Logo no início da sessão plenária desta terça-feira (2), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Zezinho Sabará (PDT) reclamou que, há dois anos, ouve o Executivo prometer a construção de uma lombada no CIC. “Não quero cafezinho, tapinha nas costas. Quero que atendam minha população. Eles [das secretarias] que moram no Jardim Social, no Batel, não sabem os problemas da comunidade”, desabafou.

Correligionário do parlamentar no PDT, Toninho da Farmácia subiu à tribuna e relatou uma realidade diferente. “Eu não tenho do que reclamar dos secretários. Quando tenho, subo aqui e debulho”, falou, depois de relatar que oito lombadas foram executadas a seu pedido. Os dois vereadores atuam na mesma região de Curitiba, então Zezinho “pediu carona” da próxima vez que o colega fosse apresentar suas demandas, pois ele estava enfrentando dificuldades.

No meio desse diálogo, Geovane Fernandes (PTB) também tinha relatado dificuldades junto ao Executivo. “Alguns secretários fazem corpo mole, sim, para atender os vereadores”. Mas ponderou que lombadas, por exemplo, dependem de levar um técnico ao local para a realização de um projeto técnico. Toninho aconselhou ir direto aos secretários, para “dar um chacoalhão”, indicando o departamento. Os três combinaram elogios ao prefeito Rafael Greca e ao vice Eduardo Pimentel, com críticas pontuais a alguns secretários e segundo escalão.

Com documento da Prefeitura de Curitiba em mãos, Tico Kuzma (Pros) mostrou que o debate entre os parlamentares estava calçado numa dificuldade administrativa. Ele leu as respostas do Executivo a um pedido de informações feito em fevereiro deste ano (062.00030.2019) no qual questionava o planejamento para instalação de lombadas em 2019. “Fizemos [o pedido de informações] porque as lombadas não estavam sendo executadas. Desde 2016, não vinham fazendo novas”, disse Kuzma, uma vez que o Executivo afirmou não saber quantas lombadas novas foram feitas em 2017 e 2018.

“Não temos essa informação [sobre as lombadas novas]. A prioridade foi atuar na reimplantação daquelas retiradas pelas ações de fresa e recape”, diz o documento lido por Tico Kuzma. Ali, a Prefeitura de Curitiba afirma ter 300 projetos de lombadas prontos, e que fez licitação recente para implantá-las, no valor de R$ 1,7 milhão, mas que não pode adiantar quais serão ou não executadas. “Assim fica difícil responder à população”, apontou Kuzma.

Pela forma como a resposta foi redigida, para o vereador, não é possível saber nem quantas lombadas chegarão a ser feitas com esse recurso. “O contrato é medido por metro linear de lombada, e não por quantidade. Por isso, dependerá da largura da pista de rolamento. O prazo de vigência do contrato é de 12 meses. O contrato não se refere à listagem fixa de lombadas, portanto, os projetos são definidos mensalmente conforme programação”, diz a prefeitura. “Fica a dúvida”, comentou Kuzma.