Vereadores apontam abusos de jovens na região do Batel

por Assessoria Comunicação publicado 25/09/2017 14h10, última modificação 21/10/2021 08h12

Reclamações de moradores, comerciantes e pessoas que passam à noite na rua Coronel Dulcídio, nas proximidades do Shopping Hauer, foram comentadas na sessão desta segunda-feira (25) da Câmara Municipal. Vereadores lamentaram a sujeira deixada por frequentadores e outras situações, como interrupção do trânsito, barulho e tráfico de drogas. “Isso não é culpa do governo. É culpa do ser humano, do pai e da mãe que não educou. Isso é reflexo da juventude de Curitiba”, disse o líder do prefeito da Casa, Pier Petruzziello (PTB), que abriu o debate.

O vereador mostrou no telão uma fotografia que circulou nas redes sociais durante o fim de semana e afirmou estar “com vergonha”. “É uma coisa horrorosa. Quero deixar claro que sou defensor dos bares, quero que tenha milhares de bares abertos, que o empresário ganhe dinheiro, que a adolescência se divirta e que se beber não dirija, que não use drogas. Que tenha o alvará fácil. Mas a sujeira deixada na altura da Coronel Dulcídio com a [avenida] Batel, aquilo virou muito preocupante”, completou.

Felipe Braga Côrtes (PSD) continuou a discussão: “Essa foto fui eu que tirei, sábado pela manhã. Está no meu Facebook. A situação vem acontecendo há algum tempo, e estou debatendo com um grupo que envolve, por exemplo, moradores, empresários, a Guarda Municipal, a Copel”. Segundo ele, as pessoas que ficam nas ruas costumam trazer as bebidas ou comprá-las de ambulantes, e não nos bares. “Não é só uma questão de educação, temos alguns problemas burocráticos, legislações, falhas em relação a isso”, defendeu. “Estive lá na semana passada e uma pessoa me ofereceu cocaína. Eu filmei. Tem um problema logístico, de fiscalização, que é absurdo. A PM não pode fazer a fiscalização do ambulante e não há fiscais do Urbanismo [Secretaria Municipal] na madrugada, só quando há ações da Aifu [Ação Integrada de Fiscalização Urbana].”

Recomendações da Defensoria
Para Braga Côrtes, “o que precisa ser feito de fato é punir os crimes”. Ele disse que pessoas são detidas em flagrante e soltas horas depois, após a assinatura de termo circunstanciado, o que “é enxugar gelo, é impunidade”. O vereador ainda criticou a recomendação enviada em agosto à Secretaria Municipal da Defesa Social, pelo Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Defensoria Pública. Dentre outros apontamentos, o documento sugere que os guardas municipais não realizem buscas pessoais ou portem armas de forma ostensiva, assim como avalia que o Grupo de Operações Especiais (GOE) “excede os limites de atuação da Guarda Municipal”. “Acho que eles não sabem que existe a lei federal que permite isso [13.022/2014, o Estatuto Geral das Guardas Municipais]. A defesa apenas do patrimônio público era antes”, apontou.

Julieta Reis (DEM) completou que os comerciantes da região estão “sofrendo”: “Fecham o trânsito e as pessoas de bem não podem passar. Precisamos tomar providências urgentes”. “Entendemos que isso é vandalismo. As pessoas vão para a frente dos estabelecimentos, passam do horário”, opinou Helio Wirbiski (PPS), que sugeriu a realização de uma audiência pública para tratar do assunto.

“Vemos ativismo de Facebook. As pessoas defendem a Amazônia, mas jogam lixo no chão”, comparou Bruno Pessuti (PSD). Ezequias Barros (PRP) acrescentou que no Rock in Rio “muitos defendiam a paz na cidade, mas usavam drogas que vinham do traficante do morro”. O vereador afirmou que, em sua avaliação, as pessoas que ficam naquela região, na rua, são “baderneiros”.

“Quero lembrar também da responsabilidade do comerciante. Vejo muito lixo no chão [na fotografia], mas não vejo lixeiras”, ponderou Thiago Ferro (PSDB). Já para Goura (PDT), “falta política boêmia, da noite, mas é importante também política de redução de danos. Existe vida noturna na cidade e a gente tem sim que responsabilizar os comerciantes”.