Vereadores defendem renovação da frota de ônibus de Curitiba
“Que a liminar [concedida em 2013 às concessionárias do transporte coletivo, que as desobriga de renovar a frota] seja derrubada ou que os empresários fechem um acordo”, afirmou Osias Moraes (PRB), na sessão desta quarta-feira (18) da Câmara Municipal, sobre a vida útil dos ônibus de Curitiba - discurso que gerou debate em plenário sobre o tema. Dos 1.656 veículos, 426 circulam há dez anos ou mais e já deveriam ter sido substituídos. Até o final de 2017, o número chegará a 529. O vereador também lamentou a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que suspendeu a redução da tarifa técnica (valor repassado por passageiro às empresas) em R$ 0,24.
“Nós sabemos que nossa capital é a capital com a passagem de ônibus mais cara, de R$ 4,25”, declarou Moraes, para quem a prefeitura “tem feito um esforço muito grande” para renovar o “sistema sucateado”. “Precisamos avançar nessa discussão”, completou. “Eu mesmo fiz uma viagem daqui de frente do [Shopping] Estação, algumas semanas atrás. Peguei um biarticulado e fui daqui do Estação até a [avenida] João Gualberto. Você tem a sensação que o ônibus vai partir. Ele passa em determinados lugares que você tem a sensação que o ônibus não vai aguentar.”
“Amanhã esse número [de veículos com a vida útil vencida] vai aumentar, se nada acontecer”, continuou Rogério Campos (PSC), da diretoria do sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo, o Sindimoc. Na análise do vereador, “ônibus velho, pegando fogo, caindo porta, ônibus que não dá condição do motorista exercer 100% de seu profissionalismo” afastam os usuários do sistema. Com menos passageiros pagantes, a tendência é que a tarifa aumente. “Se vem essa frota nova, a Urbs disse, aqui em audiência pública, que o prefeito determinou que os ônibus novos venham equipados com câmeras de segurança”, defendeu, sobre demanda da categoria contra assaltos.
“Se nós queremos aumentar a quantidade de passageiros no sistema, temos que melhorar a qualidade nos ônibus”, apontou Ezequias Barros (PRP). Bruno Pessuti (PSD) lembrou que a idade vencida vem sendo denunciada desde 2014 e lamentou fala do presidente do Sindimoc. Segundo ele, Anderson Teixeira disse que a decisão do TJ-PR é uma “vitória da população”. “Não, é uma vitória das empresas, enquanto a população sofre cada vez mais com a falta de qualidade”, justificou. Thiago Ferro (PSDB) e Jairo Marcelino (PSD) reforçaram a necessidade de ônibus mais novos.
A Professora Josete (PT) encerrou o debate: “Falta ação efetiva desta Casa, que quando teve oportunidade se negou, que era o desdobramento da CPI. Mais que observações temos que ter ações práticas”. A vereadora pediu que a discussão seja realizada no colegiado de Serviço Público, com o argumento que “no momento em que a maioria rejeitou o requerimento [para a constituição da comissão especial] foi dito que era atribuição da comissão”. “Quero então solicitar ao presidente, Paulo Rink [PR]”, afirmou.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba