Vereadores criticam repressão policial a professores

por Assessoria Comunicação publicado 29/04/2015 14h55, última modificação 30/09/2021 07h41
“As polícias têm instrumentos, têm inteligência para pinçar os manifestantes mais exaltados de um protesto. Portanto, não tem justificativa a generalização da violência presenciada ontem no Centro Cívico”, criticou o vereador Pedro Paulo (PT), já no início da sessão plenária desta quarta-feira (29) na Câmara de Curitiba. “Teve jornalista correndo, que saiu de lá em consequência da quantidade de gás lançada na multidão”, reforçou o parlamentar.

Na terça-feira, enquanto 7 mil pessoas estavam reunidas na Praça Nossa Senhora de Salete, solicitando permissão para entrar na Assembleia Legislativa do Paraná, conflito entre os manifestantes e a Polícia Militar deixou 13 feridos. Ontem, os deputados estaduais debateram novamente um projeto de lei que altera regras da previdência dos servidores públicos, criticado pelos sindicatos da categoria. A votação continua nesta quarta-feira.

“É um barril de pólvora a situação vivida no Centro Cívico”, afirmou a vereadora Professora Josete (PT), “pois coloca em situação de confronto professores indignados e policiais armados. A qualquer momento podemos ter uma tragédia”. Ela destacou problemas criados para a própria tropa em decorrência do deslocamento de efetivo policial do interior para a capital. “Policiais foram mandados embora do hotel em que estavam, pois as diárias não foram pagas pelo governo. É inadmissível”, disse a parlamentar.

Josete e Pedro Paulo disseram que, apesar de o Comando da Polícia Militar ser responsável pela mobilização das tropas, o Chefe do Executivo Estadual tem responsabilidade na ação. “Quando não impede que o confronto ocorra, o governador (Beto Richa) avaliza a situação”, apontou a vereadora. “É lamentável que revivamos os fatos da gestão Álvaro Dias”, disse Pedro Paulo, referindo-se ao dia 30 de agosto de 1988, quando a cavalaria da PM foi utilizada para reprimir manifestação dos professores estaduais – confronto que deixou 10 feridos e terminou com a prisão de cinco manifestantes.

“A Polícia Militar deveria ter ficado no interior, efetivamente trabalhando na preservação da segurança, em vez de vir para a Assembleia Legislativa impedir a manifestação dos servidores, guinchando carro de som de madrugada”, reclamou Josete. Chico do Uberaba (PMN) e Jonny Stica (PT) também comentaram o ocorrido no Centro Cívico, lamentando o confronto entre manifestantes e policiais.