Vereadores de Curitiba aprovam moções de apoio aos Correios
Pela manutenção dos Correios como empresa pública e em favor da manutenção da unidade ao lado do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na praça Santos Andrade. Estas são as duas moções de apoio e solidariedade propostas pelo vereador Bruno Pessuti (PSD) e aprovadas, nesta quarta-feira (19), pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC). “Que os congressistas do Paraná recebam essas moções em Brasília”, afirmou Pessuti, após defender a manutenção do controle estatal sobre os Correios.
Na defesa dos Correios como uma instituição pública (059.00012.2019), Bruno Pessuti destacou que a empresa é o único serviço presente em todos os 5.570 municípios brasileiros. “A gente não percebe essa dimensão estratégica morando numa capital, não percebe a importância de uma empresa dessas estar sob o controle da União. Há muitas pessoas que só têm acesso aos serviços bancários por meio dos Correios”, argumentou.
Bruno Pessuti lembrou que, além das correspondências, são os Correios que fazem o transporte das urnas eletrônicas na época das eleições, de medicamentos e de outras entregas de interesse público. Tico Kuzma (Pros) destacou a mobilização do vereador em prol da causa, que tem procurado a bancada federal do Paraná para pedir a manutenção dos Correios como empresa pública. “Os Correios sempre terão o nosso apoio. Porque os Correios sempre tiveram o carinho e o apoio da população”, somou Julieta Reis (DEM).
“Os Correios passaram por gestões muito ruins”, comentou Pessuti, para quem é possível, com uma melhor administração, superar esses entraves ao funcionamento da empresa. Ele explicou que os Correios não são dependentes da União, uma vez que o orçamento da empresa é desvinculado do Tesouro. Também apontou a preocupação com os 100 mil funcionários no caso de privatização, pois isto atingiria o fundo de pensão da categoria, o Postalis.
Correio Velho
Na outra moção de apoio (059.00013.2019), Pessuti pede que a empresa reconsidere o fechamento da agência central, mais conhecida pelos curitibanos como “Correio Velho”, a partir do dia 1º de julho. Ele argumenta que, além do prédio de 1934 ser um exemplar histórico do estilo Art Déco, numa área de interesse turístico, o atendimento diário a 350 pessoas, em média, “representa 13% a mais” que outras agências próprias em Curitiba.
“Se estão fechando uma unidade em Curitiba, imagine o que irá acontecer em outros municípios menores”, comentou a vereadora Professora Josete (PT). “Não podemos nos calar diante do desmonte dos Correios, que é um patrimônio histórico do Brasil. É uma empresa estratégica, que não podemos permitir que seja desmontada ou privatizada”, opinou a parlamentar.
A votação foi acompanhada por representantes dos trabalhadores dos Correios. Acompanharam o debate Adenir Pereira, Claiton Pazello Skripnik, Enair Perucci de Godoy, Jesuan Teixeira Biscaia, Kleber Martins Gonçalves, Luiz Orlando Olenski e Nelson Raimundo.
Manifesto pela Petrobras
Professora Josete também leu manifesto contra a privatização da Petrobras, do dia 13 de junho, do Fórum de Defesa da Petrobras no Paraná. “Patrimônio nacional não se entrega, se defende. A Petrobras tem passado por um processo de desmonte contínuo, acelerado no novo governo. Das 13 refinarias, 8 foram colocadas à venda”, dizem trechos do documento. “Ela chegou a estar entre as maiores petrolíferas do mundo, mas o processo de desmonte reduziu seu protagonismo.” O manifesto cita que o número de empregados diretos gira em torno 60 mil. Fala, ainda, da defesa da soberania, de recursos estratégicos e da perda de investimentos feitos para a exploração do pré-sal e outras pesquisas, dentre outros tópicos. “Na mesma linha que foi defendido aqui pelo vereador Bruno Pessuti”, completou Josete.
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