Vereadores comemoram edital do metrô e prometem fiscalização
“Desde a década de 1970, Curitiba nunca esteve tão perto de ter uma rede de metrô implantada na cidade”, afirmou o presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni (PV), nesta sexta-feira (16), logo após a assinatura do edital de licitação do novo modal viário da cidade. Salamuni e outros vereadores compareceram à solenidade realizada na Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), em que a presidente Dilma Rousseff, o vice-governador Flávio Arns e o prefeito Gustavo Fruet assinaram o documento.
Para o presidente do Legislativo, o cumprimento desta etapa não desobriga os vereadores de Curitiba de fiscalizar o lançamento da licitação na Bolsa de Valores de São Paulo, a contratação da vencedora e, depois, a execução das obras. “A Câmara Municipal deu uma contribuição indispensável para que chegássemos no dia de hoje, pois realizamos os debates e audiências públicas que precederam este momento”, afirmou. “Agora devemos criar uma comissão para acompanhar as próximas etapas”, adiantou Salamuni.
“É um marco histórico para Curitiba, com certeza, e os vereadores acompanharão todas as etapas do processo até a conclusão das obras”, frisou o líder do prefeito na Câmara, vereador Pedro Paulo (PT). Jorge Bernardi (PDT), que presidiu a CPI do Transporte Público, disse que a tarifa do metrô deve ficar em torno de R$ 2,45. “Os parâmetros do metrô confirmam o trabalho da comissão de inquérito, onde ficou claro que a tarifa de ônibus tem que ser mais barata”, disse à imprensa. Bruno Pessuti (PSC) destacou a sinergia entre a prefeitura e a União, lembrando que esta é a primeira vez que o edital de licitação é assinado. Geovane Fernandes (PTB), Tito Zeglin (PDT), Serginho do Posto (PSDB) e Jonny Stica (PT) concordaram com a importância da solenidade.
O secretário municipal de planejamento, Fábio Scatolin, confirmou que ainda neste semestre será enviada para a Câmara de Curitiba uma mensagem do Executivo abrindo o crédito especial de R$ 700 milhões que serão financiados pelo Município junto à União, como contrapartida para o investimento federal. “É uma autorização fundamental para a implantação do metrô. Depois dela, os vereadores ainda terão que votar outra mensagem da Prefeitura de Curitiba, criando as regras do novo sistema metroviário”, disse Scatolin. Na plateia, Tico Kuzma (PROS) comemorou a reinclusão da estação Santa Regina no projeto final. “Por um momento, a parada foi retirada pelo Executivo, mas a população da região do Capão Raso pediu que a estação fosse mantida e conseguiu”, afirmou.
A primeira linha do metrô de Curitiba, segundo o projeto definido pela prefeitura, terá 17,6 quilômetros de extensão, com 15 estações. O custo final é estimado em R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão a fundo perdido proveniente do orçamento geral da União. O governo do Paraná também entrará com uma contrapartida de R$ 700 milhões. “Não se investia em metrô no Brasil”, afirmou Dilma em seu discurso, “por que a conta não fechava. O governo federal não investia. Agora estamos correndo atrás do prejuízo e participando da articulação com Estados e municípios, para que as coisas aconteçam”, pontuou.
“No Brasil, temos nove metrôs sendo construídos, mas para isso tivemos que por dinheiro da União, dar subsídio. Abrir linhas de financiamento de 30 anos, com juros de 5%, pois sem isso a conta não fechava. Tiramos pessoas da pobreza e aumentamos a classe média, mas os serviços públicos não acompanharam esse crescimento. Isto precisa ser revertido”, disse a presidente da República.
O prefeito Gustavo Fruet disse que Curitiba “fez a lição de casa”, apresentou projetos de mobilidade ao governo federal e foi atendido. “É um dia memorável para a cidade. Precisamos apressar o passo e a mobilidade é o grande nó a ser desatado, pela força que tem como fator de desenvolvimento e produtividade”, disse o prefeito. Ele agradeceu a participação do governo estadual na implantação do metrô e o apoio da senadora Gleisi Hoffmann em Brasília. O edital foi assinado pelos três Poderes, com a chancela do Ministro das Cidades, Gilberto Occhi, presente na solenidade. A senadora, deputados federais e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, também acompanharam a solenidade.
Além do metrô, foram assinados mais três convênios entre Curitiba e o governo federal: a readequação viária para facilitar o tráfego da linha de ligeirinho Inter 2 (R$ 102,46 milhões), a preparação das canaletas para o Ligeirão Leste-Oeste, que ligará o CIC-Norte e o Centenário (R$ 149,5 mi da União e R$ 45 milhões do Município) e a conclusão de dois trechos da Linha Verde, no Viaduto do Tarumã e no Atuba (R$ 179,3 mi da União e R$ 98 da prefeitura).
Recursos para o Contorno Sul
Já no final da cerimônia, a presidente Dilma Rousseff disse que retribuiria as pêssankas que recebeu do prefeito Gustavo Fruet com a confirmação, da parte da União, da inclusão no Programa de Aceleração do Crescimento de um pacote de obras para o Contorno Sul de Curitiba (rodovias que conectam a saída das praias à ligação da capital com o Norte do Paraná, via Ponta Grossa). “Serão R$ 400 milhões que nós desejamos licitar até agosto, para executar dentro do Regime Diferenciado de Contratação”, explicou a presidente.
Para o líder do prefeito, Pedro Paulo, o anúncio significa o fim do tráfego de veículos pesados pelo meio da cidade. “Com a adequação do Contorno Sul às necessidades viárias de Curitiba, os caminhões que utilizam a Linha Verde serão desviados, diminuindo o impacto enorme que eles têm no miolo da cidade”, apontou o parlamentar.
Vistoria na Arena
Após a assinatura do edital de licitação do metrô, a presidente Dilma Rousseff e as autoridades presentes foram até a Arena, estádio do Clube Atlético Paranaense que sediará quatro jogos da Copa Fifa de Futebol 2014. O presidente da Câmara de Curitiba, Paulo Salamuni, que acompanhou a rápida vistoria, diz que está otimista com a conclusão das obras.
“O estádio vai estar pronto a tempo e as obras do PAC da Mobilidade estarão perto de serem concluídas. No final das contas, das 12 cidades-sede da Copa, Curitiba ainda será uma das mais bem preparadas para receber o evento internacional”, avaliou Salamuni. “No finzinho, a capital do Paraná está resgatando a sua imagem de cidade cumpridora de promessas”, afirmou. O estádio está na fase final de obras.
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