Vereadores discutem a crise do Brasil e Bolívia

por Assessoria Comunicação publicado 11/05/2006 18h05, última modificação 09/06/2021 10h10
Ao fazer uso da tribuna, na sessão plenária desta quarta-feira (10), a vereadora Professora Josete (PT) comentou o impasse entre Brasil e Bolívia diante do aumento de preço do gás natural. Segundo a parlamentar, a imprensa boliviana afirmou que o aumento não acontecerá por decisão unilateral. "Hoje  é cobrado US$ 3,80 por BTU (medida do gás). O governo de Evo Morales quer subir o preço do gás natural em US$ 2 e o praticado no mercado internacional é de U$ 6 ", comentou a vereadora, complementando que a Bolívia almeja equiparar-se aos demais produtores.
É questão de soberania nacional e nosso governo também poderá ter a mesma atitude com algumas multinacionais. “O atual governo, no momento de sua campanha, já tinha anunciado a nacionalização. Em julho de 2004 foi realizado plebiscito que apoiava integralmente a iniciativa, portanto, o que está acontecendo é o cumprimento da promessa de campanha”, justifica.
Rombo
Josete comentou, ainda, a reunião que discutiu novo preço para o gás natural e a indenização da Petrobras pela perda de seus ativos no processo de nacionalização. “Com certeza vamos chegar a consenso. A Bolívia não quer lesar os países co-irmãos”, disse a parlamentar. “A Petrobras está tomando medidas judiciais para não ser lesada e através de atitudes pacíficas e diplomáticas e deverá resolver bem esse momento de tensão”, concluiu.
Ao fazer o contraponto, o vereador Rui Hara (PSDB) disse estar indignado com o pronunciamento de Josete e o rombo que a Bolívia provocou ao nosso País. “Vão nos expulsar, vão tomar nossas terras,  não sabemos se vão nos indenizar e temos aceitar?  O Brasil não pode admitir tal atitude. O governo Lula vai fechar sua gestão com chave de ouro”, afirmou, acrescentando que aqui se briga por 200 ou 300 mil reais para construir uma creche ou posto de saúde e não devemos aceitar essas imposições. Só com o aumento de U$ 2  do BTU vai representar aumento de U$ 600 milhões para o governo boliviano.
Absurdo
Também o vereador Reinhold Stephanes Júnior (PMDB), disse que  “é inadmissível que tenham sido gastos bilhões de dólares em investimentos na Bolívia e agora tirem das mãos dos brasileiros”. Stephanes comentou não concordar com a posição de Morales, que afirmou que o gás deverá ficar mais caro, porém, somente depois da eleição presidencial no Brasil, “para que não atrapalhe a campanha do amigo Lula”. “O caminho da diplomacia é o melhor mas o que Morales fez com  nosso País é um crime, um absurdo. Já o  presidente deveria estar preocupado com os interesses do país e da população em geral e não se prevalecer de questões políticas. A postura do governo Lula é uma vergonha. No mínimo ele deveria ter recorrido à Organização Mundial do Comércio (OMC) para prestar queixa, isso sem falar em atitudes mais duras como suspender investimentos  bolivianos ou bloqueio de bens em nosso País.