Vereadores destacam proposta sobre epilepsia

por Assessoria Comunicação publicado 06/03/2007 19h40, última modificação 15/06/2021 09h22
“Hoje venho a essa tribuna para defender uma proposta que objetiva salvar vidas.” A afirmação é do vereador Zé Maria (PPS), ao fazer uso da tribuna na Câmara de Curitiba para defender projeto de sua autoria que prevê promoção de cursos e treinamentos sobre epilepsia para servidores da Guarda Municipal, escolas, secretarias municipais e outros órgãos públicos ligados à administração direta.
A proposta, aprovada em segundo turno nesta terça-feira (06), determina que o número de servidores destinados ao treinamento não deverá ser inferior a 10% do quadro funcional de cada órgão público. “Os funcionários para este treinamento são aqueles que tiverem contato com maior número de pessoas: professores, inspetores de alunos, guardas municipais externos, agentes de trânsito, vigilantes, chefias imediatas, por exemplo”, esclareceu. “O curso vai permitir discernimento ao profissional e segurança ao portador de epilepsia, assegurando-lhe o direito à cidadania.", acrescentou.
Destaque
Diversos parlamentares destacaram a iniciativa. O líder do prefeito na Câmara, vereador Mario Celso Cunha (PSDB), esclareceu que a crise  epiléptica pode ocorrer somente uma vez na vida ou seguidamente.
Já a vereadora Nely Almeida (PSDB) lembrou que “a epilepsia isola e cria estigma aos portadores”. Também o vereador Angelo Batista (PP) disse que a proposta vai ajudar a acabar com o tabu existente sobre a enfermidade. O petista Pedro Paulo destacou que é preciso alertar com veemência determinadas deficiências no serviço de atendimento do serviço público. E o vereador Mestre Déa (PP)  explicou que “a falta de atitude  de certas pessoas, às vezes, é por falta de conhecimento”.
Ao justificar o voto, na tribuna, o vereador Custódio da Silva (PAN) afirmou que “é preciso que o Conselho Federal de Saúde reconheça a epilepsia como doença, pois ela é incompatível com determinadas profissões”. O parlamentar citou a atividade dos motoristas, pilotos e metalúrgicos, entre outras.
Epilepsia
A epilepsia é uma disfunção neurológica crônica grave, que acomete entre 1% e 2% da população, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, seriam aproximadamente 3 milhões de pessoas com epilepsia, conformando um problema de saúde pública. A crise epiléptica é desencadeada quando um grupamento de neurônios deixa de funcionar adequadamente por certo tempo. A convulsão corresponde acerca de metade dos casos. Os outros 50% são outros tipos de crises epilépticas que podem passar despercebidas. Daí, a importância dos cursos de qualificação, que devem ser ministrados a todas as pessoas que estão em contato constante com grande número de pessoas. O diagnóstico é feito essencialmente da história do paciente e da pessoa que presenciou a crise. Não há aparelhos ou exames que acusem a epilepsia.
Tratamento
Segundo explica Zé Maria,  quando o portador de epilepsia não responde à medicação, existe o tratamento cirúrgico, removendo-se parte do cérebro. “É necessário levar o conhecimento aos professores e a todos os servidores públicos, preparando-os para atender à criança ou ao adulto com epilepsia”, concluiu.