Vereadores criticam fechamento de escolas estaduais

por Assessoria Comunicação publicado 27/10/2015 12h35, última modificação 04/10/2021 09h55

Durante a sessão desta terça-feira (27) da Câmara Municipal de Curitiba, diversos vereadores se posicionaram contra a possibilidade de fechamento de escolas estaduais no Paraná. Conforme o site do governo, a Secretaria de Estado da Educação deve concluir o processo de avaliação da “reestruturação da oferta de ensino na rede pública” no final de novembro, sendo que atualmente há 71 casos em estudo, seja para cessação gradativa, remanejamento de turmas ou encerramento de locações (leia aqui).

Professora Josete (PT) foi incisiva ao criticar a medida. Segundo ela, metade dos jovens paranaenses que deveriam estar no ensino médio estão fora das salas de aula, o que seria, em sua avaliação, argumento suficiente para não se cogitar a hipótese de fechamento de escolas. “Fala-se muito em corte de gastos, mas isso pode ser feito em outras áreas, em cargos de comissão ou na publicidade, onde há investimento excessivo, muitas vezes em ações de promoção pessoal. Isso sem falar nas obras superfaturadas”, cobrou.

Ainda de acordo com a parlamentar, muitas das unidades escolares que o governo cogita fechar são aquelas que atendem comunidades rurais e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Essas pessoas já foram excluídas do processo educacional e agora que tentam retomar os estudos terão as portas fechadas. É um absurdo”. Josete citou as escolas Tiradentes e Xavier da Silva, em Curitiba, como passíveis de terem suas atividades encerradas.

Helio Wirbiski (PPS) apelou à administração estadual para que reveja a medida, que acredita tratar-se de uma “economia burra”. Ele disse ter consultado a pasta de Educação, que teria dado uma resposta “evasiva, que não diz nada com coisa nenhuma” e prometeu procurar a secretária para fazer o apelo pessoalmente. Wirbiski disse estar recebendo centenas de manifestações contrárias ao possível fechamento do Colégio Pio Lanteri, no bairro Uberaba. “Eu moro a 100 metros desta escola e tenho orgulho de dizer que estudei lá, umas das melhores instituições de ensino da capital. Educação é investimento, temos que cortar em outra área”, propôs.

“Temos que atrair os jovens para as escolas e não fechá-las. Porém, baseado no que aconteceu no dia 29 de abril, não dá para esperar muito desse governo. Havia uma rixa com os professores e agora haverá com os alunos também”, concordou Noemia Rocha (PMDB). No mesmo tom, Jorge Bernardi (Rede) classificou a medida como um “grande equívoco”. O vereador disse que vai abordar o assunto em artigo que será publicado no sábado com o tema “Richa e Alckmin após perseguir professores vão fechar escolas”.

Outra a comentar a polêmica foi Julieta Reis (DEM). A vereadora disse torcer para que as informações divulgadas até agora não passem de “apenas boatos de uma má notícia”. Ela acrescentou que está esperançosa e que admitiria o fechamento temporário de uma escola por uma calamidade pública, como um vendaval, mas declarou que esse “vendaval não pode existir do ponto de vista administrativo”.