Vereadores conhecem sistema de transporte de Santiago
Liderados pelo presidente, João Cláudio Derosso (PSDB), os vereadores que integram a Comissão de Transporte da Câmara Municipal de Curitiba conheceram, nesta semana, o Transantiago, o novo sistema de transporte coletivo urbano da capital do Chile, inaugurado em fevereiro deste ano pelo governo de Michele Bachelet, presidente do país. A idéia dos parlamentares, que analisam, desde o ano passado, a mensagem do prefeito Beto Richa para substituir a lei que rege o setor em Curitiba, em vigor desde 1990, foi ver de perto o sistema, baseado no modelo da capital paranaense, em busca de inovações e informações junto às autoridades locais. O grupo participou de palestras e visitas técnicas, incluindo as garagens das concessionárias que operam na cidade e viagens nos coletivos.
Criado com a principal característica de um transporte planejado, integrado entre ônibus e metrô, ágil e eficiente, o novo projeto chileno, que começou a ser desenvolvido há mais de três anos, no governo do então presidente Ricardo Lagos, da frente dos partidos socialdemocratadas do país, substituiu o rudimentar e desorganizado sistema anterior, considerado um verdadeiro caos, onde cada motorista era dono de seu ônibus, num total de 8 mil coletivos em circulação. Hoje, esse número foi reduzido para 5,1 mil e deve chegar a 6 mil até o final do ano, garantindo, entre os benefícios, a diminuição do volume de emissões de poluentes, um grave problema na cidade.
Em 2010, segundo Luiz Fernando do Nascimento Pedrozo, gerente de planejamento da Subus, uma das 14 concessionárias que operam o sistema e que, entre outros técnicos, detalhou o projeto aos vereadores, toda a frota estará renovada.O investimento, somente nos ônibus, será de US$ 500 milhões. O motorista, que antes trabalhava 12 horas por dia, com ganho equivalente a US$ 700, atualmente recebe cerca de US$ 1 mil, com carga horária de até sete horas diárias.
A um custo de 380 pesos, equivalentes a US$ 0,75, a tarifa permite quatro integrações. O sistema é de bilhetagem eletrônica com cartões e a malha de transporte formada por cinco rotas troncais (com ônibus articulados) e dez alimentadoras, além das estações de transferência e um centro de informação ao usuário. É chamado Sistema de Informação ao Usuário do Transantiago e integra, junto com o Administrador Financeiro do Transantiago (TFA), responsável pelo gerenciamento geral em termos de venda e recolhimento das tarifas, e o governo, a quem cabe a infra-estrutura, o tripé de manutenção do sistema.
Insatisfação
O Transantiago, porém, ainda está longe do ideal e vem gerando protestos dos usuários. Pedrozo citou principalmente a falta de investimento em infra-estrutura para o funcionamento do sistema, por parte do governo, que também não teria considerado, buscando uma implantação a curto prazo, o histórico da cidade e a cultura do povo.
A opinião é compartilhada por Euclides de Castro, gerente da Divisão de Ônibus da Volvo no Chile (empresa que forneceu parte dos coletivos), para quem o período mínimo para que uma iniciativa como esta tenha o resultado esperado é de dez anos. “Em Curitiba, cujo sistema é considerado um dos melhores do mundo, a implantação teve início da década de 70”, destacou Castro, que acompanhou parte da visita técnica dos parlamentares curitibanos.
Derosso fez uma avaliação positiva da visita. “Os vereadores tiveram a oportunidade de conhecer o projeto chileno, divulgado como o maior sistema organizado de transporte coletivo urbano da América Latina, e puderam traçar um comparativo com a capital paranaense, avaliando as conseqüências negativas da implantação rápida e falta de investimento público”.
De Santiago, os vereadores seguem para Bogotá, onde conhecerão o Transmilênio, sistema que igualmente teve o modelo curitibano como base.
Por dentro
Santiago tem seis milhões de habitantes, 40% da população do Chile. No país, o Estado é composto pelos poderes Executivo, Legislativo e Judicial. O primeiro é encabeçado pelo presidente, eleito por votação direta, agora a cada quatro anos (até a última eleição, no ano passado, o mandato era de seis anos). O segundo, pelas câmaras de Senadores, que tem 47 membros, e de Deputados, com 120. Existem 15 regiões, cada uma a cargo de um intendente, designado pelo presidente. Além disso, há mais de 50 províncias, cujo governador também é designado pelo presidente, e 375 municípios, administrados por alcaides (prefeitos), com cinco vereadores cada, todos eleitos por votação direta a cada quatro anos.
Além de Santiago, as cidades mais importantes do Chile são Antofagasta, Concepción, Temuco, Valparaíso, o principal porto, e Puerto Montt. O país iniciou seu período de autonomia da Espanha a partir da Primeira Junta Nacional de Governo, em 1810, e a declaração de independência ocorreu em 1818.
Criado com a principal característica de um transporte planejado, integrado entre ônibus e metrô, ágil e eficiente, o novo projeto chileno, que começou a ser desenvolvido há mais de três anos, no governo do então presidente Ricardo Lagos, da frente dos partidos socialdemocratadas do país, substituiu o rudimentar e desorganizado sistema anterior, considerado um verdadeiro caos, onde cada motorista era dono de seu ônibus, num total de 8 mil coletivos em circulação. Hoje, esse número foi reduzido para 5,1 mil e deve chegar a 6 mil até o final do ano, garantindo, entre os benefícios, a diminuição do volume de emissões de poluentes, um grave problema na cidade.
Em 2010, segundo Luiz Fernando do Nascimento Pedrozo, gerente de planejamento da Subus, uma das 14 concessionárias que operam o sistema e que, entre outros técnicos, detalhou o projeto aos vereadores, toda a frota estará renovada.O investimento, somente nos ônibus, será de US$ 500 milhões. O motorista, que antes trabalhava 12 horas por dia, com ganho equivalente a US$ 700, atualmente recebe cerca de US$ 1 mil, com carga horária de até sete horas diárias.
A um custo de 380 pesos, equivalentes a US$ 0,75, a tarifa permite quatro integrações. O sistema é de bilhetagem eletrônica com cartões e a malha de transporte formada por cinco rotas troncais (com ônibus articulados) e dez alimentadoras, além das estações de transferência e um centro de informação ao usuário. É chamado Sistema de Informação ao Usuário do Transantiago e integra, junto com o Administrador Financeiro do Transantiago (TFA), responsável pelo gerenciamento geral em termos de venda e recolhimento das tarifas, e o governo, a quem cabe a infra-estrutura, o tripé de manutenção do sistema.
Insatisfação
O Transantiago, porém, ainda está longe do ideal e vem gerando protestos dos usuários. Pedrozo citou principalmente a falta de investimento em infra-estrutura para o funcionamento do sistema, por parte do governo, que também não teria considerado, buscando uma implantação a curto prazo, o histórico da cidade e a cultura do povo.
A opinião é compartilhada por Euclides de Castro, gerente da Divisão de Ônibus da Volvo no Chile (empresa que forneceu parte dos coletivos), para quem o período mínimo para que uma iniciativa como esta tenha o resultado esperado é de dez anos. “Em Curitiba, cujo sistema é considerado um dos melhores do mundo, a implantação teve início da década de 70”, destacou Castro, que acompanhou parte da visita técnica dos parlamentares curitibanos.
Derosso fez uma avaliação positiva da visita. “Os vereadores tiveram a oportunidade de conhecer o projeto chileno, divulgado como o maior sistema organizado de transporte coletivo urbano da América Latina, e puderam traçar um comparativo com a capital paranaense, avaliando as conseqüências negativas da implantação rápida e falta de investimento público”.
De Santiago, os vereadores seguem para Bogotá, onde conhecerão o Transmilênio, sistema que igualmente teve o modelo curitibano como base.
Por dentro
Santiago tem seis milhões de habitantes, 40% da população do Chile. No país, o Estado é composto pelos poderes Executivo, Legislativo e Judicial. O primeiro é encabeçado pelo presidente, eleito por votação direta, agora a cada quatro anos (até a última eleição, no ano passado, o mandato era de seis anos). O segundo, pelas câmaras de Senadores, que tem 47 membros, e de Deputados, com 120. Existem 15 regiões, cada uma a cargo de um intendente, designado pelo presidente. Além disso, há mais de 50 províncias, cujo governador também é designado pelo presidente, e 375 municípios, administrados por alcaides (prefeitos), com cinco vereadores cada, todos eleitos por votação direta a cada quatro anos.
Além de Santiago, as cidades mais importantes do Chile são Antofagasta, Concepción, Temuco, Valparaíso, o principal porto, e Puerto Montt. O país iniciou seu período de autonomia da Espanha a partir da Primeira Junta Nacional de Governo, em 1810, e a declaração de independência ocorreu em 1818.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba