Vereadores da Rede, PMN, PMDB e PSDB montam bloco de oposição

por Assessoria Comunicação publicado 27/06/2016 13h55, última modificação 07/10/2021 09h42

“Quero comunicar que a partir de hoje está formalizada a bancada de oposição neste parlamento”, afirmou nesta segunda-feira (27), em plenário, o vereador Jorge Bernardi (Rede). Ele será o líder da oposição, que terá sete vereadores de Rede, PMN, PMDB e PSDB. Antes, apenas Noemia Rocha (PMDB) dizia abertamente estar na oposição. Segundo Bernardi, Chico do Uberaba (PMN) e Noemia Rocha serão os vice-líderes da oposição na Câmara de Vereadores – indicações que deverão ser confirmadas via requerimento formal dentro do Sistema de Proposições Legislativas.

“O prefeito ficou três anos e seis meses sem oposição estruturada. A partir de hoje, serão quatro partidos que farão uma oposição construtiva”, destacou Bernardi. “A adesão dos outros à oposição”, comentou Noemia Rocha, “é para buscar mais espaço para a discussão, para ampliar o debate. Não teve bloco antes porque eles estavam na base, só eu era oposição formal. Foi um período em que obtive avanços e planejo permanecer na mesma linha”, comentou.

O PSDB aderiu à oposição à Prefeitura de Curitiba mediante assinatura do seu líder na Câmara de Vereadores, Professor Galdino. Mas a questão não é consenso entre os parlamentares. Consultado pela reportagem, Edson do Parolin não se opôs à decisão de Galdino, mas Serginho do Posto e Beto Moraes disseram que conversarão com o diretório a respeito do PSDB compor a oposição ao Executivo.

Chicarelli, do PSDC, disse que não aderiu à oposição para manter sua postura “de liberdade total”. “Eu sou independente e vou continuar assim”, disse à reportagem. Chicarelli costuma usar o pequeno expediente para criticar ações da prefeitura. “Mas às vezes também elogio”, disse, hoje, na tribuna durante o horário das lideranças.

Partidos políticos
No fim da sessão plenária, Paulo Salamuni (PV), líder do prefeito no Executivo, utilizou a tribuna para comentar a formação do bloco de oposição. “Até me causa espécie ouvir o Bernardi dizer que agora a Câmara Municipal tem oposição”, afirmou, “pois vocês fazem oposição desde a posse do prefeito [Gustavo Fruet]”. Para Salamuni, seria preciso consultar os partidos da recém-formalizada oposição para saber se eles concordam com o bloco de oposição.

“É importante ouvir os partidos de oposição, para saber se é decisão do partido ou [decisão] pessoal dos vereadores. Parece que não existe isso no PMDB, no PSDB. Em conversas informais minhas com membros da Rede ouvi que o partido ia continuar independente, mas [a posição da legenda] pode ter mudado de um dia para o outro”, disse Salamuni. “Não há bloco de oposição sem a aquiescência dos partidos”, opinou o líder do prefeito.

Devolução de recursos
Após anunciar a formalização da oposição na Câmara de Curitiba, Bernardi reclamou da postura do prefeito Gustavo Fruet no procedimento de devolução de recursos do Legislativo ao Executivo. “O prefeito, que tem se omitido em tantas ocasiões, omitiu-se aqui também. Deixou para o presidente do Legislativo promulgar a matéria”, criticou o novo líder da oposição.

Nesta segunda-feira, R$ 58,4 milhões de recursos do Fundo Especial da Câmara (FEC), que vinham sendo economizados desde 2009, serão devolvidos à Prefeitura de Curitiba (leia mais). O Executivo utilizará o montante para o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos servidores ativos, aposentados e pensionistas, no dia 30 de junho. A operação está descrita na lei municipal 14.870/2016, promulgada por Ailton Araújo (PSC) no dia 20 de junho.

“Em vez de pagar dívidas, vai pagar o 13º salário do funcionalismo. Nós sabemos que as finanças da Prefeitura de Curitiba estão quebradas”, comentou Jorge Bernardi. “O parlamento abriu mão de recursos próprios, que era uma medida que nós defendíamos desde o ano passado, e ele [o prefeito] não teve a hombridade de sancionar a lei”.