Vereadores debatem retomada de aulas presenciais

por Fernanda Foggiato — publicado 30/03/2021 13h55, última modificação 30/03/2021 14h05
CMC divergiu sobre fala do prefeito sobre aulas da rede municipal. Segundo Greca, atividades serão remotas até a vacinação dos professores.
Vereadores debatem retomada de aulas presenciais

Sistema híbrido foi suspenso na rede municipal no final de fevereiro, uma semana após a retomada das aulas presenciais. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Repercutiu na sessão plenária desta manhã declaração do prefeito Rafael Greca, nessa segunda-feira (29), de que as aulas presenciais na rede municipal de educação só serão retomadas com a vacinação dos professores contra a Covid-19. O presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Tico Kuzma (Pros), adiantou agenda, às 16h30 desta terça-feira (30), com representantes do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Curitiba (Sinepe/PR). A pauta é a pandemia e o sistema híbrido na rede privada.

Será que o senhor prefeito está falando que vamos vacinar metade da nossa população até dia 5 de abril, que é quando esse decreto termina?”, disse Amália Tortato (Novo). Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Turismo da CMC, ela aponta que os professores foram incluídos na quarta fase do Plano Municipal de Imunização (PMI) contra a Covid-19 e calcula que, até lá, Curitiba precisaria vacinar cerca de 1 milhão de pessoas. “Ou será que ele está falando que vamos ter que assistir a mais um ano de escolas fechadas? Ou que ele pretende passar os professores e policiais, a exemplo do que disse nosso governador Ratinho Júnior, à segunda fase de vacinação?”, acrescentou.

Segundo Amália, a capital tem 350 mil crianças de 0 a 14 anos, muitas filhas de trabalhadores de atividades essenciais, fora das salas de aula. Ela é autora, junto a Indiara Barbosa (Novo) e a Denian Couto (Pode), do projeto que estabelece a educação como atividade essencial na cidade. O trecho da lei que proibiria a suspensão das aulas presenciais recebeu veto parcial do prefeito, decisão sob a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Entendo que é importante a vacinação dos professores. Então que o prefeito consiga vacinar os professores urgente, o quanto antes, para que a gente não tenha mais um ano sem aulas. As crianças precisam voltar”, cobrou Indiara. Para Ezequias Barros (PMN), a retomada das aulas presenciais é uma grande preocupação dos pais e responsáveis. “Muitas crianças estudaram [no último ano], mas não tiveram os ganhos que poderiam ter”, avaliou.

Contrapontos

Não há de fato uma previsão para essa vacinação, já que os professores pertencem ao quarto grupo, sem uma data determinada, por conta da ausência de vacinas”, declarou Renato Freitas (PT). Em sua avaliação, o país demorou a distribuir as doses por conta de questões ideológicas do governo federal.

Fomos contrários desde o início ao retorno às aulas sem a vacinação”, disse. O vereador também argumentou que as escolas da rede municipal e os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) não dispõem de estrutura adequada e servidores em número suficiente, além de testagem em massa. “As crianças também estavam expostas ao risco de contaminação.”

Concordo plenamente com o prefeito Rafael Greca”, apoiou Professora Josete (PT). Ela pediu a vacinação prioritária não só dos professores, mas também dos demais servidores e terceirizados que atuam nas escolas. “Não podemos naturalizar as mortes. Temos aí mais de 300 mil mortos no Brasil.”