Vereadora denuncia violência política e recebe apoio em plenário

por Fernanda Foggiato | Revisão: Alex Gruba — publicado 14/12/2022 17h55, última modificação 15/12/2022 09h48
O presidente da CMC, o líder do governo e outros parlamentares se solidarizaram com Noemia Rocha.
Vereadora denuncia violência política e recebe apoio em plenário

A vereadora disse que foi "destratada, com violência política" por um secretário, devido ao voto contrário ao IPTU. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A vereadora Noemia Rocha (MDB) foi à tribuna da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (14), reforçar a queixa contra o secretário municipal de Finanças, Cristiano Hotz, por episódio que teria ocorrido no fim da cerimônia em que a Prefeitura de Curitiba anunciou o auxílio emergencial aos hospitais filantrópicos. Ela já havia registrado o episódio nesta terça (13), ao retornar do evento, dizendo ter sofrido violência política.

Presidente da Comissão de Saúde, Bem-Estar Social e Esportes, Noemia foi designada para representar a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) na cerimônia, ao lado de Oscalino do Povo (PP). Na fala do senhor secretário Cristiano Hotz, despreparado como ele é, ele não cumprimentou os gestores, ele não falou da ação, ele só ficava falando assim: ‘porque o IPTU não podia ser votado contrário, porque tem vereadores que votaram contrário, porque vereador que votou favorável é muito corajoso, está aqui o vereador Oscalino, que coragem, que determinação”, relatou. “Fiquei na minha, e ele me acusando, falando assim. Fiquei quieta, entendi o pronunciamento dele.”

Nem achei que era só comigo que ele estava alfinetando tanto, mas era, só estávamos eu e o vereador Oscalino [da Câmara]”, continuou. No fim da reunião, afirmou, ela teria chamado o secretário para fazer uma pergunta “pela comunidade”. “Eu virei para ele e falei assim: ‘secretário, eu preciso falar com o senhor. Não saia, eu preciso de uma palavrinha com o senhor, antes de o senhor sair’”, disse Noemia.

Ainda conforme a presidente da Comissão de Saúde: “Aos berros, ele disse assim: ‘não falo com a senhora. Se quiser falar comigo, vá à SGM [Secretaria do Governo Municipal] pedir autorização, senão não falo com você. Aos berros! Sabe por quê? E eu quero que a Comunicação registre, [foi] porque eu votei contra o aumento do IPTU que ele me tratou desse jeito. Violência política desnecessária. Desrespeitou não só a mim, mas a toda esta Casa, um homem despreparado, e eu quero que ele saiba que ele está ocupando um cargo que não lhe é de direito. Ele tem que pedir exoneração, eu peço a exoneração desse secretário”, desabafou.

Noemia ainda lembrou que é procuradora-adjunta da Mulher na Câmara, agradeceu pelo tratamento dispensado pelo líder do prefeito na CMC, Pier Petruzziello (PP), e elogiou a “elegância” do ex-secretário de Finanças Vitor Puppi. E eu quero que a Comunicação [Social] diga que eu fui destratada, com violência política, porque votei a favor da população e votei contra o aumento de IPTU, que [eles] já venceram [a votação] e já ganharam essa parada, infelizmente”, ressaltou. “Desde quando uma vereadora precisa pedir permissão para a Secretaria do Governo para fazer uma pergunta em um evento político?”, questionou.

Solidariedade
O presidente Tico Kuzma (Pros) reforçou que a vereadora representava a Casa no evento. “Em nome da Mesa Diretora,
também somos solidários, que se esclareça e se busque o melhor possível”, declarou. “Quero deixar muito claro que, por parte desta liderança, por parte dos secretários, da minha parte, do secretário Jamur, do prefeito Greca, que sempre lhe tratou bem, nós sempre vamos tratar a oposição com o máximo do respeito, os vereadores com o máximo do respeito, seja ele homem, seja ela mulher, mas são vereadores, são pessoas, e nós temos, sim, que respeitá-los”, comentou o líder do governo na CMC, Pier Petruzziello (PP).

Amália Tortato (Novo), Denian Couto (Pode), Eder Borges (PP), Ezequias Barros (PMB) e Renato Freitas (PT) também se manifestaram em plenário. “Independentemente da ideologia política”, opinou Amália, os secretários devem atender os vereadores. “Eu não tenho nenhum motivo de desacreditar uma única palavra dita aqui nesta sessão”, observou Couto. “Não é a Noemia, é uma representante do povo de Curitiba que foi tratada aos gritos numa solenidade pública”, completou ele. É um absurdo o que os secretários do Município de Curitiba têm feito ultimamente, de não prestarem informações nesta Casa, não atenderem os requerimentos dos vereadores, não atenderem os vereadores”, avaliou Freitas.

Após agradecer as manifestações de solidariedade, Noemia disse que a Procuradoria da Mulher (ProMulher) da CMC entrará com uma representação. [Quero] dizer que a Procuradoria da Mulher do Estado já está entrando com uma representação contra o secretário Cristiano. Dizer também que eu recebi um pedido de desculpa do secretário Jamur, que sempre foi muito solidário e gentil comigo, e dizer também que ele só fez isso porque eu sou uma mulher’, finalizou. “Ficou ruim para o secretário que fez violência política comigo e ele tem que pedir exoneração do cargo.”

As sessões plenárias começam às 9 horas e têm transmissão ao vivo pelos canais institucionais no YouTube, no Facebook e no Twitter.