Vereadores de Curitiba pedem salas de descanso para motoristas de ônibus

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 02/09/2024 17h20, última modificação 03/09/2024 09h07
Sugestão será enviada à Prefeitura de Curitiba, que pode acatar ou não a ideia.
Vereadores de Curitiba pedem salas de descanso para motoristas de ônibus

Ideia é que a implantação de salas de descanso nos terminais de ônibus esteja prevista na próxima licitação do transporte coletivo de Curitiba. (Foto: Arquivo/CMC)

Dez sugestões à Prefeitura de Curitiba foram avaliadas e aprovadas pela Câmara de Vereadores na sessão plenária desta segunda-feira (2). Os vereadores e vereadoras da cidade concordaram, por exemplo, em enviar ao Executivo a recomendação para que sejam instaladas salas de apoio operacional e de repouso nos terminais de ônibus, com o objetivo de melhorar a qualidade de trabalho dos motoristas e cobradores. Agora, caberá à gestão decidir se acata, ou não, a ideia.

A intenção da indicação ao Poder Executivo é que esses profissionais do transporte coletivo tenham um ambiente e estrutura adequados e exclusivos para fazer intervalos de repouso ou reinício das jornadas, troca de uniformes e refeições rápidas. “Atualmente, é necessário o deslocamento dos profissionais até a sede das empresas ou mesmo às suas residências, gerando custos financeiros, de mobilidade e comprometimento da qualidade laboral, numa realidade cuja ineficiência tem reflexos diretos no bem-estar no ambiente de trabalho e na prestação dos serviços à população curitibana”, diz a proposição (205.00366.2024). 

Na proposição aprovada recomenda-se, ainda, que estas salas de descanso sejam equipadas com eletrodomésticos, como freezer, microondas, mesas e cadeiras. Autora da indicação, Noemia Rocha (MDB) informou que cidades como Goiânia (GO) já contam com estes espaços para os motoristas e cobradores de ônibus. Ela defendeu que a medida vai “melhorar a qualidade de trabalho e a segurança dos trabalhadores” e pediu que a Prefeitura de Curitiba estude incluir a implantação destas salas no próximo contrato do sistema de transporte coletivo, que deverá ser revisado em 2025.

“É um benefício que vai refletir no atendimento à população. Um motorista que tem estrutura para descanso, para comer bem, ele, com certeza, vai trabalhar muito mais, com mais tranquilidade”, disse a vereadora. No debate, a sugestão ganhou o apoio de Professora Josete (PT), que relatou a dificuldade que os profissionais enfrentam para ir ao banheiro durante o horário de trabalho; de Ezequias Barros (PRD), que relembrou sua experiência como cobrador de ônibus e sugeriu que as salas de apoio sejam colocadas em locais estratégicos da cidade, como nas administrações regionais; e de Rodrigo Reis (PL), que elogiou o sistema de transporte coletivo de Curitiba.

Sugerida mudança no nome de linha de ônibus

Ainda dentro do tema transporte coletivo, a CMC aprovou a indicação para que a Urbs estude substituir o nome da atual linha de ônibus 628, denominada Carbomafra, para linha Horsch. O nome atual é alusivo à Indústria Química Carbomafra, que em 2015 encerrou suas atividades em Curitiba. Anos depois, em 2023, a Horsch, uma indústria especializada na produção e exportação de máquinas agrícolas, passou a funcionar a cerca de 500 metros da antiga Carbomafra. “Ambos os terrenos são acessíveis pela rua Wiegando Olsen, que corresponde a grande parte do trajeto da linha [de ônibus]”, cita a sugestão (205.00367.2024), assinada pelo vereador Jornalista Márcio Barros (PSD). 

QR Code para turistas, food trucks no Barigui e academia ao ar livre

A implementação de QR Code nos veículos de aplicativos de carona compartilhada, como Uber ou 99, foi outra sugestão aprovada pelo plenário nesta segunda-feira. Na proposição, indica-se que esta ferramenta seja voltada ao turismo, para facilitar o deslocamento de quem vem a Curitiba para conhecer a cidade. “A maioria dos turistas utiliza serviços de transporte individual, como táxis e aplicativos, para se locomover entre os destinos turísticos, muitas vezes sem pleno conhecimento das opções de roteiros e atividades disponíveis”, argumenta a proposição (205.00363.2024). 

“O QR Code nos pontos turísticos, terminais de transporte e até mesmo diretamente nos veículos de transporte individual é uma solução prática e acessível para que turistas possam acessar informações detalhadas sobre os destinos, atividades, e rotas sugeridas de Curitiba, diretamente em seus smartphones. Neste sentido, sugiro que sejam realizados estudos para a criação e implementação de QR Codes em pontos estratégicos da cidade, integrados a aplicativos de transporte individual como Uber, com informações que orientem os turistas sobre os principais pontos turísticos, roteiros recomendados, e atividades culturais disponíveis”, complementa o autor Sidnei Toaldo (PRD). Ele pediu que a medida seja estudada pela Urbs.

O mesmo vereador propôs que a Prefeitura de Curitiba estude ampliar os pontos de permissão para food trucks fixos ou temporários no Parque Barigui (205.00364.2024). Na sugestão, justifica-se que o local é um dos principais cartões-postais de Curitiba, recebendo milhares de visitantes diariamente, entre moradores e turistas. “Vale ressaltar que a ampliação dos pontos de permissão pode fomentar o empreendedorismo local, oferecendo oportunidades para pequenos empresários do setor alimentício e contribuindo para a geração de empregos e a movimentação econômica da cidade.” Ao Executivo, também por iniciativa de Toaldo, a CMC ainda vai recomendar a realização de estudos visando à implantação de uma academia ao ar livre na rua Oscár Capeline, no São Braz (205.00365.2024).

O que são as indicações de sugestão ao Poder Executivo?

Votadas em turno único e de maneira simbólica (sem o registro no painel eletrônico), as indicações de sugestão são um tipo de proposição diferente dos projetos de lei. Elas recomendam ações para serviços de competência apenas do Poder Executivo. Ou seja, apesar de serem uma manifestação legal dos vereadores, submetidas ao plenário, as sugestões não são impositivas. Cabe à administração municipal avaliar e acatar, ou não, cada proposta.

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