Vereadores confirmam R$ 980 mil para restauro da igreja mais antiga de Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Brunno Abati* — publicado 24/05/2023 11h00, última modificação 24/05/2023 11h14
Durante as obras, foram encontradas pinturas de símbolos religiosos nas paredes, com cerca de 150 anos, provavelmente, da época do Império.
Vereadores confirmam R$ 980 mil para restauro da igreja mais antiga de Curitiba

Detalhe das pinturas encontradas durante o restauro da Igreja da Ordem. (Foto: Daniel Castellano/SMCS)

Os recursos necessários para a conclusão do restauro da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, no Centro Histórico, serão custeados pela Prefeitura de Curitiba. Nessa quarta-feira (24), os vereadores aprovaram, em segundo turno, o remanejamento de R$ 980 mil para as obras no prédio, que é um dos mais antigos da cidade, erguido em 1737 (013.00001.2023). O projeto foi debatido na véspera entre os parlamentares, que elogiaram o investimento na preservação do patrimônio cultural.

Desde 1981, o prédio histórico abriga o Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Masac), sendo um ponto turístico do Largo da Ordem. O complexo foi tombado como Patrimônio do Estado do Paraná em 1966 e, em 2019, ganhou a classificação de Unidade de Interesse Especial de Preservação (UIEP) da Prefeitura de Curitiba. Conhecida como Igreja da Ordem, ela é o templo religioso mais antigo da cidade, com 286 anos, e, originalmente, os portugueses que a construíram chamavam-na de Igreja de Nossa Senhora do Terço. Nas suas décadas iniciais, foi sede de um convento franciscano.

Descobertas no restauro

Por volta de 1850, na primeira metade do século 19, um desabamento destruiu parte do templo, que só seria integralmente reformado em 1880, para a visita do imperador Dom Pedro II à cidade de Curitiba. Referência turística atualmente, a torre e os sinos da Igreja da Ordem datam dessa época. Agora, durante o restauro, foram encontradas pinturas de símbolos religiosos nas paredes internas do templo, as quais a equipe técnica estima serem de logo após o desabamento, uns 150 anos atrás.

O novo projeto arquitetônico prevê a integração entre a Igreja da Ordem, o Masac e o Cenáculo Arquidiocesano, com a reorganização dos fluxos internos dos espaços, que, hoje, estão separados. O compartilhamento permitirá que turistas, visitantes e fiéis transitem pelo interior do complexo sem que haja interferência nas missas, por exemplo. O Museu de Arte Sacra ganhará mais tecnologia, com sonorização ambiente, com projeções multimídia e com novos espaços de exibição, para o acervo permanente e para as mostras temporárias.

Potencial construtivo

Para a realização da obra, o Executivo está remanejando R$ 980 mil da Secretaria Municipal de Obras para a Fundação Cultural de Curitiba (013.00001.2023). Na justificativa, a prefeitura explica que o recurso vem de “cotas de potencial construtivo para obras de restauro, correspondentes a 10.682 cotas de 1,00 m² cada uma, sendo de R$ 902,20 o valor de cada cota, conforme decreto municipal 1635/2022 [atualizado pelo 609/2023]”.

Com a aprovação em dois turnos na CMC, o projeto de lei orçamentária segue para o Executivo e, após a sanção do prefeito Rafael Greca, será publicado no Diário Oficial do Município, entrando em vigor. Completado o ciclo da autorização legislativa, os recursos para a obra poderão ser remanejados dentro do orçamento da cidade.


*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba