Vereadores de Curitiba elevam tom das críticas à Aifu: “virou espetáculo”
Com a pandemia, as sessões são híbridas, presenciais e por videoconferência. Na foto, Alexandre Leprevost. (Foto: Carlos Costa/CMC)
Nesta quarta-feira (25), os vereadores Professor Euler (PSD), Herivelto Oliveira (Cidadania) e Alexandre Leprevost (Solidariedade) elevaram o tom das críticas, na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), à forma como a Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) vem desempenhando seu papel de controle dos espaços sociais durante a pandemia do novo coronavírus. A Aifu é composta por equipes mistas, com pessoal da Polícia Militar do Paraná, Guarda Municipal de Curitiba e Secretaria de Urbanismo, e pode multar estabelecimentos que estejam em desacordo com as medidas restritivas em vigor.
“Exageros estão sendo cometidos”, afirmou Professor Euler (PSD), citando casos levados ao seu mandato em que a Aifu multou estabelecimentos com base em versões desatualizadas do decreto municipal. “Foi multado como se a regra antiga [de distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas] ainda valesse. A multa precisa ser cancelada”, solicitou. Para o vereador, são aplicadas “multas improcedentes e de “forma incoerente”. Euler deu como exemplo uma casa de banho autuada de dia, pois a Aifu julgou se tratar de “casa noturna”, quando o estabelecimento teria o alvará em dia. “A Aifu precisa mudar, para que não sejam cometidas arbitrariedades”.
Herivelto Oliveira disse ter recebido a mesma queixa, do empresário autuado de dia, cuja multa aplicada foi de R$ 20 mil. “O que tem me parecido é que a Aifu não está seguindo o manual. Eles chegam e alegam qualquer coisa, às vezes até [embasados por] denúncia de concorrente e, em vez verificar a documentação, simplesmente multa, em razão da reclamação que recebeu. Tem que ir devagar com o andor”, defendeu o parlamentar.
“A Aifu hoje virou espetáculo: tem Instagram, tem assessoria de imprensa, tem tudo para aparecer na mídia dizendo que ferrou os empresários. Vamos botar a Aifu no lugar dela, com todo o respeito às autoridades que fazem parte”, reclamou Alexandre Leprevost. O vereador reconheceu que a fiscalização tem importância no combate às coisas irregulares, mas que “não é hora da Aifu arrumar problema para os empresários sérios, que querem trabalhar”.
“É hora de bom senso. Os coordenadores da Aifu precisam orientar o bom senso. Não podemos admitir ela aplicando multa de R$ 50 mil, R$ 60 mil ou R$ 70 mil a empresário sério e isso vem acontecendo. A Aifu está achando pêlo em ovo. A Aifu tem que bater em cima das festas clandestinas, daqueles que estão aglomerando, e não de empresários que buscam trabalhar de forma correta”, concluiu Leprevost. O debate aconteceu no final da sessão desta quarta, transmitido ao vivo pelo YouTube (confira aqui).
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