Vereadores de Curitiba fazem plantão enquanto durar ocupação
A Comissão Executiva da Câmara Municipal de Curitiba, acompanhada de um grupo de vereadores, está de plantão na sala da presidência para tomar providências e acompanhar os desdobramentos da ocupação do plenário da Casa. Desde ontem à noite, um grupo de 34 manifestantes da Frente de Luta pelo Transporte está alojado no quarto andar do Anexo II, onde são realizadas as votações.
Na opinião de Paulo Salamuni (PV), presidente do Legislativo, não há motivo para a ocupação se estender além das 24 horas que foram pactuadas com a Frente de Luta pelo Transporte, visto que o diálogo entre os vereadores e os manifestantes sempre esteve aberto. “Esta Casa em nenhum momento se negou a ouvir a população e as suas reivindicações. Temos feito um trabalho sério por meio da CPI do Transporte Coletivo e que ainda está em andamento”, explicou.
Salamuni destacou que a Câmara não foi invadida, pois os manifestantes decidiram permanecer no plenário após o encerramento de uma reunião da CPI convocada exclusivamente para receber as demandas da Frente. “Além deste parlamento, há uma auditoria na Urbs e as investigações do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o que eles têm que entender é que os trâmites legais precisam ser respeitados, sob pena de nossos atos serem anulados pela justiça”, acrescentou.
Os vereadores Ailton Araújo (PSC) e Serginho do Posto (PSDB) concordam com a relevância dos temas propostos pelos manifestantes, mas alertam que eles não podem se sobrepor às outras demandas da população. “A Câmara não pode ser usada como massa de manobra. Podemos intermediar um contato com o prefeito, mas não sob esta forma de pressão, neste caso, eles perdem minha solidariedade”, pontuou Araújo, que é primeiro secretário da Câmara.
Já Serginho do Posto disse que a paralização das atividades pode prejudicar ações municipais que refletem diretamente na vida dos curitibanos. “Está na pauta, para recebimento de emendas, um crédito adicional de R$ 7 milhões para garantir o funcionamento da Companhia Habitacional de Curitiba (Cohab). Além disso, iniciamos a discussão do orçamento da cidade para 2014, bem como do Plano Plurianual. São matérias que, caso não sejam deliberada em tempo hábil, podem prejudicar diretamente à população”, complementou o segundo secretário.
Para o sub-relator da CPI do Transporte Coletivo, Valdemir Soares (PRB), a ocupação pode “tumultuar os trabalhos de investigação”. Segundo ele, há uma reunião marcada para amanhã (17) e não temos a certeza de que poderá ser realizada. Ainda de acordo com o parlamentar, a manifestação ocasiona outros transtornos, como a não votação de projetos de lei que estão na pauta, além da mobilização de efetivo da Guarda Municipal. “Os guardas que estão aqui para proteger o patrimônio público poderiam estar nas praças da cidade fazedo patrulhamento e coibindo o tráfico de drogas”, lamentou.
Relembre outras ocasiões em que a Frente de Luta pelo Transporte foi recebida na Câmara de Curitiba:
28/06 - Câmara instala CPI do Transporte Coletivo
08/07 - Câmara de Curitiba recebe Frente de Luta pelo Transporte
17/07 - Frente de Luta pelo Transporte reapresenta reivindicações na Câmara de Curitiba
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba