Vereadores de Curitiba aprovam moção de apoio à comunidade Nova Esperança
Com a pandemia, as sessões plenárias acontecem no modo híbrido, combinando presencial e videoconferência. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
Nesta quarta-feira (8), em votação simbólica, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou uma moção de apoio à comunidade Nova Esperança, após ação da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) que terminou com a morte de um homem de 25 anos, na madrugada do dia 30 para o 1º de dezembro. Apresentada pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT), que é formada por Professora Josete, Renato Freitas e Carol Dartora, a moção (416.00026.2021) cita relatos dos moradores acusando a PM-PR de tortura e de ter intimidado a esposa da vítima, grávida.
“A ação opressora e covarde da Polícia Militar do Paraná, contra os moradores da Vila Nova Esperança, inclusive crianças, é injustificável”, disse, em plenário, Renato Freitas, frisando que o caso está sob análise do Ministério Público do Paraná e da Defensoria Pública. “Três quadras inteiras foram isoladas e a polícia tomou, se deu o direito, de invadir dezenas de casas, sem mandado, sem provas, porque sabem que onde moram os humildes não há pai desembargador, não tem advogados, não há empresários”, assinalou.
Para a Professora Josete, independente do mérito da ação, toda comunidade foi penalizada pela ação da Polícia Militar do Paraná. “Vamos nos colocar na situação dessas pessoas que não têm onde serem acolhidos. Elas precisam de políticas públicas, elas têm direito a uma vida digna”, afirmou, após defender o direito à moradia aos socialmente vulneráveis. “A comunidade fica em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, e se formou no início da pandemia, quando 400 famílias ocuparam uma área abandonada há 12 anos. O desemprego, a fome, tudo isso motivou as pessoas à luta pela moradia. Quando morar é um privilégio, ocupar é um direito. Hoje, a comunidade tem mais de 1200 famílias”, completou Renato Freitas.
Indicações ao Executivo
Na quarta, foram aprovadas seis sugestões dos vereadores à Prefeitura de Curitiba. O vereador Toninho da Farmácia (DEM) pediu a instalação de uma nova creche pública nas imediações do Conjunto Vitória Régia, no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC). “Há um espaço do lado da já existente”, destacou o vereador, lembrando que o projeto também já foi elaborado, ainda na gestão de Beto Richa no Executivo (203.00588.2021)
O vereador Professor Euler (PSD) também defendeu em plenário a sua sugestão ao Executivo, para que haja uma padronização “de verdade” dos horários de funcionamento dos restaurantes populares de Curitiba (203.00590.2021). “Na página da prefeitura, diz que é das 10h às 14h, mas nos locais a gente percebe que o horário não tem sido cumprido à risca”, alertou o parlamentar. A capital do Paraná tem cinco restaurantes populares, que servem refeições a R$ 3, com arroz, feijão, um tipo de carne, acompanhamento, salada e sobremesa.
Mauro Ignácio (DEM) sugeriu que seja ampliado o horário de integração dos terminais de ônibus, para facilitar o acesso da população às unidades de saúde nas suas imediações (203.00591.2021). Pensando na situação da regional de Santa Felicidade, onde as unidades de saúde fecham às 22h, o vereador pede que o horário para retornar ao terminal de ônibus, sem pagar uma nova passagem, seja ampliado das 18h para a hora de fechamento dos postinhos.
A implantação de uma ciclofaixa no Parque Olímpico Cajuru, conhecido como “campo dos peladeiros”, foi o pedido do vereador João da 5 Irmãos à Prefeitura de Curitiba (203.00592.2021). “Seria um complementação importante para o parque, além de ser uma demanda da população. E a rua tem espaço [para viabilizar a obra]”, afirmou. A ciclofaixa seria colocada na rua Antônio Moreira Lopes, entre a BR-277 e a rua Rutildo Polido.
Os vereadores também deram seu aval ao pedido, de Denian Couto (Pode), para que haja a regulamentação dos pontos de parada dos veículos de aplicativos, por exemplo, em shopping centers, terminais rodoviários, escolas, universidades, hospitais e estádios de futebol (201.00094.2021). Teve a mesma decisão favorável a sugestão de Alexandre Leprevost (Solidariedade) para que passe a ser realizada uma feira livre na rua Luiz Manzochi, que é sem saída, no bairro Mercês.
Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e são submetidas ao plenário, que tem poder para recusá-las ou endossá-las. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.
Votos de congratulações
Na terça e quarta-feira, foram aprovados 35 votos de congratulações e aplausos. Destes, dois foram debatidos em plenário, com a vereadora Noemia Rocha (MDB) pedindo a aprovação da homenagem aos 60 anos da Convenção das Assembleias de Deus do Paraná (077.00367.2021). “Meu pai foi um dos fundadores [da convenção] e a Cieadep tem contribuído muito para o Paraná”, defendeu a parlamentar.
“Futuramente, o Cuca poderá ser o treinador da seleção brasileira de futebol, ele que é filho do bairro Butiatuvinha e está levando o nome de Curitiba para o mundo”, disse Sidnei Toaldo (Patriota), ao pedir o aval do plenário a um voto de congratulações e aplausos a Alexi Stival - o Cuca, ex-jogador e treinador de futebol (077.00391.2021). Neste caso, a homenagem é pela conquista do Campeonato Brasileiro de Futebol, com a comissão técnica do Atlético Mineiro.
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