidez durante três anos. Também tende a diminuir a menstruação e a tensão pré-menstrual”, justifica Maria Leticia.

A vereadora Noemia Rocha (PMDB) apoiou o requerimento e destacou a necessidade do Município retomar ações voltadas à drogadição. “Vemos meninas de 12 anos grávidas e que o pai é usuário também. Provavelmente a criança também nasce dependente. Tenho certeza que a Secretaria de Saúde irá acatar a sua sugestão, pois temos muita demanda na cidade”, disse.

A articulação de medidas entre as secretarias de Saúde e de Educação foi destacada por Professora Josete (PT). Para ela, as políticas públicas precisam incluir a educação como medida preventiva à gravidez precoce. “Precisamos das unidades de saúde e escolas mapeando essas questões e debatendo com a comunidade escolar, envolvendo também os pais, que devem ser chamados a orientar seus filhos”, destacou. “Até porque quando acontece a gravidez, isso atrapalha os estudos quando o bebê nasce e a mãe não tem com quem deixar a criança para poder estudar”, acrescentou Professor Silberto (PMDB). A sugestão recebeu ainda o apoio da vereadora Maria Manfron (PP).

Capacitação
Outro requerimento de Maria Leticia acatado pelo plenário sugere que a prefeitura estabeleça parcerias com as Sociedades Brasileiras de Dermatologia, Endocrinologia, Ortopedia e Pediatria para capacitação dos profissionais que atuam no Município (201.00078.2017). Segundo ela, a sugestão partiu das próprias entidades. “Médicos mais capacitados nas unidades básicas seriam mais resolutivos, o que evitaria que pacientes procurassem os hospitais, desafogando assim o sistema de saúde. Tenho uma lista com médicos dispostos a participar gratuitamente desta iniciativa”, pontuou Maria Leticia.