Vereadores cobram obras no viaduto do Orleans e na "ponte do Osternack"
Desde 2014, o vereador Mauro Ignácio pede a obra de duplicação do viaduto do Orleans. (Fotos: Rodrigo Fonseca/ CMC)
“Em junho, vai completar um ano que a licitação do projeto da rotatória elevada do Viaduto do Orleans foi encerrada. Voltamos à estaca zero”, lamentou o vereador Mauro Ignácio (União), nesta segunda-feira (29), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). O parlamentar tem feito repetidas críticas à falta de coordenação entre os entes públicos para a solução do problema causado pela sobrecarga da via, com congestionamentos frequentes. Mauro Ignácio tem trazido o problema à CMC desde 2014.
“A justificativa [de agora] é uma decisão da ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres], que deveria ter mais duas vias de acesso [para autorizar a rotatória elevada]. Depois de muito buscar informação, no DER, na Seil e no Ippuc, o impasse continua. A prefeitura diz que, se não é possível fazer a rotatória elevada, a [alternativa] proposta seria um binário, no qual o governo do Estado faria um viaduto paralelo ao existente, e a infraestrutura lateral para o acesso caberia ao Município”, informou Mauro Ignácio.
“Por estarmos nesse dilema, fiz uma provocação à ANTT, perguntando se a implantação de mais faixas na BR-277, com a nova concessão, previa obras no Viaduto do Orleans. A agência respondeu que o viaduto não está no escopo do novo contrato de concessão, mas que nada impediria outras obras [do Município ou do Estado] na área. Parece que o governador Ratinho Júnior e o prefeito Rafael Greca, com suas respectivas equipes, não dialogam, que a conversa tem se dado pela imprensa”, cobrou.
“Eu, particularmente, não fui chamado para nenhuma reunião e as informações que eu tenho são as dos pedidos de informação e da imprensa. Já passou do tempo de se dar um encaminhamento ao Viaduto do Orleans”, cobrou Mauro Ignácio. Ele recebeu o apoio, em plenário, hoje, de Rodrigo Braga Reis (União) e Angelo Vanhoni (PT), mas, nas semanas anteriores, chegou a mobilizar quase a totalidade da CMC, ao coletar 36 assinaturas para um convite ao superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Cristiano Machado, para que ele venha à Câmara falar com os vereadores.
“[O tráfego de veículos no viaduto do Orleans] é um problema gravíssimo”, concordou Rodrigo Reis. “Eu moro ali próximo. O viaduto [do jeito que está] gera um congestionamento gigantesco na região. O povo depende da concessionária de pedágio, e o atual governo federal não tem colaborado para a solução desta situação. Quem tem que definir o melhor modelo é quem está no Paraná, não quem está em Brasília, que sequer sabe o problema que ocorre aqui”, disse, indicando que preferiria o binário à rotatória elevada.
Colocando uma opção à vinda de Cristiano Machado à CMC, o vereador Angelo Vanhoni adiantou que acionou o Dnit, pedindo uma audiência com o superintendente do órgão federal. “Já solicitei [a audiência]. Assim que ele marcar, nós, vereadores, com o acordo do presidente Fachinello, devemos formar uma comissão para tratar dessas questões estruturais da cidade. Vamos ver quais projetos estão tramitando no Dnit e vamos levar as demandas do que Curitiba precisa. Os vereadores têm que assumir esse papel propositivo e de cobrança da infraestrutura junto ao governo federal e estadual”, apontou o parlamentar.
Ponte do Osternack
Dois meses depois da CMC aprovar uma sugestão ao Executivo pedindo a liberação do viaduto entre as ruas Eduardo Pinto da Rocha e João Miqueletto, que liga o Alto Boqueirão ao Sítio Cercado (205.00081.2023), os vereadores endossaram uma nova indicação do vereador Eder Borges (PP) sobre a mesma situação. Agora o parlamentar pede que a Prefeitura de Curitiba faça uma intervenção urgente no local, para finalizar as obras na “ponte do Osternack” (205.00220.2023).
Localizado sobre uma ferrovia usada pela Rumo para escoar safras e contêineres, o viaduto foi bloqueado no dia 14 de março de 2022, após uma vistoria indicar “anomalias” na estrutura. Há dois meses, o líder do governo na CMC, Tico Kuzma (PSD), apresentou ao plenário os esforços do Executivo em contornar a situação, uma vez que o escoramento inicial da “ponte” não se mostrou suficiente para dar estabilidade à estrutura do viaduto, que tem mais de 50 anos. Ele disse que uma contratação emergencial estava em vias de ser concluída.
“Ônibus elétrico serve para inglês ver, para agradar globalistas estrangeiros da ONU. Eu estou muito mais preocupado com a ponte do Osternack, por exemplo, que é a vida da população curitibana”, criticou Borges. “Inclusive já fizeram festa de aniversário lá, de um ano dessa ponte fechada”, citou. Ainda conforme o autor, o local “tem servido de rota de fuga para bandidos, porque moto pode passar, carro não pode, viatura policial não pode passar pela ponte”.
“Teve até um bolo lá, a população fez uma festa para ‘comemorar’ a interdição desse viaduto”, confirmou Marcos Vieira (PDT), que é morador da região. “Tem trazido um prejuízo enorme à população, não só na questão do deslocamento, mas também comercial. Temos na rua Eduardo Pinto da Rocha muitos comerciantes que já fecharam [suas lojas]”, completou. O vereador Oscalino do Povo (PP) se somou ao debate, reforçando as dificuldades enfrentadas pelos empresários da região. Já João da 5 Irmãos (União) afirmou que o processo licitatório para as obras terá novidades nas próximas semanas.
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