Vereadores apresentarão projetos com idéias aplicadas em Bogotá
Ao contrário do Transantiago, o sistema de transporte coletivo da capital do Chile, o Transmilênio foi implantado com sucesso em Bogotá, Colômbia, e tem 74% de aprovação dos usuários, conforme o último levantamento, feito em 2006. Foi o que constataram os vereadores que estão em visita técnica à cidade e nesta terça-feira (17) assistiram diversas palestras, proferidas por profissionais que atuam no setor. Também conheceram o terminal da Connexion Móvil, uma das operadoras, e a sede da empresa que controla a prestação do serviço, a Transmilênio, de economia mista, que se reporta à prefeitura, a alcaldía. Todo o setor é regulado pela Secretaria de Mobilidade. O grupo, liderado pelo presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), é integrado pelos vereadores Angelo Batista (PP), Valdenir Dias (PSB), Julieta Reis (PSB), Roberto Hinça (PDT), Pedro Paulo (PT), José Roberto Sandoval (PTB), João do Suco (PSDB), Geraldo Bobato (DEM), Felipe Braga Côrtes (sem partido) e Zé Maria (PPS).
Os parlamentares fizeram uma avaliação positiva do sistema, destacando diferenciais, como passarelas que facilitam o acesso às estações, garagens para os ônibus no subsolo das vias exclusivas dos articulados e bibicletários nos terminais. A idéia é apresentar projetos conjuntos, sugerindo inovações como estas em Curitiba, cujo sistema serviu de modelo para o colombiano, que já apresenta novidades. Os vereadores participam da Comissão de Transporte, que vem, desde agosto do ano passado, analisando a mensagem do prefeito Beto Richa prevendo novas regras para o setor. A lei em vigor é de 1990.
Transmilênio
O Transmilênio entrou em operação em dezembro do ano 2000, o que motivou a escolha do nome, baseado em quatro pilares: respeito à vida, por meio de um serviço seguro e moderno, ao tempo das pessoas, à diversidade humana e à qualidade do serviço a preços justos, além da preocupação com o meio ambiente. Até então, o transporte de massa vinha sendo explorado politicamente, sem benefícios à população, já acostumada às precárias condições. As empresas que atuavam também não mantinham relação trabalhista estável com seus funcionários, os horários eram extensos e a remuneração feita por passageiro.
Foram retirados das ruas 5 mil ônibus e substituídos por 1.020 articulados, que circulam 300 quilômetros por dia cada um, transportando 48 passageiros sentados e 120 em pé. Junto com os alimentadores, 400 no total, atingem 171 bairros da capital colombiana, hoje com 7,5 milhões de habitantes, com cobertura de 84 quilômetros. Os alimentadores fazem rotas circulares, onde não há cobrança de tarifa, trazendo os passageiros para as estações, situadas a cada 400 metros, quando pagam e embarcam nos articulados. O sistema de controle dos ônibus é por GPS, via satélite, para verificaçao de atrasos e avanços, a bilhetagem eletrônica e o pagamento às operadoras, por quilômetro rodado (hoje em torno de 4,5 mil pesos colombianos ou US$ 9). O motorista ganha 800 mil pesos, cerca de US$ 400, e tem jornada de oito horas, não contínuas. A velocidade média dos ônibus subiu de 10 km/hora para 24 km/hora, reduzindo sensivelmente o tempo de viagem. O número de acidentes também caiu.
Segundo Camilo Acosta, da General Motors, representante da Volvo no país, fornecedora de 51% dos articulados, a proposta para solucionar o problema de transporte público previa inicialmente a implantação do metrô, mas optou-se pelo ônibus, cujo custo é dez vezes menor.
Fases
O projeto do Transmilênio, informou Maria Victoria Miranda, da direção comercial da empresa, tem oito fases, duas já desenvolvidas, atendendo 28% da demanda. Os 72% restantes ainda cabem ao antigo sistema. A primeira fase, o eixo Norte-Sul, recebeu investimentos de US$ 2,4 milhões por quilômetro, compreendendo corredores exclusivos, estações, passarelas que facilitam o acesso dos usuários, vias para os articulados, rampas para pessoas com deficiência, passagem de nível, bicicletários, que são gratuitos, e pequenas praças, entre outras obras de infra-estrutura. Na fase dois foram destinados US$ 14 milhões para cada quilômetro. A terceira etapa terá início em 2009 e a última deverá ser concluída em 2030, quando a cobertura será de 100%. Antes, porém, em 2015, deverão ser alcançados 80% do que necessita a população de Bogotá.
Divisão
O sistema é operado por 14 concessionárias, sete responsáveis pelos articulados e outras sete, pelos alimentadores, que recebem, respectivamente, 71,9% e 13,9% do dinheiro arrecadado com a tarifa, que atualmente é de 1,3 mil pesos colombianos, US$ 0,65. A operação de arrecadação é feita por duas empresas também particulares, definidas por processo licitatório, com contratos de concessão que variam de 10 a 12 anos, e a distribuição, semanal, por meio de um fundo, uma conta bancária. Dos recursos restantes, 9,1% vão para estas operadoras e 5% para a Transmilênio. São 1,3 milhão de passageiros por dia e não há qualquer tipo de isenção. “O sistema é rentável”, afirmou Camilo Acosta.
O detalhamento da operação aos vereadores foi feito pelo engenheiro mecânico Carlos Alberto Acosta Rada, da Transmilênio. Da concessionária Connexion Móvil, prestaram informações o diretores de manutenção, Jaime Cuadro Quintero, e de operações, Esteban Gómez.
Colômbia
A Colômbia tem 45 milhões de habitantes, 32 departamentos, que correspondem aos estados no Brasil, e cerca de 1,1 mil municípios. Estes são governados pelos alcaides, eleitos por voto a cada quatro anos. Já os governadores são indicados pelo presidente.
Os parlamentares fizeram uma avaliação positiva do sistema, destacando diferenciais, como passarelas que facilitam o acesso às estações, garagens para os ônibus no subsolo das vias exclusivas dos articulados e bibicletários nos terminais. A idéia é apresentar projetos conjuntos, sugerindo inovações como estas em Curitiba, cujo sistema serviu de modelo para o colombiano, que já apresenta novidades. Os vereadores participam da Comissão de Transporte, que vem, desde agosto do ano passado, analisando a mensagem do prefeito Beto Richa prevendo novas regras para o setor. A lei em vigor é de 1990.
Transmilênio
O Transmilênio entrou em operação em dezembro do ano 2000, o que motivou a escolha do nome, baseado em quatro pilares: respeito à vida, por meio de um serviço seguro e moderno, ao tempo das pessoas, à diversidade humana e à qualidade do serviço a preços justos, além da preocupação com o meio ambiente. Até então, o transporte de massa vinha sendo explorado politicamente, sem benefícios à população, já acostumada às precárias condições. As empresas que atuavam também não mantinham relação trabalhista estável com seus funcionários, os horários eram extensos e a remuneração feita por passageiro.
Foram retirados das ruas 5 mil ônibus e substituídos por 1.020 articulados, que circulam 300 quilômetros por dia cada um, transportando 48 passageiros sentados e 120 em pé. Junto com os alimentadores, 400 no total, atingem 171 bairros da capital colombiana, hoje com 7,5 milhões de habitantes, com cobertura de 84 quilômetros. Os alimentadores fazem rotas circulares, onde não há cobrança de tarifa, trazendo os passageiros para as estações, situadas a cada 400 metros, quando pagam e embarcam nos articulados. O sistema de controle dos ônibus é por GPS, via satélite, para verificaçao de atrasos e avanços, a bilhetagem eletrônica e o pagamento às operadoras, por quilômetro rodado (hoje em torno de 4,5 mil pesos colombianos ou US$ 9). O motorista ganha 800 mil pesos, cerca de US$ 400, e tem jornada de oito horas, não contínuas. A velocidade média dos ônibus subiu de 10 km/hora para 24 km/hora, reduzindo sensivelmente o tempo de viagem. O número de acidentes também caiu.
Segundo Camilo Acosta, da General Motors, representante da Volvo no país, fornecedora de 51% dos articulados, a proposta para solucionar o problema de transporte público previa inicialmente a implantação do metrô, mas optou-se pelo ônibus, cujo custo é dez vezes menor.
Fases
O projeto do Transmilênio, informou Maria Victoria Miranda, da direção comercial da empresa, tem oito fases, duas já desenvolvidas, atendendo 28% da demanda. Os 72% restantes ainda cabem ao antigo sistema. A primeira fase, o eixo Norte-Sul, recebeu investimentos de US$ 2,4 milhões por quilômetro, compreendendo corredores exclusivos, estações, passarelas que facilitam o acesso dos usuários, vias para os articulados, rampas para pessoas com deficiência, passagem de nível, bicicletários, que são gratuitos, e pequenas praças, entre outras obras de infra-estrutura. Na fase dois foram destinados US$ 14 milhões para cada quilômetro. A terceira etapa terá início em 2009 e a última deverá ser concluída em 2030, quando a cobertura será de 100%. Antes, porém, em 2015, deverão ser alcançados 80% do que necessita a população de Bogotá.
Divisão
O sistema é operado por 14 concessionárias, sete responsáveis pelos articulados e outras sete, pelos alimentadores, que recebem, respectivamente, 71,9% e 13,9% do dinheiro arrecadado com a tarifa, que atualmente é de 1,3 mil pesos colombianos, US$ 0,65. A operação de arrecadação é feita por duas empresas também particulares, definidas por processo licitatório, com contratos de concessão que variam de 10 a 12 anos, e a distribuição, semanal, por meio de um fundo, uma conta bancária. Dos recursos restantes, 9,1% vão para estas operadoras e 5% para a Transmilênio. São 1,3 milhão de passageiros por dia e não há qualquer tipo de isenção. “O sistema é rentável”, afirmou Camilo Acosta.
O detalhamento da operação aos vereadores foi feito pelo engenheiro mecânico Carlos Alberto Acosta Rada, da Transmilênio. Da concessionária Connexion Móvil, prestaram informações o diretores de manutenção, Jaime Cuadro Quintero, e de operações, Esteban Gómez.
Colômbia
A Colômbia tem 45 milhões de habitantes, 32 departamentos, que correspondem aos estados no Brasil, e cerca de 1,1 mil municípios. Estes são governados pelos alcaides, eleitos por voto a cada quatro anos. Já os governadores são indicados pelo presidente.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba