Vereadores de Curitiba analisam que voto em Bolsonaro foi anti-PT

por Assessoria Comunicação publicado 29/10/2018 12h35, última modificação 29/10/2021 08h04

“Não vim aqui fazer palanque de time de futebol. Precisamos de equilíbrio. Ontem ficou registrado que o povo brasileiro estava cansado do mesmo. Votei mais anti-PT, não no Bolsonaro”, afirmou Pier Petruzziello (PTB), nesta segunda-feira (29), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), dizendo-se satisfeito com o resultado das eleições presidenciais no Brasil. Outros parlamentares seguiram a mesma argumentação, com elogios à Operação Lava Jato e crítica ao Partido dos Trabalhadores, derrotado no pleito nacional.

“O voto hoje é o voto anti-PT”, também analisou Osias Moraes (PRB), que disse que não era “100% Bolsonaro” no início da campanha, mudando de opinião conforme o candidato do PSL ampliou seus apoios para ter governabilidade. O parlamentar atribuiu a vitória ao apoio dos cristãos, que teriam sido ameaçados “por carregar uma bíblia”.  “O povo cristão brasileiro se levantou, com a arma que carrega Jair Bolsonaro, que é uma bíblia, que ele nunca jogou fora. O nosso país ainda é um país conservador. E não é uma minoria que vai destruir valores quer aprendemos dentro de casa e na igreja”. Osias disse que a postura agora deveria ser “orar, fiscalizar e cooperar”.

Ezequias Barros (PRP) agradeceu aos brasileiros pela eleição de Bolsonaro. “Nasce um tempo de esperança para as nossas crianças, para as nossas famílias e para as nossas igrejas. Continuamos como nação livre, que crê no bem e que lidera para que o bem seja feito. Com esperança de famílias fortalecidas, de empresas fortalecidas, do aparato de governo fortalecido”, comentou, dizendo que o enfrentamento da fome deve ser uma prioridade do próximo presidente.

Thiago Ferro (PSDB) elogiou a religiosidade demonstrada pelo candidato eleito, ainda que, na opinião do parlamentar, “Bolsonaro não fosse o melhor candidato”. Ele respondeu as críticas feitas por Pier Petruzziello, líder do Executivo na CMC, sobre o PSDB “estar aniquilado”. “A população respondeu nas urnas que não querem partido, que não querem histórico político. O PSDB e todos os outros partidos não souberam ouvir as ruas. Foi uma campanha violenta na internet. Não foi pautada em propostas, foi pautada numa reforma moral”. Ele frisou que o PSDB é o partido que governa mais pessoas, em nível estadual, pois ficou com São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

“Como diz Dellagnol [procurador do Ministério Público Federal, da Operação Lava Jato]: a corrupção mata na falta de saúde na falta de segurança [para a população]”, continuou Thiago Ferro, numa lembrança de a cidade ter sido chamada de capital da Lava Jato e República de Curitiba durante as investigações que culminaram na prisão de diversos políticos, inclusive do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. “A Lava Jato é uma mudança de página”, concordou Felipe Braga Côrtes (PSD), “e influenciou diretamente nessas eleições em âmbito federal”. “Ninguém suporta mais corrupção”, disse, lembrando dos casos relacionados ao Governo do Paraná.

Única vereadora do Partido dos Trabalhadores na CMC, Professora Josete criticou a quantidade de fake news que circularam durante a eleição. “As mentiras partiram do candidato eleito”, afirmou, dizendo que mais dados surgiram a respeito disso. “Eu quero deixar um recado para aqueles militantes que estiveram nas ruas enfrentando o ódio e a violência. Foi um orgulho estar ao lado de cada um e de cada uma em defesa da democracia e da justiça social”, afirmou.