Vereadores apontam soluções para prevenir alagamentos na cidade

por Assessoria Comunicação publicado 12/03/2018 16h30, última modificação 26/10/2021 09h17

A Câmara Municipal aprovou seis indicações de sugestão de ato administrativo ou de gestão que alertam para a necessidade de obras visando a prevenção de enchentes na Cidade Industrial de Curitiba e no Capão Raso. Assinados por Toninho da Farmácia (PDT) e Tico Kuzma (Pros), os requerimentos foram votados na segunda parte da ordem do dia da sessão plenária desta segunda-feira (12).

Toninho da Farmácia conseguiu a aprovação do plenário para quatro dessas indicações, que sugerem a implantação de caixas de contenção para retenção da água das chuvas em diferentes pontos da CIC: rua José Laurindo de Souza, no Vitória Régia (203.00017.2018); rua Romeu Felipe Bacellar, Vila Verde (203.00018.2018); entre a avenida Juscelino Kubitscheck e Estrada Velha Araucária (203.00019.2018); e entre a Linha Férrea e a Rodovia do Xisto (203.00020.2018).

Segundo o vereador, esta não é a primeira vez que ele encaminha pedidos como esse à Prefeitura de Curitiba. “Já encaminhamos em 2015, mas infelizmente até agora essas caixas não foram implantadas. Temos espaços em áreas que dá para segurar milhares de litros de água da chuva, para que, enquanto a chuva cai, a água fique nesses acumuladores de água e não entre nas casas das pessoas. Para que a água possa escoar, aos poucos, evitando alagar as casas”, explicou, ao contar que os requerimentos passados também citavam regiões como Vila Resistência, Vila Barigui, Vila Verde e Vitória Régia .

Tico Kuzma também lembrou ao plenário que suas duas indicações aprovadas hoje já foram enviadas ao Executivo na legislatura passada. O vereador sugeriu a implantação de um piscinão no Distrito de Manutenção Urbana do Pinheirinho, ao lado da praça Zumbi dos Palmares (203.00021.2018) e de um novo parque em um terreno de 40 mil m2 de área, na Eloi Orestes Zeglin, no Capão Raso, que fica na mesma região (203.00022.2018). Segundo ele, as duas obras visam diminuir os alagamentos ao longo do Ribeirão dos Padilhas.

“Um dos fatores que leva a esses alagamentos é o grande número de construções (prédios, grandes lojas, hipermercados) que vai tirando a parte permeável do solo. Antigamente as águas [das chuvas] se espalhavam e demoravam a chegar nos córregos, hoje elas chegam mais rápido nos córregos e com uma velocidade absurda”, complementou o parlamentar. “A água daquela região [da praça Zumbi dos Palmares] é canalizada e desemboca na região da Vila Ipiranga”, disse Kuzma.  

Debate
Para Felipe Braga Côrtes (PSD), dois dos principais fatores que causam alagamentos em vários pontos da cidade são a impermeabilização do solo e o assoreamentos de parques, como o Barigui. “Se tiverem condições e locais apropriados para que sejam feitas [as caixas de contenção], são muitas caixas, não uma ou duas”, opinou, ao observar que, “às vezes, um prefeito assume no discurso e na propaganda, coisas que são impossíveis muitas vezes de resolver, em pouco tempo, sem um planejamento”.

“A CIC é um bairro populoso e com muitas ocupações. Sofre com enchentes em vários locais. Quando chove eu mesmo fico com medo. [E quando as chuvas acontecem] as famílias começam a cobrar muito da gente e acham que a gente teria que ter resolvido [o problema], enquanto vereadores. E a gente fica assim, preocupado mesmo, pede muito a atenção das autoridades – prefeito, secretários – para que nos ajudem a resolver esses problemas”, comentou Zezinho Sabará (PDT). Na sua opinião, a CIC deixa de receber investimentos necessários, em detrimento de outros bairros, que receberiam mais atenção do poder público.

Oscalino do Povo (Pode) reconheceu que o problema das enchentes é de conhecimento de toda a população, inclusive do prefeito Rafael Greca. “Percebemos isso em diversos lugares. E nós, como vereadores, como moradores, temos que nos dar as mãos. Que possamos diminuir o nosso papel de cobrar. No meu bairro, se fosse para calcular, foram [o equivalente a] cerca de 50 caminhões de mudança [de restos de materiais, de lixo] empilhados nas ruas”, contou.

“Para resolver essa situação nós, que moramos ali, temos que estar constantemente olhando o que precisa ser feito pelo bairro. Nós estamos lá na ponta, somos 38 vereadores para representar os bairros de Curitiba. Somos nós, vereadores, que temos que levar a demanda [para a prefeitura] e insistir nela”, ponderou Toninho da Farmácia. Noemia Rocha (PMDB) concordou com o parlamentar, mas disse estar preocupada com “o que está sendo feito em relação às políticas públicas”. “[A ação da sociedade civil] juntamente com o Executivo, dá certo.”

Conforme Pier Petruzziello (PTB), enquanto líder do prefeito em visita às regiões afetadas pelas últimas enchentes, “deixei muito claro” para a população, “que aquilo que é possível fazer, a prefeitura tem feito”. “Claro que, uma cidade nunca está pronta. Ela tem necessidade de reparo permanente. É como nossa casa, nossa escola, é como a Câmara. Sempre temos que estar aparando as arestas. Através da Zeladoria Urbana, desse projeto fantástico, o prefeito Rafael Greca tem dado suporte nos bairros”, esclareceu.

Decreto
Para ajudar os moradores prejudicados pelas últimas enchentes, Tico Kuzma sugeriu que Rafael Greca assine um decreto municipal “colocando Curitiba ou áreas atingidas em estado de emergência ou de calamidade pública”. “As famílias atingidas teriam condições de usar o FGTS para comprarem móveis e alimentos, para se reerguerem. A situação ainda é difícil para os moradores”, orientou o vereador, ao informar que já teria recebido telefonema do prefeito, avisando que irá estudar a legalidade da emissão do decreto.  

“É nesse momento que as pessoas precisam de nós. [O Partido Democratas] já conversou com o deputado federal Osmar Bertoldi para que ele veja, junto aos ministérios ou órgãos competentes, se cabe essa liberação [do FGTS] para quem precisa”, finalizou Sabino Picolo (DEM), ao sugerir aos demais vereadores que conversem com as bancadas de suas siglas partidárias no Congresso Nacional para buscarem soluções na esfera federal.