Vereador sugere debate da Câmara sobre o clima

por Assessoria Comunicação publicado 11/12/2009 18h55, última modificação 28/06/2021 11h01
O quarto-secretário da Câmara de Curitiba, Pedro Paulo (PT), está manifestando sua vontade de que o Legislativo promova uma discussão única da Casa em torno da problemática do clima. O parlamentar adverte que a questão não é futura e, sim, do presente. “Precisamos acertar uma agenda propositiva da nossa Casa em relação ao País, como exemplo da cidade modelo para as demais  capitais.”  
O parlamentar cita que a discussão de Copenhague, na Dinamarca, precisa ter reflexos positivos aqui em nossa cidade. A motivação para o vereador é clara. “A Câmara de Curitiba já demonstrou excelentes contribuições para a transformação da cultura ambientalista. Nós precisamos, agora, reforçar, a imagem positiva do município para o restante do Brasil”, diz o vereador, também cobrando do prefeito Beto Richa alguma providência relacionada a este debate. Um dos bons exemplos de Curitiba a que se refere Pedro Paulo é  projeto de sua autoria  que determina limitação para a emissão de CO2 na atmosfera. O vereador também cita lei do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB), que prevê  aproveitamento de água servida em edificações.
Na reunião em Copenhague, Yvo de Boer, secretário-executivo da Convenção sobre o Clima da ONU, afirmou que o encontro já marca “uma virada na reação internacional” sobre o tema. Negociadores  de 190 delegações que participam do encontro de duas semanas desde segunda-feira (7),    questionam os possíveis resultados do evento,  que busca um acordo mundial de combate às mudanças climáticas.
Alerta
Cientistas do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) concluíram que há uma probabilidade de 90% de que o aquecimento do planeta provocado pela atividade humana tenha sido de cerca de 0,7ºC. Para que a não ultrapasse a barreira dos 2ºC, considerada “segura”, o IPCC recomenda que as emissões de gases que provocam o efeito estufa sejam reduzidas entre 25% e 40% (em comparação com 1990) até 2020. É com base nessas recomendações do IPCC que os participantes de Copenhague tentarão chegar a um acordo com metas de emissão para os países ricos e financiamentos para promover o crescimento econômico “limpo” nos países pobres e em desenvolvimento, para ajudá-los a se adaptar às mudanças climáticas. Vários países, entre eles o Brasil, a China e os Estados Unidos, já anunciaram propostas de cortes em suas emissões para os próximos anos.
E Curitiba, de acordo com Pedro Paulo pode fazer valer a sua parte, desenvolvendo, pela Câmara Municipal, uma “agenda propositiva, que,  entre outras ações, marque pontos na área educativa e cultural da sociedade, preparando as novas gerações para os perigos anunciados, com campanhas educativas. Recente estudo da ONG alemã Climate Analytics e da consultoria Ecofys afirmou que, com as metas anunciadas até o momento, o aquecimento global superará os 3ºC até o fim do século, podendo até ultrapassar os 4ºC, o que teria consequências imprevisíveis para a Terra.
O vereador chama atenção para o alerta,  se observadas as modificações que já estamos enfrentando com o excesso de chuvas (fora de época) e a falta de controle sobre as emissões de CO2. Cita, por exemplo, a constatação oficial  de órgãos de pesquisa de que as motos  poluem o meio ambiente seis vezes mais que um automóvel.
Em sua opinião, “com os projetos que já possuimos temos condição de avançar em estudos  sobre a poluição da água e da atmosfera e conservação do  meio ambiente, criando uma legislação específica para o tema discutido em Copenhague. “A hora é agora e o trabalho tem que ser conjunto”, diz o parlamentar.