Vereadores discordam de Cristovam Buarque

por Assessoria Comunicação publicado 09/09/2009 19h05, última modificação 25/06/2021 10h11
Declarações do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) feitas na apresentação de suas sugestões à reforma eleitoral foram consideradas “infelizes” por diversos vereadores que, nesta quarta-feira (9), comentaram o assunto na Câmara de Curitiba.
O fim da remuneração de parlamentares de municípios menores causaria um engessamento no trabalho de representatividade desenvolvido por eles, considerando-se que não existe uma verba específica para uso nesta finalidade, como acontece com o Senado, Câmara Federal e Assembléias Legislativas. Algaci Tulio (PMDB), Roberto Hinça (PDT), Pedro Paulo (PT), Juliano Borghetti (PP), Emerson Prado (PSDB), Jonny Stica e Professora Josete, também do PT, falaram na tribuna. Na opinião destes parlamentares, há uma distorção entre a concepção da representatividade de um vereador com o trabalho político de parlamentares de outros escalões. Enquanto Borghetti se referiu aos valores de Brasília, que alcançam os R$ 40 mil, e de deputados estaduais, R$ 27 mil, os vereadores usam de seus salários para manter a sua própria estrutura de representatividade. Emerson Prado lembrou que muitas cidades “nem têm condições de oferecer uma estrutura adequada no setor administrativo, por exemplo, como a de Curitiba, que é considerada modelo no processo legislativo há quase uma década.”
Algaci Tulio abriu a discussão na tribuna e qualificou como um deslize do senador “a proposta de retirada da remuneração parlamentar”. Hinça questionou “por que só a dos vereadores e não dos outros escalões?” Stica apontou “para a distorção na concepção do que é a verba de gabinete”. Para a Professora Josete (PT), os gastos de representatividade não podem ser confundidos com assistencialismo; pelo contrário, “é fundamental ao vereador ter suporte financeiro para os custos deste trabalho”. Houve consenso, incluindo parlamentares que fizeram apartes, em discordar da proposta de Buarque.
Lixo
Preocupação com o meio ambiente e seus reflexos, especialmente em função das últimas chuvas que atingiram fortemente os três Estados do sul do País foi outro assunto da tribuna. Algaci Tulio lembrou que “o alto preço desse descaso começa a ser pago já e não no futuro.”
Roberto Hinça, que comandará a comissão especial da Casa sobre o lixo, pediu celeridade às lideranças na indicação dos nomes. Falou também sobre os lixões de outras cidades, foco de reportagem na mídia nacional. Fez, ainda, comparativos, de como Curitiba está à frente nesta discussão, “muito embora ainda não estejamos no ponto ideal”. O parlamentar quer instalar a CE do Lixo o mais breve possível.