Vereadores conhecem aterro modelo para o país

por Assessoria Comunicação publicado 16/09/2011 15h50, última modificação 11/08/2021 11h37
A Comissão do Lixo conheceu, nesta quinta-feira (15), um aterro que é modelo para o país. Os vereadores estiveram na sede da empresa Estre Ambiental em Paulínia (SP), que realiza o reaproveitamento de resíduos do lixo de Campinas e mais 32 municípios. A visita trouxe dúvidas quanto ao Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos de Curitiba (Sipar), modelo que está sendo proposto para Curitiba, que promete reaproveitar 85% do lixo produzido pela capital e região metropolitana.
“Foi muito importante porque passamos a conhecer as últimas tecnologias que vieram para o mercado nacional trazidas do exterior. Mesmo com todo este equipamento, pode-se chegar a no máximo 60% de aproveitamento do lixo. Não é o que foi divulgado pelo consórcio. Diante disso, queremos buscar qual tecnologia pode apresentar resultado maior em termos de reciclagem”, disse o presidente da comissão, vereador Roberto Hinça (PDT). Da Comissão do Lixo também estiveram presentes os vereadores Felipe Braga Côrtes (PSDB) e Tico Kuzma (PSB). Jonny Stica (PT) esteve representando a Comissão de Urbanismo e Júlio Cézar Sobota (PSC), a comissão de Serviço Público.
Diante das informações prestadas pela empresa, o Consórcio Intermunicipal Para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos será chamado para esclarecer dúvidas. “Algumas informações ficaram desencontradas quanto ao número de reaproveitamento dos resíduos e queremos saber do consórcio a viabilidade do proposto na licitação”, complementou Hinça. De acordo com ele, também será solicitada uma audiência com o prefeito para debater o assunto.
“A questão do lixo é ainda um problema na nossa cidade. Não podemos ser uma capital inovadora se não conseguirmos resolver isto”, complementou Stica. Para o vereador Felipe Braga Côrtes, a viagem trouxe informações necessárias para o trabalho da equipe. “Recebemos orientações muito importantes para podermos conduzir o trabalho de acompanhamento da planta de reciclagem do lixo de Curitiba e região metropolitana”, avaliou.
Combustível
A Estre é pioneira no país a implantar uma máquina de reciclagem com tecnologia de ponta, adquirida no mercado internacional por aproximadamente R$ 40 milhões. O equipamento produz o Combustível Derivado de Resíduo (CDR), que está em teste para a utilização em indústrias. Das cinco mil toneladas/dia recebidas no aterro de Paulínia, um quinto é processado na máquina. O resultado é 45% de lixo orgânico, que vai para o aterro, 2% de metais como alumínio e ferro e o restante é transformado em CDR. Há três meses a máquina começou a produzir o combustível, que está sendo testado para que indústrias como a de cimento e refinaria de açúcar possam utilizá-lo.
Reaproveitamento de gás
O aterro de Paulínia foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com a melhor performance de crédito de carbono do mundo. De acordo com o diretor Pedro Stech, são produzidos 12 mil metros cúbicos por hora de gás, com 58% de metano, resultado da decomposição do lixo. O metano é considerado 21 vezes mais poluente que o gás carbônico, daí a necessidade de queimá-lo. Pelo Protocolo de Kyoto, a poluição produzida no mundo é de responsabilidade global e a queima do gás metano serve de crédito para negociar com países desenvolvidos.
Em todo o aterro localizado em Paulínia existem tubulações que captam o gás e levam para uma usina que faz a sua queima. “Em Fazenda Rio Grande, estamos desenvolvendo um sistema para que seja feita geração de energia com este gás”, disse o diretor comercial corporativo da Estre, Dirceu Pierro Junior.