Vereadores alertam para “cenário de crise” no setor público

por Assessoria Comunicação publicado 10/02/2015 16h40, última modificação 29/09/2021 07h05
Os vereadores Professora Josete (PT), Serginho do Posto (PSDB), Paulo Salamuni (PV) e Jorge Bernardi (PDT) utilizaram o espaço das “explicações pessoais”, já no fim da sessão plenária desta terça-feira (10), para abordar problemas enfrentados pelos governos municipal, estadual e federal. Em comum, a preocupação com uma aparente crise do setor público. “Parece que não temos mais administradores públicos, mas gestores de massas falidas”, comentou Salamuni.

O debate começou após a vereadora Professora Josete (PT) exibir panfleto da campanha de Beto Richa (PSDB) ao Palácio Iguaçu, reeleito governador em 2014, em que ele citava o subsídio ao transporte coletivo da capital como uma de suas realizações no mandato anterior. Josete chamou a propaganda de “demagógica”, solicitando que o subsídio “aconteça na prática, e não só no panfleto”. Antes disso, ela já tinha manifestado apoio à greve dos professores estaduais.

“Eu não queria entrar nessa discussão, mas será que é só o Paraná que está em crise? No final do ano passado, o governo federal não repassou à cidade de Curitiba recursos do Sistema Único de Saúde, que são obrigatórios”, reclamou Serginho do Posto (PSDB). Sugerindo que reformas administrativas sejam feitas com equipes profissionais, o parlamentar pediu que críticas localizadas levem em consideração que todos os setores públicos passam por uma crise. “Curitiba tem sido muito prejudicada por falta de repasses”, considerou. Segundo Serginho, “vivemos uma pré-crise, anunciada pela mídia além do é, mas que existe”.

Salamuni disse que os governos “são conduzidos pela atual conjuntura” e criticou a corrupção na Petrobras e as mudanças na Paraná Previdência – fundo de pensão criado em 1998 pelo governo estadual, para pagar servidores aposentados e pensionistas, mas que tem sofrido mudanças desde então. Ele disse que a decisão de remanejar R$ 8 bilhões da Paraná Previdência fará com que o fundo deixe de ser autossuficiente em 2030. “Não pode ser que, num momento de crise, o governador se aposse dos recursos do servidor. Se eu fosse líder do Executivo, não defenderia essa matéria. Os aposentados são frágeis diante disso e os deputados precisam reagir”, criticou.

Por sua vez, Jorge Bernardi citou manifestação recente do senador Cristovam Buarque (PDT), em Brasília, que “o impeachment da presidenta Dilma está na boca do povo”. Também lamentou os episódios de corrupção noticiados pela mídia e disse que voltará ao assunto nas próximas sessões plenárias.

Explicações pessoais
O uso do horário das “explicações pessoais”, incomum em gestões anteriores da Mesa Diretora, tem sido atingido rotineiramente com Ailton Araújo (PSC) na direção das sessões – antes a sessão era interrompida, por fim do horário regimental, antes de ser aberta livremente a palavra aos vereadores. De acordo com o Regimento Interno, o horário das explicações pessoais se destina à manifestação de vereadores sobre atitudes pessoais assumidas durante a sessão ou no exercício do mandato. Cada parlamentar tem cinco minutos para usar a tribuna, não podendo ser prorrogado.