Vereador reclama do descaso de concessionárias

por Assessoria Comunicação publicado 24/10/2007 20h45, última modificação 18/06/2021 06h58
O clichê “nunca na história desse país” foi utilizado pelo vereador Serginho do Posto (PSDB) na sessão plenária da Câmara de Curitiba, nesta quarta-feira (24). O parlamentar aproveitou a conhecida frase do presidente Lula para retratar que “nunca fomos tão aviltados em nosso direito de consumidores como estamos sendo atualmente pelas empresas do serviço terceirizado”.
A indignação com o descaso ao interesse público, a responsabilidade social e o respeito ao direito de consumidores expressa pelo vereador recebeu apoio de outros parlamentares, que também condenam as atitudes arbitrárias de empresas como a Ecovia, no setor viário, e Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa e móvel, entre outras.
Acessos
A primeira reclamação de Serginho do Posto foi sobre a falta de quatro acessos da rodovia que liga Curitiba a Paranaguá, na altura do Jardim Botânico. De acordo com suas declarações, notificadas, inclusive, ao Ministério Público e com o apoio do Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba), a Ecovia, responsável por este trecho, “não fez as adequações necessárias de acesso entre a rodovia e as vias urbanas (remansos e vias marginais), desrespeitando a legislação vigente”. O parlamentar também fez outros questionamentos sobre procedimentos da empresa em relação à colocação de propaganda fora de regulamentação, à obrigatoriedade de retorno no contorno da praça de pedágio e à cobrança exorbitante da tarifa para apenas cem quilômetros que separam as duas cidades.
Na segunda, referiu-se à empresa de telefonia Brasil Telecom, qualificando como “prestação de serviço sem responsabilidade aos direitos constituídos da população”. Descreveu, também, as dificuldades enfrentadas pelos consumidores tanto para obter informações quanto para efetuar o cancelamento de linhas.
Apoio
Os vereadores Paulo Salamuni (PV) e Angelo Batista (PP) concordaram com a fala de Serginho do Posto. Para Salamuni, “há um excesso de interferência do setor privado no Estado, sem o comprometimento de fiscalização das agências reguladoras”. Comparando o sistema brasileiro com o de outros países, o vereador afirmou que “lá fora o serviço terceirizado se responsabiliza pela construção daquilo que irá explorar, diferentemente do que acontece no Brasil, onde assumem o que está pronto, apenas tarifando”. Ainda se referiu “às benfeitorias de fachada que somente ilustram o serviço prestado”.
Para Angelo Batista, “o Brasil foi transformado numa fazenda modelo de faturamento para essas empresas”. E ratificou o pronunciamento de que não há respeito ao interesse público. Angelo ainda lembrou que “o alerta de Serginho é importante para que os governos tomem providências em defesa do povo, principalmente tendo mais atenção sobre os contratos firmados porque comprometem serviços futuros, já que são feitos a longo prazo”.