Vereador se emociona em homenagem à professora da rede municipal

por Assessoria Comunicação publicado 06/12/2017 12h15, última modificação 25/10/2021 06h56

Por unanimidade dos vereadores de Curitiba, a Câmara Municipal, nesta quarta-feira (6), decidiu homenagear a professora Ivonete Rosa de Souza, falecida em 2010, aos 57 anos de idade. Ela nomeará um bem público da cidade, preferencialmente um Centro Municipal de Educação Infantil. A iniciativa (009.00029.2017, com substitutivo 031.00068.2017) foi apresentada por Rogério Campos (PSC), que se emocionou ao relatar ao plenário a trajetória de vida da educadora, que trabalhava de zeladora durante o dia para poder estudar o magistério à noite, no Instituto de Educação do Paraná.

“Quando chegava em casa ainda tinha os afazeres domésticos e o cuidado com os filhos e com o marido. Curitiba é uma cidade muito fria e Ivonete lavava as roupas na mão, no tanque, na água congelante. Ela sofria em silêncio, pois não podia desabafar com os filhos, que ainda eram crianças. O esposo nunca lhe incentivara a estudar. Pelo contrário, dependendo de como estivesse seu humor, ainda rasgava os livros e materiais, dizendo que estudar não era para uma mulher casada e com filhos”, contou o parlamentar.

Visivelmente emocionado, Campos destacou a entrega de Ivonete Souza à profissão, explicando que não foi aluno dela, mas conviveu bastante com a família. “Eu tive o privilégio de receber educação dela, mas não foi minha professora”, afirmou, explicando que um dos filhos da professora, Ricardo Silva, trabalha com ele no gabinete parlamentar. Uma das duas irmãs seguiu a profissão da mãe e leciona em Curitiba.

“Que sirva de homenagem para muitas professoras do município que não têm o apoio devido”, acrescentou Professor Euler (PSD), em um dos dez apartes à fala de Rogério Campos. Tito Zeglin (PDT), Maria Manfron (PP) e Marcos Vieira (PDT) disseram o quanto também se emocionaram com a trajetória de Ivonete. Marcos Vieira e Zezinho Sabará, ambos do PDT, lembraram das expectativas que tinham quando trocaram o interior pela capital. Osias Moraes propôs uma reflexão, ao questionar “quantas Ivonetes não haveria no Brasil?”.

O debate em plenário serviu para que Maria Letícia Fagundes (PV) elogiasse o autor do projeto por decidir homenagear uma mulher, pois na visão da parlamentar há uma sub-representarão delas no espaço público da capital. Sabino Picolo (DEM) defendeu a prerrogativa do Legislativo de indicar pessoas para nomearem logradouros públicos. “A cidade é feita de pessoas, de gente que fez a história, e que precisam estar eternizadas nas ruas, nas praças”, disse. A proposta volta ao plenário no dia 11 de dezembro para análise em segundo turno.

Cidadanias honorárias
Também por unanimidade, os vereadores aprovaram duas concessões do título de cidadania honorária. Uma delas, proposta por Colpani (PSB), também motivou vários apartes no plenário, pois foi direcionada a Ali Tarbine, presidente do Sindicato dos Clubes do Paraná (006.00011.2017). “Ele foi duas vezes presidente do Clube 3 Marias numa época em que nem todas as escolas públicas tinham quadras desportivas, então o Ali abria o clube social para os colégios da região, numa parceria com a prefeitura”, contou o vereador.

“Hoje o Ali Tarbine é presidente do Sindiclubes, com milhares de associados no Paraná e que realiza anualmente uma grande campanha de agasalho, distribuindo as doações a pessoas carentes de todo o estado. Também é membro do Conselho Municipal de Esportes, da Fenaclubes e do Comitê Brasileiro de Clubes, entidade que media a captação de recursos da loteria para a formação de atletas em todo o país”, continuou Colpani. Tarbine é natural da cidade de Palmas, interior do Paraná, e veio para Curitiba aos 13 anos de idade. Hoje tem 56.

Maria Manfron (PP) reconheceu a liderança que o homenageado exerce na Região Norte, atestada pelo vereador Mauro Ignácio (PSB), que destacou a atuação dele no Rotary Club São Braz. A atuação nacional de Tarbine foi elogiada por Jairo Marcelino (PSD), Felipe Braga Côrtes (PSD) e Sabino Picolo (DEM). Tito Zeglin (PDT) e Rogério Campos (PSC) parabenizaram o autor da iniciativa pela indicação e, na mesma linha, Zezinho Sabará (PDT) contou que, igual a Tarbine, seu primeiro emprego também foi de empacotador de mercado.

Apresentada por Felipe Braga Côrtes, a outra cidadania honorária também recebeu aprovação unânime dos vereadores de Curitiba. Ela é para o comandante da 5ª Região Militar, o general de brigada Aléssio Oliveira da Silva (006.00012.2017). Ele já participou de missões internacionais de paz organizadas pela ONU no Chipre e no Haiti, “e escolheu Curitiba para viver quando entrar para a reserva”. “É uma pessoa de verdade identificada com a cidade”, congratulou o autor da homenagem.

“Diversos generais passam pela região e cada um deixa um legado para a cidade”, complementou Professor Euler, ressaltando que só chegam ao cargo de general “pessoas que se destacam ao longo da carreira”. Aléssio Silva é natural de Salvador (BA), tem 51 anos de idade, e se formou na turma de 1986 da Academia Militar das Agulhas Negras.

Segundos turnos
Em segunda votação, os vereadores ainda aprovaram projeto que exige a divulgação dos médicos em escala de plantão nas UPAs (005.00150.2017); outro que dá declaração de utilidade pública à Missão Acolher (014.00066.2017); e um terceiro que cria o Polo Têxtil das Malhas de Curitiba (005.00248.2017). Essas três proposições seguem para sanção do Executivo.